segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Receita de ano novo - Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)



Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.



Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Autenticidade e desprendimento

Cada novo dia nos exige atitudes e palavras...
Creio que o ser autêntico em palavras e ações é uma das qualidades mais essenciais do ser humano.
Ao mesmo tempo em que o desprender-se de interesses pessoais, ambiciosos, irresponsáveis e mesquinhos fazem uma pessoa ser alguém realmente com humanidade!
É também difícil às pessoas terem equilíbrio e bondade em muitas situações da vida mas é justamente nesses momentos que se prova o que é joio e o que é trigo!
A vida é uma constante prova de aprendizado e caráter.
Refletir faz-nos evoluir e mudar rotas e transformar o que se faz necessário, buscar alternativas para que a vida se torne mais amena, menos miserável e mais bela.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem,
o sim comer o não.
MELO NETO, João Cabral de. In: OLIVEIRA, Marly.

O eu lírico deseja que a atitude das pessoas que querem iniciar uma vida nova, diferente, apenas porque é Natal, realmente se mantenha, não seja um entusiasmo passageiro que dure o tempo dos festejos natalinos.
O desejo é que essa nova vida se instale de fato no cotidiano das pessoas, que a euforia perdure após o Natal.
Clichê que todo ano se repete e que deveria ser lembrado todos os dias, mas talvez seja pelo nosso esquecimento de nos renovar a cada dia ou pela incapacidade de nos mover para que esse renascer aconteça durante todo um ano ou a cada dia!
RENOVE-SE, MOBILIZE, FAÇA A DIFERENÇA!

Literatura Contemporânea

Contexto histórico
Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial; entretanto, neste período ocorreram diversas crises no campo político e social.

Os anos 60 (época do governo democrático-populista de J.K.) foram repletos de uma verdadeira euforia política e econômica, com amplos reflexos culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a Televisão.

A crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros e o golpe militar que derrubou João Goulart colocaram fim nessa euforia, estabelecendo um clima de censura e medo no país (promulgação do AI-5; fechamento do Congresso; jornais censurados, revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de intelectuais, artistas e políticos). A cultura usou disfarces ou recuou.

A conquista do tricampeonato mundial de futebol em 1970, foi capitalizada pelo regime militar e uma onda de nacionalismo ufanista espalhou-se por todo o país, alienando as mentes e adormecendo a consciência da maioria da população por um bom período de tempo: "Brasil - ame-o ou deixe-o", a cultura marginalizou-se.

Em 1979, um dos primeiros atos do presidente Figueiredo foi sancionar a lei da anistia, permitindo a volta dos exilados. Esse ato presidencial fez o otimismo e esperança renascerem naqueles que discordavam da política praticada pelos militares daquele período.

Na década de 80 inicia-se uma mobilização popular pela volta das eleições diretas, que só veio a concretizar-se em 89, com a posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991.
1995 : eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.

Manifestações Artísticas
As manifestações literárias desse período desenvolvem-se a partir de duas linhas-mestras:
a) De um lado, a permanência de alguns autores já consagrados como João Cabral e Carlos Drummond de Andrade acompanhada do surgimento de novos
artistas como Lygia F. Telles e Dalton Trevisan, ligados as linhas tradicionais da literatura brasileira: regionalismo, intimismo, urbanismo, introspecção psicológica.

b) De outro lado, a ruptura com valores tradicionais que se dispersam através de propostas alternativas ou experimentais, buscando novos caminhos ou exprimindo de maneiras pouco convencionais as tensões de um país sufocado pelas forçasda repressão. Nessa vertente nascem o concretismo, a poesia Práxis,os romancese contos fantásticos, alegóricos.

O professor Domício Proença Filho (cit. in. Faraco e Moura, Língua e Literatura, vol. 3 Ed. Ática), defende a idéia de que "nas três últimas décadas, a cultura brasileira tem vivido sob o signo da multiplicidade seja na área política, social ou artística". Para ele, a cultura pós-moderna apresenta as seguintes características:

eliminação entre fronteiras entre a arte erudita e a popular; presença marcante da intertextualidade ( diálogo com obras já existentes e presumivelmente conhecidas) mistura de estilos (ecletismo que contenta gostos diversificados) preocupação com o presente, sem projeção ou perspectivas para o futuro. Na dramaturgia, especificamente, surgiu um espectador mais ativo que passou a fazer parte de uma interação entre atores e platéia.
Música e cinema sofrendo concorrência e pressão por parte da "moda" imposta pelos países mais desenvolvidos.

