terça-feira, 29 de maio de 2012

Depoimento - 100 dias da greve 2010 (Alguém se lembra?)

Eu não tenho posicionamento político, muito menos partido ou religião. Sou apenas uma garota com uma câmera na mão que costuma observar o mundo para poder contá-lo. Na última sexta-feira um trânsito infernal me obrigou a descer do ônibus e continuar o caminho a pé. Eu sempre passo pela Praça da Liberdade e perco uns bons minutos vendo as pessoas sendo. Só que na última sexta feira eu não pude passar. Grades cercavam metade da praça fazendo um circulo de proteção ao Palácio da Liberdade, que estava em festa pelos 1000 dias para a copa do mundo. Personalidades como Pelé, Orlando Silva e Ricardo Teixeira estavam lá. Uma bela iluminação e balões prateados enfeitavam a festa. Porém o som alto da bossa nova e os fogos de artifício não conseguiram abafar o grito das pessoas do outro lado das grades. Professores há cem dias de greve, funcionários dos correios, estudantes, mendigos, esquerdistas , ciclistas, transeuntes e toda a sorte de gente que, assim como eu, é obrigado a dizer hoje, com muito pesar, que é mineiro.


A tropa de choque da polícia militar foi chamada para conter a verdade que clamava num coro de muitas vozes por liberdade. Eu assisti naquele dia pessoas desarmadas, professores que dedicaram uma vida a educar as crianças do nosso estado, serem agredidos como criminosos. Quando os fogos começaram, as vozes também aumentaram e já soavam mais alto que o Hino de Minas Gerais. Os policiais apostos se entreolhavam e sabiam que a qualquer momento teriam que calá-las. Eu vi quando eles trouxeram as bombas, e vi prepararem as armas, eu estava na grade, entre a polícia e o povo. E achava aquilo tão surreal, tão inacreditável que não conseguia sentir medo.

Um senhor de 73 anos me puxou para conversar e disse com voz de quem conhece o fim do mundo: “Eu já vi isso acontecendo antes, eu passei a minha juventude lutando contra isso. A Ditadura está de volta, e eu lamento não ter mais energia para chutar essas grades.” Foi quando alguém fez isso por ele, grades ao chão e a polícia veio para cima de todos, tiros de bala de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cacetadas. Todas aquelas pessoas correndo na minha direção e eu já não conseguia olhar pelo visor da câmera, eu estava lá, e se eu não corresse também poderia levar. Eu vi gente chorar, cair, sangrar. Gente que só estava ali para dizer o que pensava, o que queria, o que supostamente alguma constituição deveria garantir.

O que mais me chocou no entanto, foi assistir a destruição da verdade. Nenhuma nota sobre o ocorrido foi lançada pelos grandes meios de comunicação. Pode parecer inocência minha acreditar em uma verdade, mas que seja. Eu acredito no que eu vi . Eu vi fogos de artifício e tiros serem lançados ao mesmo tempo. Vi que nem todos se contentam com pão e circo. E vi que nos bares há poucos metros dali a vida continuava leve como só a ignorância permite viver. A censura em Minas não é uma lenda, acreditem. Só que diferente daquela que conhecemos em outros tempos, essa não se anuncia, se esconde atrás de sorrisos charmosos, propagandas coloridas e cacetadas no escuro. No dia seguinte meus avós tomavam o café como se nada tivesse acontecido, mas qualquer bom observador poderia perceber que há alguma coisa diferente no ar dessa cidade.

http://www.youtube.com/watch?v=6XTZvlNAC8s&feature=player_embedded#!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sinopse de livro - projeto de leitura

Para que serve uma sinopse?


Pela sinopse podemos saber o que irá acontecer na sua obra. É ela quem atrai a audiência. Quando você lê as sinopses atrás da capa do DVD deve ficar interessado pelo conteúdo do filme. Assim deve ser a sinopse de seu livro. Seja claro e objetivo, pois conta sua história apresentando as personagens principais e seu destino na trama. A sinopse precisa estar relacionada com o tema tratado. O leitor precisa captar a mensagem, sentir-se atraído.

A sinopse é um fator crucial para atrair leitores.

Aqui vão algumas dicas para ajudar na construção de tua sinopse:

•Faça uma síntese dos principais acontecimentos do livro;

•Seja claro, preciso e objetivo;

•Deixe de fora o que for irrelevante: algumas coisas só precisam ser conhecidas na leitura do livro;

•Economize palavras. Evite explicar demais uma situação;
•Se necessário crie sua sinopse com perguntas que deixem o leitor sem resposta ou curioso para ver as respostas. Os leitores gostam de sinopse que exponha dúvidas, relações complicadas, coisas do dia-a-dia. Intrigue o leitor;

•Use preferencialmente a 3ª pessoa e o verbo no presente;

•Tente apresentar as personagens da forma mais sucinta possível e relacione a eles os fatos mais impactantes;

•Explique as relações entre as personagens.

NÃO SE ESQUEÇA DA ILUSTRAÇÃO!





quarta-feira, 23 de maio de 2012

Escola é lugar de fazer política?

É comum ouvirmos críticas aos jovens de hoje de que “não participam da política como no meu tempo”; que só se interessam por festas, etc.






É preciso refletir sobre o quanto isso tem de fundamento e quanto o Estado pode estar contribuindo para reverter esse possível quadro.





Muito da participação política do jovem tem início na escola, através das discussões desenvolvidas nos grêmios e diretórios acadêmicos.





Nesse sentido, muitos jovens já não enxergam o grêmio apenas como espaço de organização de festas, mas uma boa arena para reflexões em torno de questões políticas e culturais, como no caso do Pão de Milho, do Colégio Equipe de São Paulo.





Uma ação muito interessante que tenta angariar jovens nas discussões políticas vem da Secretaria de Educação do Paraná. Ela está estimulando a criação de grêmios nas escolas e, com isso, tentado ampliar a participação dos jovens no conselho escolar.





Participação coletiva no espaço da escola é um dos subtemas do PJ de Minas 2012 e a matéria O Despertar da Primavera detalha bem essas duas questões. Leiam e comentem!



Um site que dá uma boa ideia das mobilizações estudantis pelo Brasil é o da União Nacional dos Estudantes.



Sobre a Criação de Grêmios Estudantis, há um material bem detalhado elaborado pela Secretaria de Educação de Minas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Há algo a ser feito? Faça contato com os deputados!

Fale com a Assembleia


Lista Telefônica dos Deputados





Adalclever Lopes - PMDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - s229

Telefone: (031) 2108-5040

Fax: (031) 2108-5028

E-mail: dep.adalclever.lopes@almg.gov.br



Adelmo Carneiro Leão - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 218

Telefone: (031) 2108-5344

Fax: (031) 2108-5345

E-mail: dep.adelmo.carneiro.leao@almg.gov.br



Alencar da Silveira Jr - PDT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 21º andar - sala 2

Telefone: (31) 2108-7119

Fax: (31) 2108-7506

E-mail: dep.alencar.silveira.junior@almg.gov.br



Almir Paraca - PT

Gabinete: R. Rodrigues Caldas, 79 19º andar - sala 01

Telefone: (031) 2108-5388

Fax: (031) 2108-5385

E-mail: dep.almir.paraca@almg.gov.br



André Quintão - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - conj. 108

Telefone: (031) 2108-5170

Fax: (031) 2108-5169

E-mail: dep.andre.quintao@almg.gov.br



Anselmo José Domingos - PTC

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 223

Telefone: (31) 2108-5436

Fax: (31) 2108-7312

E-mail: dep.anselmo@almg.gov.br



Antônio Carlos Arantes - PSC

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 236

Telefone: (031) 2108-5818

Fax: (031) 2108-5815

E-mail: dep.antonio.carlos.arantes@almg.gov.br



Antônio Genaro - PSC

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 227

Telefone: (031) 2108-7386

Fax: (031) 2108-7514

E-mail: dep.antonio.genaro@almg.gov.br



Antônio Júlio - PMDB

Gabinete: R. Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - Andar SE - conj. 3

