Emprego
do hífen com prefixos.
Regra básica - Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.
Outros
casos:
1. Prefixo terminado em vogal: Sem hífen diante de vogal diferente:
autoescola, antiaéreo.
Sem hífen diante de consoante diferente de r
e s: anteprojeto, semicírculo.
Sem hífen diante de r e s.
Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
2.
Prefixo terminado em consoante:
Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações:
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também
diante de palavra iniciada por r sub-região,
sub-raça etc.
Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se
sem hífen: subumano, subumanidade.
2.
Com os prefixos circum e pan, usa-se
o hífen diante de palavra iniciada por m, n
e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3.
O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação,
coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4.
Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei,
vice-almirante etc.
5.
Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva,
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6.
Com os prefixos ex, sem, além,
aquém, recém, pós,
pré, pró, usa-se sempre
o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular,
pró-europeu.
Fonte:
Guia Prático da Nova Ortografia - Douglas Tufano
Editora Melhoramentos - Agosto de 2008
O
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um
tratado internacional firmado em
1990 com o objetivo de criar uma
ortografia unificada para o
português, a ser usada por todos os
países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de
Angola,
Brasil,
Cabo Verde,
Guiné-Bissau,
Moçambique,
Portugal e
São Tomé e Príncipe em
Lisboa, em 16 de dezembro de
1990.
1 Depois de recuperar a independência,
Timor-Leste aderiu ao Acordo em
2004. O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença de uma delegação de observadores da
Galiza.
2
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende instituir
uma ortografia oficial unificada para a língua portuguesa, com o
objetivo explícito de pôr fim à existência de duas normas ortográficas
oficiais divergentes, uma no
Brasil
e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, contribuindo
assim, nos termos do preâmbulo do Acordo, para aumentar o prestígio
internacional do português. Na prática, o acordo estabelece uma unidade
ortográfica de 98% das palavras, contra cerca de 96% na situação
anterior.
É dado como exemplo motivador pelos proponentes do Acordo
3 o
castelhano, que apresenta diferenças, quer na pronúncia quer no vocabulário entre a
Espanha e a
América Hispânica, mas está sujeito a uma só forma de escrita, regulada pela
Associação de Academias da Língua Espanhola. Por outro lado, os oponentes têm apontado o facto de a ortografia da
língua inglesa apresentar
variantes nos diversos países anglófonos, sem que a ortografia inglesa tenha sido objeto de regulação estatal legislada.
A adoção da nova ortografia, de acordo com o Anexo II do Acordo — a
Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 19904 — que se baseia numa lista de 110 mil lemas da
Academia das Ciências de Lisboa,
5 acarreta alterações na grafia de cerca de 1,6% do total de palavras (lemas) na norma em vigor em
Portugal,
PALOP,
Timor-Leste e Região Administrativa Especial de
Macau e na grafia de cerca de 0,5% do total de palavras (lemas) na
brasileira.
6 Mas, de acordo com o vocabulário
7 elaborado em 2008 pelo
Instituto de Linguística Teórica e Computacional (Lisboa) a partir da base de dados linguísticos MorDebe
8
com 135 mil lemas, a percentagem de lemas afetados — ou seja, palavras
simples não flexionadas que constituem entradas num dicionário ou
vocabulário — ascende a quase 4% na norma europeia.
9
Este número inclui tanto as palavras que apresentam modificações
efetivas na grafia, como as que passam a ser variantes legalmente
válidas em toda a CPLP.
O teor substantivo e o valor jurídico do tratado não suscitaram
consenso entre linguistas, filólogos, académicos, jornalistas,
escritores, tradutores e personalidades dos setores artístico,
universitário, político e empresarial das sociedades dos vários países
de língua portuguesa. Na verdade, a sua aplicação tem motivado
discordância por motivos técnicos, havendo quem aponte lacunas, erros e
ambiguidades no texto do Acordo ou simplesmente conteste a adequação ou
necessidade de determinadas opções ortográficas, como a introdução de
facultatividades (i.e., possibilidade da mesma palavra ter mais do que
uma grafia permitida) em vários domínios da ortografia (acentuação,
maiusculação e "consoantes mudas"), a supressão das chamadas "consoantes
mudas" (i.e., as que não se pronunciam), as novas regras de
hifenização, a supressão do acento diferencial em diversas palavras e a
supressão do trema.
Também tem havido contestação ao Acordo com fundamentos políticos,
económicos e jurídicos, havendo mesmo quem tenha afirmado, em Portugal, a
inconstitucionalidade do tratado.
10 11 Outros ainda afirmaram que o Acordo Ortográfico serve, acima de tudo, a interesses geopolíticos e económicos do Brasil.
12 13 O certo é que o Art.º 9.º (Tarefas Fundamentais do Estado) da
Constituição da República Portuguesa
refere expressamente o uso e difusão internacional da língua
portuguesa, mas não se conhece nenhum parecer autorizado sobre a
inconstitucionalidade do teor das bases ortográficas do Acordo de 1990.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990)
Lembrando que existe a concepção de linguagem padrão, culta e coloquial, popular. A língua é viva, portanto sempre em mudança. Há também divergências quanto à adoção dessa ortografia e resistência em utilizá-la. Assim como há os diferentes dialetos e variedades linguísticas, essa ortografia será ou não adotada conforme o meio em que for utilizada.