A rapidez de sucessão dos modismos, tendo por objetivo o consumo desenfreado;

o lucro, passou a reinar na sociedade brasileira.
Tratando-se especificamente da Literatura, o Professor Proença aponta asseguintes características dessa arte, neste período:
a) Ludismo na criação da obra, desembocando freqüentemente na paródia ou pastiche. Ex: as sucessivas imitações do famoso poema de Gonçalves Dias, "Canção do Exílio" ("Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...").

b) Intertextualidade, característica da qual os textos de Drummond como "A um bruxo com amor" (retomando M. de Assis); "Todo Mundo e Ninguém" (retomando
o auto da Lusitânia, de Gil Vicente) são belos exemplos.

c) Fragmentação textual: "associação de fragmentos de textos colocados em seqüência, sem qualquer relacionamento explícito entre a significação de ambos", como em uma montagem cinematográfica.

POESIA
Nesta há duas constantes:
a) Uma reflexão cada vez mais acurada e crítica sobre a realidade e a busca de novas formas de expressão; mantêm nomes consagrados como João Cabral, Mário Quintana, Drummond no painel da literatura.

b) Afirmação de grupos que usavam técnicas inovadoras como: sonoridade das palavras, recursos gráficos, aproveitamento visual da página em branco, recortes, montagens e colagens.

As principais vanguardas poéticas prendem-se aos grupos:
Concretismo, Poema-Processo, Poesia-Social, Tropicalismo; Poesia-Social e Poesia-Marginal.

Concretismo
O concretismo foi idealizado e realizado pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos e por Décio Pignatari . Em 1952 esse movimento começou a ser divulgado através da revista "Noigrandes"("antídoto contra o tédio" em linguagem provençal), mas seu lançamento oficial aconteceu em 1956, com a Exposição Nacional da Arte Concreta em São Paulo. Suas propostas aparecem no Plano- Piloto da Poesia Concreta; assinado por seus inventores:

Poesia concreta: produto de uma evolução crítica de formas, dando por encerrado
o ciclo histórico do verso ( unidade rítmico- formal), a poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural, espaço qualificado estrutura espácio- temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico ¬linear, daí a importância da idéia do ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seus sentido específico (fenollosa/pound) de método de compor baseado na justa posição direta -analógica não lógico¬discursiva - de elementos. (...). Poesia concreta: uma responsabilidade integral perante a linguagem, realismo total, contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonística. Criar problemas exatos e resolvê-los em termos de linguagem sensível um arte geral da palavra. o poema- produto: objeto útil (grifos nossos).

Vários poemas desse período não apresentam versos; "jogam" com a forma e o fundo, aproveitando o espaço gráfico em sua totalidade, "brincam" com o significado e o significante do signo lingüístico, rejeitam a idéia de lirismo e tratam de forma inusitada o tema. O poema é como um quadro, sem ligações com o universo subjetivo; esse "objeto" concreto é passível de manipulação e permite múltiplas leituras (de cima para baixo; da direita para a esquerda, em diagonal, etc.).

Como pode-se perceber, retomam procedimentos que remontam às vanguardas do início do século, tais como Cubismo e Futurismo. Seus recursos são os mais variados: experiências sonoras ( aliterações, paronomásias;; caracteres tipográficas variadas (formas e tamanhos); diagramação; criação de neologismos... O poeta é um artesão da civilização urbana, sintonizado com o seu tempo.

Poesia - Práxis
Em 1962, Mário Chamie lidera em grupo dissidente, contra o radicalismo dos "mais concretos" e instaura a poesia-práxis. Em sua obra Lavra-lavra faz uma espécie de manifesto:
"as palavras não são corpos inertes, imobilizados a partir de quem as profere e as usa... As palavras são corpos- vivos. Não vítimas passivas do contexto.

O autor práxis não escreve sobre temas, ele parte de "áreas"(seja uma fato externo ou emoção), procurando conhecer todos os significados e contradições possíveis e atuantes dessas áreas, através de elementos sensíveis que conferem a elas realidade e existência".
A poesia-práxis preocupou-se com a palavra- energia, que gera outras palavras - uma valorização do ato de compor. É o que se vê no poema Agiotagem, de Mário Chamie:

Agiotagem
um dois três
o juro: o prazo
o pôr/ o cento/ o mês/ o ágio porcentagio.
dez cem mil
o lucro: o dízimo
o ágio/ a moral/ a monta em péssimo empréstimo.

muito nada tudo a quebra: a sobra a monta/ o pé/ o cento/ a quota haja nota agiota.
Fragmento do Poema "LAVRADOR" (Mário Chamie)
LAVRA: Onde tendes pá, pé e o pó sermão da cria: tal terreiro
DOR: Onde tenho a pó, o pé e a pá quinhão da via: tal meu meio de plantar sem água e sombra.
LAVRA: Onde está o pó, tendes cãimbra;
Poema-código (ou semiótico) e Poema / Processo.
Em 1964, Décio Pignatari e Luiz Ângelo Pinto, lançaram a idéia do poema- código ou semiótico, predominantemente visual, incorporando outras linguagens (jornal, propaganda), montando um texto à maneira dadaísta.