Telefone: (031) 2108-7328

Fax: (031) 2108-7515

E-mail: dep.antonio.julio@almg.gov.br



Antonio Lerin - PSB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 241

Telefone: (31) 2108-5925

Fax: (31) 2108-5926

E-mail: dep.antonio.lerin@almg.gov.br



Arlen Santiago - PTB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 230

Telefone: (031) 2108-5030

Fax: (031) 2108-5033

E-mail: dep.arlen.santiago@almg.gov.br



Bonifácio Mourão - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 201

Telefone: (031) 2108-5877

Fax: (031) 2108-5875

E-mail: dep.bonifacio.mourao@almg.gov.br



Bosco - PT DO B

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 221

Telefone: (31) 2108-5310

Fax: (31) 2108-5311

E-mail: dep.bosco@almg.gov.br



Bruno Siqueira - PMDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 17º andar - sala 01

Telefone: (31) 2108-5866

Fax: (31) 2108-5865

E-mail: dep.bruno.siqueira@almg.gov.br



Carlin Moura - PC DO B

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 20º andar - sala 2

Telefone: (031) 2108-5155

Fax: (031) 2108-5160

E-mail: dep.carlin.moura@almg.gov.br



Carlos Henrique - PRB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 202

Telefone: (31) 2108-5788

Fax: (31) 2108-5787

E-mail: dep.carlos.henrique@almg.gov.br



Carlos Mosconi - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 246

Telefone: (031) 2108-5488

Fax: (031) 2108-5490

E-mail: dep.carlos.mosconi@almg.gov.br



Celinho do Sinttrocel - PC DO B

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 204

Telefone: (31) 2108-5905

Fax: (31) 2108-5907

E-mail: dep.celinho.do.sinttrocel@almg.gov.br



Célio Moreira - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Edifício Tiradentes - 17º andar - sala 1

Telefone: (031) 2108-5280

Fax: (031) 2108-5285

E-mail: dep.celio.moreira@almg.gov.br



Dalmo Ribeiro Silva - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 224

Telefone: (031) 2108-5051

Fax: (031) 2108-5055

E-mail: dep.dalmo.ribeiro.silva@almg.gov.br



Deiró Marra - PR

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 243

Telefone: (031) 2108-5775

Fax: (031) 2108-5777

E-mail: dep.deiro.marra@almg.gov.br



Délio Malheiros - PV

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 235

Telefone: (031) 2108-5100

Fax: (031) 2108-5105

E-mail: dep.delio.malheiros@almg.gov.br



Delvito Alves - PTB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 216

Telefone: (031) 2108-5400

Fax: (031) 2108-5399

E-mail: dep.delvito.alves@almg.gov.br



Dilzon Melo - PTB

Gabinete: R. Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - Térreo - conj. 02

Telefone: (031) 2108-7398

Fax: (031) 2108-7522

E-mail: dep.dilzon.melo@almg.gov.br



Dinis Pinheiro - PSDB

Gabinete: R. Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - Térreo - conj. 1

Telefone: (031) 2108-7195

Fax: (031) 2108-7523

E-mail: dep.dinis.pinheiro@almg.gov.br



Doutor Viana - DEM

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 222

Telefone: (031) 2108-5130

Fax: (031) 2108-5131

E-mail: dep.doutor.viana@almg.gov.br



Doutor Wilson Batista - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Edifício Tiradentes - 15º andar - sala 2

Telefone: (31) 2108-5320

Fax: (31) 2108-5323

E-mail: dep.doutor.wilson.batista@almg.gov.br



Duarte Bechir - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas , 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 234

Telefone: (31) 2108-5125

Fax: (31) 2108-5122

E-mail: dep.duarte.bechir@almg.gov.br



Duilio de Castro - PMN

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 233

Telefone: (31) 2108-5373

Fax: (31) 2108-5362

E-mail: dep.duilio.de.castro@almg.gov.br



Durval Ângelo - PT

Gabinete: R. Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - conj.106

Telefone: (031) 2108-7245

Fax: (031) 2108-7525

E-mail: dep.durval.angelo@almg.gov.br



Elismar Prado - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 2º andar - sala 1

Telefone: (31) 2108-5464

Fax: (31) 2108-5466

E-mail: dep.elismar.prado@almg.gov.br



Fabiano Tolentino - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 21º andar - sala 1

Telefone: (31) 2108-5390

Fax: (31) 2108-5393

E-mail: dep.fabiano.tolentino@almg.gov.br



Fábio Cherem - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 207

Telefone: (31) 2108-5275

Fax: (31) 2108-5277

E-mail: dep.fabio.cherem@almg.gov.br



Fred Costa - PHS

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 20º andar - sala1

Telefone: (31) 2108-5325

Fax: (31) 2108-5324

E-mail: dep.fred.costa@almg.gov.br



Gilberto Abramo - PRB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - sala 102

Telefone: (031) 2108-5270

Fax: (031) 2108-5272

E-mail: dep.gilberto.abramo@almg.gov.br



Glaycon Franco - PRTB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 240

Telefone: (31) 2108-5095

Fax: (31) 2108-5098

E-mail: dep.glaycon.franco@almg.gov.br



Gustavo Corrêa - DEM

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 215

Telefone: (31) 2108-5120

Fax: (31) 2108-5115

E-mail: dep.gustavo.correa@almg.gov.br



Gustavo Perrella - PDT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - Andar SE - conj. 1

Telefone: (31) 2108-5808

Fax: (31) 2108-5805

E-mail: dep.gustavo.perrella@almg.gov.br



Gustavo Valadares - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 232

Telefone: (031) 2108-5330

Fax: (031) 2108-5331

E-mail: dep.gustavo.valadares@almg.gov.br



Hélio Gomes - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 244

Telefone: (31) 2108-5444

Fax: (31) 2108-5446

E-mail: dep.helio.gomes@almg.gov.br



Hely Tarqüínio - PV

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 239

Telefone: (031) 2108-5140

Fax: (031) 2108-5135

E-mail: dep.hely.tarquinio@almg.gov.br



Inácio Franco - PV

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 245

Telefone: (031) 2108-5110

Fax: (031) 2108-5111

E-mail: dep.inacio.franco@almg.gov.br



Ivair Nogueira - PMDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 219

Telefone: (031) 2108-7420

Fax: (031) 2108-7419

E-mail: dep.ivair.nogueira@almg.gov.br



Jayro Lessa - DEM

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 247

Telefone: (031) 2108-5340

Fax: (031) 2108-5341

E-mail: dep.jayro.lessa@almg.gov.br



João Leite - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 231

Telefone: (031) 2108-7475

Fax: (031) 2108-7543

E-mail: dep.joao.leite@almg.gov.br



João Vítor Xavier - PRP

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 220

Telefone: (31) 2108-5300

Fax: (31) 2108-5303

E-mail: dep.joao.vitor.xavier@almg.gov.br



José Henrique - PMDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - conj. 109

Telefone: (031) 2108-7136

Fax: (031) 2108-7548

E-mail: dep.jose.henrique@almg.gov.br



Juninho Araújo - PTB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 228

Telefone: (031) 2108-5050

Fax: (031) 2108-5045

E-mail: dep.juninho.araujo@almg.gov.br



Lafayette de Andrada - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 248

Telefone: (031) 2108-5799

Fax: (031) 2108-5797

E-mail: dep.lafayette.andrada@almg.gov.br



Leonardo Moreira - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 205

Telefone: (031) 2108-5180

Fax: (031) 2108-5176

E-mail: dep.leonardo.moreira@almg.gov.br



Liza Prado - PSB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - Andar SE - conj. 02

Telefone: (31) 2108-5355

Fax: (31) 2108-5361

E-mail: dep.liza.prado@almg.gov.br



Luiz Carlos Miranda - PDT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 242

Telefone: (31) 2108-7185

Fax: (31) 2108-7519

E-mail: dep.luiz.carlos.miranda@almg.gov.br



Luiz Henrique - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Edifício Tiradentes - 16º andar - sala 1

Telefone: (31) 2108-5151

Fax: (31) 2108-5150

E-mail: dep.luiz.henrique@almg.gov.br



Luiz Humberto Carneiro - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - conj 110

Telefone: (031) 2108-5383

Fax: (031) 2108-5380

E-mail: dep.luiz.humberto@almg.gov.br



Luzia Ferreira - PPS

Gabinete: null

Fax: null

E-mail: dep.luzia.ferreira@almg.gov.br



Maria Tereza Lara - PT

Gabinete: null

Fax: null

E-mail: dep.maria.tereza.lara@almg.gov.br



Marques Abreu - PTB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 22º andar - sala 1

Telefone: (31) 2108-5060

Fax: (31) 2108-5063

E-mail: dep.marques.abreu@almg.gov.br



Neider Moreira - PSD

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 238

Telefone: (031) 2108-5480

Fax: (031) 2108-5484

E-mail: dep.neider.moreira@almg.gov.br



Neilando Pimenta - PHS

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 206

Telefone: (31) 2108-5190

Fax: (31) 2108-5191

E-mail: dep.neilando.pimenta@almg.gov.br



Paulo Guedes - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 2º andar - sala 2

Telefone: (031) 2108-5188

Fax: (031) 2108-5189

E-mail: dep.paulo.guedes@almg.gov.br



Paulo Lamac - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Edifício Tiradentes - 17º andar - sala 2

Telefone: (31) 2108-5460

Fax: (31) 2108-5461

E-mail: dep.paulo.lamac@almg.gov.br



Pinduca Ferreira - PP

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 18º andar - sala 1

Telefone: (031) 2108-5559

Fax: (031) 2108-5557

E-mail: dep.pinduca.ferreira@almg.gov.br



Pompílio Canavez - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 203

Telefone: (31) 2108-5313

Fax: (31) 2108-5315

E-mail: dep.pompilio.canavez@almg.gov.br



Rogério Correia - PT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - sala 103

Telefone: (031) 2108-5415

Fax: (031) 2108-5414

E-mail: dep.rogerio.correia@almg.gov.br



Romel Anízio - PP

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 213

Telefone: (31) 2108-7377

Fax: (31) 2108-7533

E-mail: dep.romel.anizio@almg.gov.br



Rômulo Veneroso - PV

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 1º andar - sala 107

Telefone: (031) 2108-5410

Fax: (031) 2108-5411

E-mail: dep.romulo.veneroso@almg.gov.br



Rômulo Viegas - PSDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 5º andar - sala 2

Telefone: (31) 2108-5295

Fax: (31) 2108-5297

E-mail: dep.romulo.viegas@almg.gov.br



Rosângela Reis - PV

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - conj. 225

Telefone: (031) 2108-5370

Fax: (031) 2108-5366

E-mail: dep.rosangela.reis@almg.gov.br



Sargento Rodrigues - PDT

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 79 Edifício Tiradentes - 5º andar - sala 1

Telefone: (031) 2108-5200

Fax: (031) 2108-5201

E-mail: dep.sargento.rodrigues@almg.gov.br



Sávio Souza Cruz - PMDB

Gabinete: Rua Rodrigues Caldas, 30 Palácio da Inconfidência - 2º andar - sala 237

Telefone: (31) 2108-5244

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Sebastião Costa - PPS

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Tadeu Martins Leite - PMDB

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Tiago Ulisses - PV

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Fax: (031) 2108-7559

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Ulysses Gomes - PT

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Telefone: (31) 2108-5855

Fax: (31) 2108-5859

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Vanderlei Miranda - PMDB

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Zé Maia - PSDB

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Analisando Memórias Literárias - 7º e 8º ano

Da escuridão para o colorido


Aluna: Évelin Cristina Nascimento da Silva

Tristeza! É o que sinto quando abro meus olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não

cessa. O único remédio é fechá-los e deixar-me levar pelas lembranças.

Lembro-me como se fosse ontem: bem cedinho, o sol não havia nem acordado ainda,

eu já estava na estrada da minha cidade Santa Branca que nem asfaltada era, pura terra,

com uma brochura e alguns lápis dentro de uma sacolinha de arroz – pois nossa vida era

difícil e papai só ganhava o suficiente para não morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava,

a poeira batia em meus olhos e os fazia ficar cheios d’água.

Eu ia cantarolando que nem um sabiá até chegar à escola Barão de Santa Branca,

hoje bem conhecida na cidade e antigamente a única. Recordo-me de que lá havia um

muro para meninos e meninas não ficarem misturados. Bobagem! Ai de nós se tentássemos

olhar para elas... A régua cantava na palma de nossas mãos, parecia que os professores

sentiam prazer em fazer isso, eram rígidos demais.

Assim que saíamos da escola, eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo,

que hoje não existe mais – nem a fábrica, nem as águas limpas. Depois íamos jogar

bola atrás do mercado municipal, onde hoje é o posto de saúde. Ficávamos parecendo

tatus, a terra grudava nas roupas e na pele molhada. Depois disso dávamos mais um pulo

na cachoeira, pois se chegássemos assim em casa a vara de amora era o presente para

nossas pernas.

O mais engraçado era ver d. Dolores dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, podíamos

ter a certeza de que era ela com seu Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa

Branca que dirigia.

Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber

quem estava dentro. Havia uma banda que tocava para o defunto e ele tinha direito até a

foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe me dizia para não dar risadas nem ir ver o rosto do

morto, principalmente se fosse gente ruim, senão ele poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente às 21 horas para todos se recolherem, era uma época


bem perigosa. De noite a cidade era iluminada por lampião de querosene – isso a deixava

mais sombria.

Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.

Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente através das lembranças do

passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.

(Texto baseado na entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos.)
 
RESPONDER:
 
1) De que fase da vida o autr se lembra no texto?
2)Qual detalhe mais lhe chamou a atenção sobre o que foi recordado?
3) Há mais momentos felizes ou tristes? Descreva um episódio que exemplifique cada momento.
4) Qual foi o entrevistado, sua idade e o autor?
5) Qual a importância das lembranças para este entrevistado em especial?
6) Na sua opinião para que serve este gênero "Memórias literárias"?

Romantismo para o 2° ano


Atividade para o 9º ano A e B

Objetivos:



- Compreender e produzir textos, considerando o contexto de produção, circulação e recepção.

- Reconhecer o gênero do texto.