Uma outra variante do Concretismo foi uma radicalização ainda maior - o poema - processo -, criação de Wladimir Dias Pino e Alvares de Sá, utilizando sobretudo signos visuais e dispensando o uso da palavra.

A poética da resistência: A poesia -social

Seu principal mentor é o maranhense Ferreira Gullar, que, em 1964, rompe com a poesia concreta e retoma o verso discursivo e temas de interesse social (guerra- fria, corrida atômica, neocapitalismo, terceiro mundismo), buscando maior comunicação com o leitor e servir como testemunha de uma época. Após o golpe militar e a AI-5, empreende uma verdadeira "poesia de resistência". ao lado de outros escritores, artistas e compositores (J.J. Veiga, Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant'Ana, Antônio Callado, Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque, Oduvaldo Viana Filho...).

Tropicalismo
O movimento musical popular chamado Tropicalismo originou-se, ainda na década de 60, nos festivais de M. P. B. realizados pela TV Record, que projetaram no cenário nacional, os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat.

Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas os tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário brasileiro, retomando o ideário e as propostas do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade. Dessa forma, propunham a devoração e de deglutição de todo e qualquer tipo de cultura, desde as guitarras elétricas dos Beatles até a Bossa Nova de João Gilberto e o "nordestinismo" de Luiz Gonzaga.

Características dos textos:
ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade; enunciação de flashes cinematográficos aparentemente desconexos, ruptura com os padrões tradicionais da linguagem ( pontuação sintaxe etc.).
Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro.
Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados.
A partir daí, a linguagem artística ou se cala ou se metaforiza ou apela para meios não convencionais de divulgação.

A Poesia Marginal

Segundo a professora Samira Youssef Campedelli (M Literatura, História e Texto, 3, Saraiva) "a poesia desenvolvida sob a mira da polícia e da política nos anos 70 foi uma manifestação de denuncia e de protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos, coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura, escarnecem a própria literatura.

A profusão de grupos e movimentos poéticos, jogando para o ar padrões estéticos estabelecidos, mostra um poeta cujo perfil pode ser mais ou menos assim delineado ele é jovem, seu campo é a banalidade cotidiana, aparentemente não tem nem grandes paixões nem grandes imagens, faz questão de ser marginal". Experimentalismo, moralidade, ideologia e irreverência são algumas de suas características.

A divulgação dessa obra foge do "circuito tradicional": são textos fechados em muros; jornais, revistas e folhetos mimeografados ou impressos em gráficas de fundo de quintal e vendidas em mesas de restaurantes, portas de cinemas, teatros e centros culturais; happening e shows musicais; até uma "chuva de poesia" foi realizada no centro de São Paulo, da cobertura do edifício Itália, em 1980.

Ainda de acordo com a Professora Samira (opuscit, p.354) "Recupera-se alguns laços com a produção do primeiro Modernismo (1922) - poemas -minuto, poemas ¬piada; experimentaram-se técnicas como a colagem e a desmontagem dadaístas; praticaram-se formas consagradas, como o sonetos ou o haicai; tudo foi possível dentro do território livre da poesia marginal, como bem atestam os poemas de Paulo Leminsky, à moda grafite, com sabor de haicai:

NÃO DISCUTO COM O DESTINO O QUE PINTAR EU ASSINO
Representantes desse grupos: Wally Salomão, Cacaso,Capinam, Alice Ruiz, Charles, Chacal, Torquato Neto e Gilberto Gil (Marginalia e "Geléia Geral")
o céu não cai do céu
O céu não cai do céu, poema de Régis Bonvicino
Não é rara também a paródia, assim como a metalinguagem.
Enquanto os concretistas atribuem grande importância à construção do poema, os marginais preocupam-se sobretudo com a expressão, ora de fatos triviais, ora de seus sentimentos. Por isso, boa parte dessa poesia marca-se por um tom de conversa íntima, de confissão pessoal.

Outras Tendências
Alguns poetas não se filiam a nenhuma dessas tendências, ou constituindo obra pessoal ou seguindo novos caminhos, ainda muito novos e incertos para serem "catalogados"; ou retomando a linha criativa de poetas já consagrados, como Drummond, Murilo Mendes e João Cabral.
São eles: Adélia Prado,Manuel de Barros,José Paulo Paes,Cora Coralina; entre outros.