1- Ler atentamente o texto:



A liberdade vigiada do Orkut

Por Cauê Nunes

Após toda a polêmica entre o Google do Brasil e o Ministério Público Federal, a empresa decidiu cooperar e vai liberar uma ferramenta que ajuda a Polícia Federal no combate aos crimes cometidos no site de relacionamentos Orkut. O objetivo é agilizar as solicitações feitas pela Polícia, mas os dados pessoais dos usuários continuam sendo liberados somente via ordem judicial. Isso quer dizer que as páginas com conteúdos criminosos podem ser retiradas mais rapidamente, mas o acesso aos dados dos criminosos precisa ser autorizado pela Justiça. As informações foram publicadas no site IDG Now, no dia 28 de novembro. A assessoria de imprensa do Google do Brasil disse que só vai passar informações quando a ferramenta for disponibilizada.

Retomando o caso: em agosto deste ano, a Procuradoria da República no estado de São Paulo ajuizou uma ação civil pública solicitando que a Justiça Federal obrigue o Google do Brasil a quebrar os sigilos de dados de internautas que cometem crimes via Orkut. O autor da ação, o procurador Sérgio Gardengui Suiama, pediu uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 130 milhões, além de multas diárias para cada decisão judicial não cumprida. A empresa não atendeu nenhum dos 38 pedidos de quebras de sigilo que foram deferidos pela Justiça Federal, sob a alegação de que somente a matriz Google Inc, sediada nos Estados Unidos, possui as informações.

Segundo o presidente da ONG Safernet, Thiago Tavares, a alegação do Google do Brasil não tem procedência, já que a empresa liberou os dados cadastrais dos criadores de uma comunidade ofensiva à honra da socialite Yara Baumgart. “Se a empresa teve acesso e disponibilizou os dados desse caso, não faz sentido dizer que não possui o acesso”, diz. Tavares lembra que os casos de crimes de pedofilia e ódio racial que estão sendo investigados pela PF são tão ou mais graves que a ofensa à honra do caso da socialite. “Se é assim, não há uma explicação razoável para cooperar em um caso e nos outros não”, diz.

A disponibilização da ferramenta não muda quase nada o caso ainda em andamento. A informação mais recente (do dia 30 de novembro) é que a empresa teve uma vitória parcial e conseguiu suspender a decisão judicial que previa o pagamento de multa de R$ 50 mil por dia pelo atraso do repasse das informações solicitadas pela Justiça Federal. De acordo com a assessoria de imprensa do procurador do Google no Brasil, o advogado Durval Goyos de Noronha Jr., “o desembargador federal relator do caso, Dr. Fábio Prieto de Souza, entendeu que não cabe à Justiça Cível estabelecer prazos para o cumprimento das ordens judiciais expedidas pela Justiça Criminal e, menos ainda, determinar se o cumprimento de tais ordens é ou não satisfatório”. Confira a evolução cronológica do caso no site Safernet.



2) A partir da leitura do texto, é possível definir um provável leitor para o texto? Justifique.





3) Qual e o provável suporte e contexto de circulação do texto?



4) O texto trata de quê?





5) Por que o autor do texto fala em agilizar as solicitações feitas pela Polícia e que os dados pessoais dos usuários continuam sendo liberados somente via ordem judicial.





6) Usuários de quê?





7) Qual é o gênero e a função do texto apresentado?





8) Observe: “Se a empresa teve acesso e disponibilizou os dados desse caso, não faz sentido dizer que não possui o acesso”, diz. Quem disse? Por que esse trecho aparece no texto entre aspas? Qual foi a intenção do autor ao utilizar tal estratégia?



9) O texto apresenta alguns termos e expressões mais usuais em determinados contextos sociais de uso. Essa afirmativa é verdadeira? Explique.

Política: verdades e mentiras

Voltaire Schilling


As decisões políticas devem ser tomadas em foro intimo, por meio de um grupo reduzido de privilegiados, ou, ao revés, estar em aberta sintonia dos agentes políticos para com a opinião pública? Esta é a reflexão feita pelo professor de filosofia da UNICAMP Roberto Romano exposta a seguir:



Política, a flauta de Pan



Política já foi definida como a "arte do engano", ofício específico do demagogo, dos que enganam ou seduzem os votantes com sua retórica especial. Atuam como se soprassem a flauta de Pan, atraindo os incautos para o seu redil, emitindo apenas os sons maviosos que os ouvidos deles gostam de ouvir. Por tanto a mentira passou a ser questão da análise da ciência política em todos os tempos, sempre sendo um problema atual.



Para Roberto Romano, professor de filosofia e ética, por exemplo, não se pode separar eleição da mentira, das estratégias de falsidade usadas pelos que desejam ser escolhidos nas campanhas eleitorais.



Como que para melhor ilustrar sua opinião, invoca a um dos diálogos de Platão, o famoso 'Górgias' (escrito em 392-1 a. C.), o qual reproduz a contundente crítica que Sócrates fez exatamente ao uso escandaloso da mentira para fins políticos. Prática a qual os demagogos recorriam com absoluta falta de cerimônia. O pior, para o filósofo ateniense, era que a adulação irresponsável estragava o povo ainda mais, aviltando-lhe o censo de ética.



A Perplexidade de Sócrates

Neste mesmo diálogo ele narra a perplexidade de Sócrates, o mais sábios dos gregos, em seu debate com Górgias, Pólo e Calicles, seus três contendores, para com o comportamento político do povo. Se bem que qualquer cidadão procure sempre o melhor profissional ou um bom especialista quando deseja que lhe prestem um serviço (arrumar uma porta, concertar o telhado da casa, fazer-lhe um móvel, construí-lhe um navio), ou ainda recorre ao mais competente dos médicos para cuidar da sua saúde, quando se trata de fazer as escolhas eleitorais (aeresis em grego), ele não age com o mesmo discernimento nem com a mesma responsabilidade.



Deixa-se, em geral, levar pelo canto da sereia dos candidatos demagogos e acaba dando o seu voto aos tipos menos qualificados que se oferecem na praça.



Exatamente no momento em que tem que indicar para o leme do estado aquele que fosse o mais sábio, o de maior conhecimento e habilidade para o cargo, o artesão do estado por ele escolhido era o contrário disso tudo. Quem vencia o pleito na democracia era o mentiroso, o do discurso mais enganoso. Esse foi um dos motivos para que Platão designasse o regime da maioria como uma "teatrocracia".



E tudo isso em função do que? Qual seria o motivo desta irracionalidade das coisas da política? Para ele, a resposta a essa escolha geralmente equivocada feita no sistema democrático estava no fato de que do mesmo modo que qualquer um tem apreço por sua liberdade, devota o mesmo encanto por si mesmo.



Isso é que faz com que lhe agrade ser bajulado deixando-se seduzir pela lábia dos espertos. Por conseguinte, é essa paixão infantil dos indivíduos pelo seu próprio ego (hoje diríamos narcisismo) que os conduzem ao auto-engano, refugando por isso os verdadeiros estadistas que apresentam "remédios amargos" para curarem as mazelas da sociedade.



Infantilismo do povo

Numa democracia, o povo é igual a uma criança sempre pronta a se deixar levar por um oportunista ou por um aventureiro que lhe oferece confeito envolto com palavras de mel. Mas então Platão bane da política qualquer tipo de mentira?



Não. Numa situação pelo menos ele a aceita: no caso da ¿mentira nobre¿. Isso se o governante for por acaso o rei-filósofo, o sábio regente idealizado por ele no diálogo 'A República', que conduz as coisas do estado com eficácia e sensatez.



As decisões mais importantes, por força das circunstâncias, devem ser tomadas na intimidade do poder, circunscritas a um grupo fechado. São acertadas por uma pequena cabala em conciliábulos ou em gabinetes secretos e que não devem chegar aos ouvidos do povo. E isso ocorre em benefício do próprio povo, pois somente o magistrado magnífico, assumindo-se como "autoridade oculta, misteriosa", é quem realmente sabe o que é e o que não é do interesse público.



O Estado Absolutista

Esta prerrogativa, respaldada por um grande nome da filosofia como o de Platão, dado ao governante, ainda que ilustrado, abriu caminho para que a mentira dita em nome do bem geral do estado e da comunidade se transformasse com o tempo na famosa Razão de Estado, a tão exaltada Raizon d´Etat, defendida pelo Cardeal de Richelieu, primeiro-ministro de Luis XIII guardião do Estado-Forte na França do século XVII, que desculpava até os crimes feitos pelo executivo (ver: O Príncipe de Maquiavel e o Testamento Político do Cardeal de Richelieu).



Virou um pretexto para que os ministros ou chefes do executivo lançassem mão dela para não dar explicações públicas dos seus atos. Toda estrutura do poder do Estado Absolutista ancorou-se então na premissa de que o soberano e aqueles que o servem não devem explicações a ninguém, senão que "somente a Deus".



Ao concentrar em si todas as deliberações importantes e também as menos importantes, fez do segredo de estado uma arte do bem governar. Era um estado controlado por uns poucos selecionados apoiados nas largas costas do Todo-Poderoso e que conduzia os súditos como um pastor faz com suas ovelhas.



O Principio da Responsabilidade

Este comportamento - o das decisões secretas - dominante em boa parte da Europa na época do auge do absolutismo, entre os séculos XV e XVII, sofreu um formidável abalo com a Revolução Puritana na Inglaterra (1642-1649), liderada por Oliver Cromwell, pois ela introduziu a semente de uma idéia que mais tarde iria se efetivar na república norte-americana (difundindo-se então para todos os demais regimes políticos similares que surgiram na modernidade).



Os ingleses a denominaram de accountability, isto é, o conceito da responsabilidade, justamente para afastar a cortina que cobria os atos governamentais e as decisões tomadas na calada da noite.



Cabia ao governante, chefe do executivo ou ministro, dar satisfações públicas dos seus atos. Apresentar ao povo nos foros indicados, em geral por um pronunciamento dado frente ao parlamento, quais eram as medidas por ele tomadas e qual sua motivação ou razão de ser.



Com isso invertia-se a situação anterior na qual as autoridades não apresentavam nenhuma justificativa do que faziam ou pensavam fazer. Para legitimar sua posição - o cargo que ocupavam, no executivo ou no legislativo - dali em diante eles tinham que dizer a verdade ao povo. Governar com transparência tornou-se uma obrigação. Alargou-se então o caminho para o Estado Democrático dos nossos dias.



O Estado no Brasil

Todavia no Brasil, o verdadeiro estado fundou-se ao contrário desse principio da responsabilidade adotado pelas nações anglo-saxãs. A corte de D.João VI, fugida de Lisboa. implantou por aqui, desde sua chegada em 1808, o Estado Absolutista. Isto é, uma força antiliberal e antidemocrática: antipovo em suma.



Quando se deu a independência, D.Pedro I em seguida, pela Carta outorgada de 1824, deturpando a idéia do Poder Moderador (concebido por Benjamin Constant, famoso constitucionalista francês), instituiu um estado que parecia uma cópia do Estado Absolutista.



Para Constant, aquele quarto poder, além de ser neutro, deveria impedir que os demais poderes (executivo, legislativo e judiciário), cometessem qualquer tipo de abuso ou escorregão tirânico. Pois no Brasil, o Poder Moderador simplesmente foi entendido como algo bem acima dos outros, estando inteiramente à disposição do imperador, tornado-o constitucionalmente um ser superior a todos os outros: o "protetor perpétuo do Brasil".



D.Pedro I, na verdade, ao pairar como se fora um astro-rei sobre a sociedade e suas instituições, colocou-se na posição da mais absoluta irresponsabilidade visto que não tinha que responder senão que ¿ao Divino¿ sobre seus atos ou decisões.



O resultado disso ao longo da história nacional (sendo que muito disso seguiu incorporado pela Republica de 1889), foi que o poder central, quase sempre forte e centralizador, interferiu sistematicamente nos estados, tornando letra morta o principio do federalismo (uma das razões da proclamação da república). No concreto, o país é dominado pela conjunção de interesses formados pelo Exército, pela Diplomacia e pelas Oligarquias regionais, que se consolidaram como sendo os autênticos três poderes do Brasil.



Além disso, numa aberta rejeição ao conceito da responsabilidade, as diversas constituições mantiveram o principio do "foro privilegiado", dando imunidade aos altos escalões políticos e administrativos, prerrogativa idêntica a que os aristocratas gozavam antes da Revolução Francesa de 1789. Formam, portanto, uma casta de irresponsáveis, visto que não precisam explicar-se para ninguém.



Por conseguinte, segundo Roberto Romano, "somos uma federação que não é uma federação, nós somos uma democracia que não é democracia, nós somos uma república que não é república, porque num estado que existem seres superiores não há república."



Nota: a exposição acima é uma síntese da intervenção realizada pelo professor R. Romano numa das seções do Fronteiras do Pensamento realizada em Porto Alegre-RS



terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma escola, alunos, professores: todos pedem SOCORRO!

     Todos os dias, às 7 horas, a mesma rotina, os mesmos rostos - as vezes cansados, desanimados, tristes, desmotivados. Por quê? Qual a razão levou jovens ao desânimo? Ora, eles construirão ou deveriam construir nosso amanhã! Professores lutando, ano após ano, carregando seus fardos pesados, uma vida cheia de compromissos, burocracia, cobranças e desestímulo. Uma derrota em sua reivindicação por salário mais justo. Situação caótica, pois a maioria não consegue ver ou pensar em algo que transforme a situação.
     Somente a conscientização, a vontade, a garra de alunos, professores e todos envolvidos no processo educacional poderá reverter essa situação. Alunos: vejam, pensem, sonhem... Seu amanhã será construído por você mesmo!
     Não adianta mudar o ambiente escolar se a vontade, a consciência não mudar. Que tal começar a transformar o mundo pelo que você encontra a sua volta? Não agrida seu colega, não critique seu professor, antes faça uma sugestão, todos são construtores do saber que não está acabado, faz parte de um processo ao qual nem todos conseguem acompanhar no mesmo ritmo.
     Levanto todos os dias carregando ao mesmo tempo o desânimo e também a esperança, pois o que nos faz viver e lutar é o nosso ideal, nossa vontade de mudanças, nosso acreditar que é possível conseguir mudar e transformar um pouco que seja de nós mesmos e colaborar com a construção do outro.
    Sonhe, lute, faça valer seu lugar no espaço que você vive!

O que você quer? Faça acontecer!

É


(Gonzaga Jr.)

É ...

a gente quer valer o nosso amor

a gente quer valer nosso suor

a gente quer valer o nosso humor

a gente quer do bom e do melhor

a gente quer carinho e atenção

a gente quer calor no coração

a gente quer suar mas de prazer

a gente quer é ter muita saúde

a gente quer viver a liberdade

a gente quer viver felicidade

É ...

a gente não tem cara de panaca

a gente não tem jeito de babaca

a gente não esta com a bunda exposta

na janela pra passar a mão nela

É ...

a gente quer viver pleno direito

a gente quer viver todo defeito

a gente quer viver uma nação

a gente quer é ser um cidadão

a gente quer viver uma nação

É é,é,é, é,é,é,é ,é...



Artigo de opinião: 2º ano

Leitura: Criança sofre
Autor: Régio Adriano Alves Freire

   O mundo não e tão competente como deveria ser, pois desde pequeno eu e alguns colegas meus dávamos um duro danado nas cerâmicas da minha cidade.
   O barro molhado exposto ao sol quente da região causava um grande mal-estar, mas assim mesmo tínhamos que sair cedinho e voltar ao meio-dia, só depois íamos à escola.
   Isso tudo é uma grande injustiça comigo e com todas as crianças que trabalham, pois o cansaço maltrata a mente e não conseguimos aprender com facilidade, bloqueando assim muitas coisas que poderiam fluir diante das consequências que aparecem.
   Criança tem que brincar, estudar e esperar chegar à fase adulta para trabalhar. Hoje existe o Programa Bolsa Escola, o Peti  e outros, que dão oportunidades de estudar sem trabalhar. Só que as famílias continuam vivendo miseravelmente e precisando da ajuda dos filhos para sobreviverem, pois mais importante do que esses programas do governo seria um emprego digno com salário justo para os pais dessas crianças, inclusive o meu.
   Se isso acontecesse, ninguém vinha à escola sem caderno, sem lápis e sem o restante do material. Seríamos crianças de barriga cheia e cabeça também, não cheia de sonhos e fantasias, e sim de vontade de estudar de verdade, de saber resolver todos os problemas que aparecessem, até mesmo os de matemática. Quando tudo isso acontecer, nunca mais direi que "criança sofre".

Pense e responda:

1) Num artigo de opinião, o autor...
a) Toma posição sobre uma questão polêmica.
b)Divulga um fato.
c) Relata experiências do cotidiano.
d) Enumera problemas da comunidade.

2)Para convencer o leitor de seu ponto de vista, o autor deve trazer para o texto a opinião dos adversários. Em "Criança sofre" há discussão entre opiniões contrárias?
a) Sim, no trecho "Criança tem que brincar, estudar e esperar chegar à fase adulta para trabalhar."
b) Há, mas deve ser ampliada por meio de pesquisas, entrevistas, porque no texto foram apenas citadas "Hoje existe o Programa Bolsa Escola, Peti e outros, que dão oportunidades de estudar sem trabalhar", sem trazer opiniões dos que são a favor dos programas sociais do governo.
c)Há o testemunho, autoridade construída pela experiência vivida.
d)Sim, aparece quando o autor denuncia um sério problema e reforça essa posição com bons argumentos.

3) O que deve ser feito para aprimorar o trecho abaixo?
"pois o cansaço maltrata a mente e não conseguimos aprender com facilidade, bloqueando assim muitas coisas que poderiam fluir das consequências que aparecem"
a)Usar expressões para introduzir a conclusão como: "então", "assim", "portanto".
b)Explicar melhor para o leitor o que quis dizer no trecho sublinhado.
c) Reforçar a posição do autor com novos argumentos.
d) Verificar se a pontuação está correta.

4) Ao escrever um artigo de opinião, o autor emite seu ponto de vista e...
a) Publica-o em jornais e revistas, mantendo neutralidade.
b)Desenvolve a capacidade de narrar os fatos.
c)Procura não influenciar o leitor com suas opiniões.
d)Incorpora a seu discurso a fala de outras pessoas que já se pronunciaram a respeito do tema, valorizando-a ou desqualificando-a.

5)No texto "Criança sofre", o objeto de crítica do autor é:
a) A dificuldade de aprendizagem.
b) O clima árido da região.
c) A crise cultura.
d) O trabalho infantil e os projetos sociais do governo.

6) Identifique o trecho do texto "Criança sofre" que revela a questão polêmica, a denúncia do problema, o ponto de vista do autor.
a) "vontade de estudar de verdade, de saber resolver todos os problemas que aparecessem, até mesmo os de matemática"
b)"O barro molhado exposto ao sol quente da região causava um grande mal-estar"
c)"O mundo não é tão competente como deveria ser, pois desde pequeno eu e alguns colegas meus dávamos um duro danado nas cerâmicas da minha cidade"
d) "Só que as famílias continuam vivendo miseravelmente e precisando da ajuda dos filhos para sobreviverem, pois mais importante do que esses programas do governo seria um emprego digno com salário justo para os pais dessas crianças, inclusive o meu"

RESPONDER NO CADERNO, PARA POSTERIOR DEBATE EM SALA!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tema da Olimpíada de Língua Portuguesa: O lugar onde vivo

“Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.”


Pertencer (Clarice Lispector)


Bianca Borgianni



Existe um planeta chamado Terra, dentro tem um continente chamado América do Sul, dentro tem um país chamado Brasil e dentro dele uma cidade chamada São Paulo; dentro da cidade tem um bairro chamado Pompeia e, dentro, tem uma ladeira de paralelepípedos. Dentro da ladeira tem um monte de casinhas coloridas coladas umas nas outras, tem um monte de árvores inclinadas e três prédios. Um dos prédios é tão baixinho que deve ser muito antigo, do tempo em que não se construíam prédios imensos em São Paulo porque não teria gente suficiente pra morar neles; outro é muito novo e tem aquele jeito meio pós-moderno sem-graça de misturar tijolo com vidro na varanda; o último é um predinho meio novo, meio velho, meio discreto, bem no fim da ladeira. Não é alto nem baixo, não é feio nem bonito, não bate muito sol e nem por isso se torna hostil. As varandas são de grade verde, algumas têm muitas plantas, mas nunca tem gente nenhuma. Dentro do prédio tem meu vizinho de baixo, que senta num banquinho pra fumar e o cheiro de cigarro sobe todo para o meu apartamento - em cima do apartamento dele tem o meu. Dentro do meu tem alguns cubos coloridos repletos de livros e lugares pra ler; no mais tem cozinha e banheiro, tudo amarelinho, meio apertadinho, mas bem que dá pra viver.



O lugar onde vivemos é bem pequeno dentro mundo, mas o mundo que ele cria é enorme dentro da gente. Fazer essa pequena descrição do apartamento onde moro há dez anos me suscitou uma série de lembranças, um emaranhado de sensações cruas e imagens poucos nítidas de uma vida bastante vivida e pouco notada. Após este momento de imersão, esse choque subjetivo com a realidade concreta, a primeira pergunta que vem à mente é a seguinte: “Mas e daí? Minha vida, minha casa, meu quarteirão... a quem isso poderia interessar?”.



O questionamento sobre o porquê de escrever é fundamental no processo de criação literária, embora seja constantemente ignorado por conta da estrutura tradicional das aulas de redação, que pressupõem que o aluno está sempre disposto a escrever e que essa é apenas mais uma de suas atividades obrigatórias. Quando esse processo adquire uma finalidade em si (ou seja, quando o aluno escreve somente porque precisa entregar), a escrita perde o poder de interferir na relação sujeito/mundo e assume predominantemente uma função burocrática externa a ele, que em nada se relaciona com a sua subjetividade.



Respondendo à pergunta feita acima, pode-se dizer que a primeira pessoa a quem a expressão literária da vida pode interessar é ao próprio autor. O mundo interior de cada pessoa é um complexo redemoinho histórico, social e particular que se realiza em tempo presente; quando alguma situação exige que nos distanciemos da nossa própria vida e a transformemos em matéria de elaboração estética, a nossa experiência inevitavelmente se submete a intensos processos de significação e ressignificação. A vivência parte do plano concreto, onde estamos sujeitos à vida, para o plano da criação, onde somos os sujeitos da vida.



O trecho da Clarice Lispector citado no início deste texto é parte de uma crônica chamada “Pertencer”. Considerando que o sujeito se realiza na linguagem, essa ideia de pertencimento está intimamente relacionada ao processo de escrita, pois ao escrever, ele adquire o poder de realizar a sua subjetividade não-palpável no mundo das palavras. Ainda que para muitos alunos ele apareça como um recurso intimidador, o mundo das palavras é a mediação da realidade comum a todas as pessoas, e conseguir reverter a própria experiência em matéria narrável significa dar um passo muito grande na constituição da própria identidade perante o mundo.



O tema da Olimpíada de Língua Portuguesa é “O lugar onde vivo”, e recentemente chegamos à conclusão de que o sujeito oculto desta oração precisa sair das entrelinhas e assumir o papel principal. É claro que isso não significa que os alunos devam escrever em primeira pessoa histórias sobre si mesmos. O protagonismo ao qual nos referimos está na noção de autoria, que precisa estar cada vez mais livre dos modelos literários e cada vez mais vinculada à experiência dos alunos. Escrever sobre o lugar onde vivemos é escrever sobre nós mesmos e escrever sobre os nossos avós é também buscar entender a nossa própria história.



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Crônica na Olimpíada de Língua Portuguesa

A quadra velha

Aluno: Gabriel Batista da Silva

Aqui no lugar onde vivo não tem cinema, lan house, discoteca... aqui tem cavalo, rio,

cachoeira, gente que conta histórias... E, acima de tudo, aqui tem uma quadra. Uma quadra

velha. Velha e pequena, só tem espaço para seis jogadores de cada lado. Uma quadra velha

e pequena onde cabe inteira a nossa imensa alegria.

Ali a bola rola, enrola, rebola, embola, solta, samba, sapateia... Ali vale tocar a bola de

chuteira, de chinelo ou de pé no chão. Ali vale jogar menino, menina, velho, magrela e gordão.

Vale entrar de sola, de carrinho e até de bicão. Vale arrebentar o joelho, arrancar a

ponta do dedão... tem gol contra, bola murcha e bola fora.

O que importa é que quando a bola rola na quadra velha o mundo para. As árvores e as

casas espiam. As pessoas que passam pela estrada de terra não resistem, param, assoviam,

batem palmas. Os moleques perdem a hora que se perde no tempo. Cada pai vê em seu filho

o grande craque e sonha com seu menino na seleção. Quem sabe 2014...

Ali, na quadra velha e pequena, adormece a tristeza, o cansaço, a desilusão... ali os

homens se esquecem dos calos, das dívidas, das dores... ali os meninos são magos, são livres,

são pássaros: transcendem, voam... Ali não tem zero, não tem senão. Só tem bola no

chão. Ali eles são uma bandeira verde e amarela hasteada no sertão.

Isso, até que chega a noite escura e sombria. Ela, revestida de negro, faz arriar o sonho,

despe a fantasia, cala a poesia.

Amanhã tem trabalho, tem escola. Dói o calo, o joelho incha, o moleque chora. E a

quadra fica de fato velha e pequena. Fica ali, triste, silenciosa, no escuro. Fica ali à espera

de que os meninos voltem logo e ressuscitem o momento mágico.
 
 
Professora: Maria Inês Resende


Escola: E. M. Crispim Bias Fortes • Cidade: Barbacena – M

Artigo de opinião

Um toque para um futuro melhor


Aluno: Kalebe dos Anjos Amaral

Ultimamente há algo que vem gerando muita polêmica entre os moradores da pequena

cidade onde moro: Amaralina, em Goiás. Trata-se do “toque de recolher”, que está em consonância

com a forma da Constituição Federal e da Lei n° 8.069/90, que instituiu o Estatuto

da Criança e do Adolescente, que, entre outros, apresenta os seguintes limites: é proibida

a presença de menores de 14 anos em horário noturno posterior às 22 horas nas ruas e

logradouros públicos e menores de 18 anos em horário posterior às 24 horas, desacompanhados

dos pais ou responsáveis.

Se o adolescente for encontrado em situação de risco, os pais poderão responder a

processo pelo eventual abandono ou não cumprimento dos poderes inerentes ao poder

familiar.

Penso que tal medida veio juntar-se às nossas necessidades, visto que seu objetivo não

é intimidar crianças e adolescentes, mas protegê-los, pois se trata de uma questão social.

O toque de recolher gera polêmica porque muitas crianças e adolescentes não aceitam

ser mandadas pelos conselheiros e querem ficar até altas horas nas ruas, escondendo-se

até mesmo nas copas das árvores, pois não querem acreditar que essa lei é uma ajuda para

a diminuição do vandalismo, da prostituição de menores, do uso de drogas e de outras

evidências que ocorrem entre os jovens.

Segundo uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas, 35% dos adolescentes

de 12 a 14 anos consomem bebidas alcoólicas e entre os de 15 a 16 anos essa taxa

aumenta para 56%. Isso acontece, na maioria das vezes, porque são influenciados por outras

pessoas; por isso nossas crianças e adolescentes precisam ser protegidos e orientados,

pois aqui mesmo onde moro há casos semelhantes que trazem sérias consequências.

Há também polêmicas por causa de muitos pais que em vez de aconselhar seus filhos,

falar e mostrar que essa é a melhor maneira de livrá-los de tudo o que os leva à ruína, não

aceitam que outras pessoas, como os conselheiros, os mandem embora para casa, mesmo sendo um modo de proteção. Pois, na minha opinião, os pais deveriam ser os primeiros a


se interessar pela segurança e o bem-estar dos filhos.

Sendo assim, os pais deveriam se conscientizar e orientar os filhos, pois essa é a melhor

maneira de eles serem pessoas educadas, honestas e de confiança, tendo um futuro brilhante,

livres de serem pessoas escravas da prostituição e do vício, que são também problemas

que nos afligem muito.
 
Professora: Maura Ferreira de Oliveira Borges


Escola: Colégio Estadual Josino Silva • Cidade: Amaralina – GO

Memórias...

Entre baldes e fantasmas


Aluna: Sabrina de Souza Rozado

Minha infância foi muito difícil. Trabalhava na roça para ajudar no sustento da família.

Nós passávamos por momentos tristes: a falta de comida, roupas e remédios. Naquela

época era comum que as crianças ajudassem a família e com isso acabavam largando cedo

os estudos.

Ah, os baldes! Esses me deram forças... (risos). Tínhamos que caminhar até um rio muito

longe para pegar água que servia para a nossa alimentação e higiene. Os baldes ficavam

mais pesados a cada passo do interminável caminho. Mas, apesar das dificuldades, lembro-

me desse tempo com muito carinho: o pedido de desculpas no olhar dos meus pais e

os sonhos que tinham para o nosso futuro.

Naquele tempo, o jeito de namorar também era diferente. Recordo que quando conheci

meu marido só podia namorar em casa com a vigilância dos meus pais. Sabia também

que já estava “metida” em compromisso sério, pois não podíamos correr o risco de ficar mal

faladas no bairro.Casei e vim para a cidade “grande” à procura de uma vida melhor, uma oportunidade


de emprego. Morei um tempo na cidade de Canoas e, mesmo trabalhando, sofríamos com

as prestações do aluguel, pois a família foi crescendo e as despesas também. Então surgiu

a oportunidade de comprarmos uma casinha em São Leopoldo; assim, vim morar no bairro

Cohab. Lembro-me de que quando cheguei aqui as pessoas falavam que este lugar tinha

sido um grande cemitério. Alguns moradores ficavam assustados, porque coisas estranhas

aconteciam em suas casas. Até hoje, quando contam “causos” de assombração, sempre tem

alguém que se lembra da história do cemitério e dos tais fantasmas que assombravam suas

casas. Fui me apegando a este lugar e enfrentando os fantasmas da vida. Quando relembro

São Leopoldo me emociono muito.

Minha casa era pequena e não tinha conforto. Os mercados eram distantes, as paradas

de ônibus exigiam longas caminhadas e os horários de transportes eram restritos. Minha

história foi se transformando dentro de minha São Leopoldo. Hoje, posso dizer que moro no

maior bairro da cidade, conhecido como a “Grande Feitoria”. Há um comércio em cada esquina,

posto de saúde e escolas espalhadas pelo bairro. Hoje São Leopoldo nos enche de

orgulho com suas riquezas culturais e históricas: Casa do Imigrante, Unisinos (Universidade

do Vale do Rio dos Sinos), Santuário Padre Reus, e até o trem que aqui já chegou. Claro, o

progresso também tem suas consequências. Fico triste quando ouço falar da poluição do

rio dos Sinos. Lembro-me dos velhos baldes d’água e da felicidade que temos no simples

ato de abrir a torneira. Ao voltar no tempo, penso que mesmo na dificuldade minha vida

sempre foi regada por momentos bons. Nesse vale vivo realizada. Sou uma senhora feliz,

que entre baldes e fantasmas construiu sua vida.

Peço ao nosso querido padre Reus que me dê muitos anos ainda para que eu possa

seguir crescendo com essa cidade, e quem sabe um dia uma menina querida escreva

nossa história.

(Texto baseado na entrevista feita com a sra. Marinalda da Silva de Oliveira, 57 anos.)

Memórias literárias

Com os olhos do coração



Aluna: Nicole Aparecida Andrade da Silva (Olimpíada de Língua Portuguesa)

Dizem que os olhos são o espelho da alma. Fora as rugas do meu rosto, são os meus

olhos que trazem de volta de forma quase mágica, setenta e seis anos de um passado cheio

de alegria, tristeza e luta.

Sou Maria, não uma Maria “cheia de graça”, mas cheia de história!

Nasci no interior de São Paulo, em Santo Antônio do Pinhal. Passei a minha vida inteira

em um bairro chamado Renópolis, que hoje traz poucos vestígios do passado, exceto as

estradas de terra, que trazem de volta, no cheiro da poeira, meus tempos de outrora.

Nasci em uma família humilde de oito irmãos. Fui uma criança que teve mais trabalho que

diversão. Naquele tempo, os meninos aprendiam desde cedo a trabalhar na roça, e as meninas,

a cuidar dos deveres de casa. Lembro-me, como se fosse hoje, de que, com apenas dez

anos, eu subia em um banquinho de madeira feito pelo meu pai para alcançar o fogão a lenha

e fazer o almoço para meus pais que vinham famintos da nossa plantação de verduras e frutas.

Acreditem, naquela idade eu já lavava a roupa da família inteira à beira do rio, que era

o ponto de encontro de todas as lavadeiras do bairro. Naquela época, as águas eram tão

cristalinas que conseguiam refletir a imagem perfeita da menina franzina que eu era. Hoje,

o mesmo rio, que lavava a minha alma cheia de sonhos, já quase não existe mais, vítima do

descuido e da erosão causada pelos moradores.

Que tempos aqueles! Sinto saudade das brincadeiras entre mim e meus irmãos, ao cair

da tarde e início da noite, onde o cenário perfeito para nossa imaginação era a nossa casa

de barro, o céu e a luz da lua. Era assim que nossa infância era iluminada, pois a luz elétrica

ainda era um sonho distante.

Enquanto brincávamos minha mãe preparava, com mãos de fada e à luz de lamparinas

– lâmpada com pavio abastecido com querosene –, o delicioso doce de goiaba com

frutas colhidas de nossa própria plantação. Aquilo era fruto proibido para nós, porque era

com o dinheiro da venda que a minha mãe comprava sapatos e tecidos para fazer nossas

roupas. Para as meninas, ela comprava a chita – tecido simples, barato e extremamentecolorido, que atualmente é usado em festas juninas e carnavais. Era um pouco transparente,


e lembro que isso me incomodava.

E foi nessa explosão de cores que nasceu uma nova Maria, a menina que trocou as

bonecas de pano pelo brilho do rouge e do batom cor de carmim – maquiagem muito usada

no meu tempo de mocinha.

Casei-me muito cedo, pois naquela época as meninas já nasciam com um único destino –

casar e ter filhos. E muitos filhos! E por isso muitas não estudavam e poucas aprendiam a escrever

o nome. É, os tempos mudaram! Hoje as moças se casam com a idade em que eu já era avó.

E foi assim que Deus me deu seis filhos, dos quais cuidei como pedras preciosas na

mesma terra onde nasci. Passei por muitos apuros. Depois de um dia inteiro de trabalho na

roça, passei muitas noites em claro bordando blusas de lã para vender em Campos do

Jordão – cidade turística de clima muito frio. Meu Deus, eu ia a pé, já que o meu bairro fica

próximo a essa cidade. Tudo isso para economizar o dinheiro do bondinho, trem que até

hoje faz o mesmo percurso e cujo preço da passagem era bem “salgado” – como chamávamos,

naquele tempo, o preço alto.

Graças ao meu amor de mãe, que não poupou nenhum tipo de sacrifício, formei duas

filhas professoras. Que orgulho! Antigamente, ser professora era uma profissão de destaque.

Não é como hoje, uma profissão tão desvalorizada.

Mas, infelizmente, a vida e o tempo nos dão bens preciosos e permitem que os percamos

também. Há dezessete anos, perdi um dos meus orgulhos, a Vera – minha filha mais

velha. Acho que enterrei com ela uma parte do meu passado, e, como consequência do

meu sofrimento, perdi a visão, resultado de uma diabetes emocional.

Hoje o mundo me parece obscuro, muito do que fui já não existe mais. Da minha janela,

viajo no tempo. Sinto o cheiro da poeira e de tudo o que plantei neste chão!

E é assim que consigo ser feliz de novo, porque passei a enxergar a vida com os olhos

do coração!

(Texto baseado na entrevista feita com a sra. Maria José dos Santos, 76 anos.)

Crônica

Mulheres




"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.



Pare para refletir sobre o sexto-sentido.

Alguém duvida de que ele exista?



E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?



E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?



E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?

O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!

"Leve um sapato extra na mala, querido.

Vai que você pisa numa poça..."

Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...



O sexto-sentido não faz sentido!



É a comunicação direta com Deus!

Assim é muito fácil...

As mulheres são mães!



E preparam, literalmente, gente dentro de si.

Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?



E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.

Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...



Tudo isso é meio mágico...

Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).



As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?



Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...



É choro feminino. É choro de mulher...



Já viram como as mulheres conversam com os olhos?



Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.

Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.

E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.

Quantos tipos de olhar existem?



Elas conhecem todos...



Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!

E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.



EN-FEI-TI-ÇAM !



E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?

Para estudar os homens, é claro!

Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...



Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".

Quer evidência maior do que essa?

Qualquer um que ama se aproxima de Deus.

E com as mulheres também é assim.



O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.

É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.

E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.

Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.

Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.

Mas elas são anjos depois do sexo-amor.

É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.

E levitam.

Algumas até voam.

Mas os homens não sabem disso.

E nem poderiam.

Porque são tomados por um encantamento

que os faz dormir nessa hora."



Luís Fernando Veríssimo