Prosa
Assim como na Poesia, na Prosa o período pós -moderno caracteriza-se por uma pluralidade de tendências e estilos.

A partir dos anos 70, vão -se quebrando limites entre os gêneros literários : romance e conto, conto e crônica, crônica e notícia; desdobram-se e acabam incorporando técnicas e linguagens, antes fora de seus domínios. Dessa forma, aparecem romances com ares de reportagens; contos parecidos com poemas em prosa ou com crônicas, autobiografias com lances romanescos narrativos que adquirem contornos de cena teatral; textos que se constroem por justaposição de cenas, reflexões, documentos ...

O Romance
O romance ora segue as linhas tradicionais, aprofundando-se e enriquecendo-as com novos temas; ora inova, criando novas nuances de prosa.
Há diversos tipos de romance

Romance regionalista:
Seguindo um caminho tradicional, iniciado desde o Romantismo, uma safra de bons escritores continua a retratar o homem no ambiente das zonas rurais, com seus problemas geográficos e sociais.

Ex:
Mário Palmério (Vila dos Confins, Chapadão do Bugre),José Cândido de Carvalho (O Coronel e o Lobisomem), Bernardo Élis (O tronco),Herberto Sales (Além dos Maribus), Antônio Callado (Quarup); entre outros.

Romance Intimista:
Na mesma linha de sondagem interior, de indagação dos problemas humanos, iniciada por Clarice Lispector, vários autores exploram o interior de personagens angustiadas, desnudando seus traumas, problemas psicológicos, religiosos, morais e metafísicos:

Ex:
Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra, As Meninas),Autran Dourado (Ópera dos Mortos, O Risco no Bordado),Osman Lins (O Fiel e a Pedra), Lya Luft (Reunião de Família ), Aníbal Machado (João Ternura), Fernando Sabino (O Encontro Marcado), Josué Montello (Os degraus do Paraíso), Chico Buarque (Estorvo); entre outros.

Romance urbano - social
Documenta os grandes centros urbanos com seus problemas específicos : a burguesia e o proletariado em constante luta pela ascensão social, luta de classes, violência urbana, solidão, angústia e marginalização.

Ex:
José Condé (Um Ramo para Luísa),Carlos Heitor Cony (O ventre), Antônio Olavo Pereira (Marcoré), Marcos Rey, Luís Vilela, Ricardo Ramos, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca.

Romance político A censura calou, durante um tempo, as vozes dos meios de comunicação de massa fazendo com que o romance passasse a suprir essa lacuna, registrando o dia-a-dia da história, fazendo surgir novas modalidades de prosa:

a) paródia histórica. Ex: Márcio de Sousa (Galvez, o Imperador do Acre), Ariano Suassuna (A Pedra do Reino), João Ubaldo Ribeiro (Sargento Getúlio).

b) o romance reportagem, com emprego de linguagem jornalística e enredos com relatos de torturas, como veículo de denúncia e protesto contra a opressão.
Ex: Ignácio de Loyola Brandão (Zero, não Verás País Nenhum), Antônio Callado (Quarup, Reflexos do baile), Roberto Drummond (Sangue de Coca- Cola) e Rubem Fonseca (O Caso Morel).

c) o romance policial, com aspectos urbanos e políticos aparece na ficção de Marcelo Rubens Paiva (Bala na Agulha) e de Rubem Fonseca; este último, considerado o melhor nesse gênero, escreveu "A Grande Arte", "Bufo & Spallanzani" ,"Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos"dentre outros.

d) o romance histórico, que consegue fundir narrativa policial, fatos políticos e abordagem histórica tem grandes representantes como a obra "Agosto" de Rubem Fonseca, que retrata os acontecimento políticos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio; "Boca do Inferno" de Ana Miranda que retrata a Bahia do século XVII e os envolvimentos políticos e amorosos de Gregório de Matos; Fernando Morais seguindo esta linha escreve "Olga", a história da esposa de Luís Carlos Prestes, entregue aos alemães nazistas pelo governo de Getúlio.

No Realismo Fantástico e no Surrealismo alguns escritores constroem metáforas que representam a situação do Brasil utilizando situações absurdas e assustadoras.

Ex:
Murilo Rubião é o pioneiro (O Pirotécnico Zacarias, O Ex-Mágico); J. J. Veiga (Sombras de Reis Barbudos, A Hora dos Ruminantes); Moacir Scliar (A Balada do Falso Messias, Carnaval dos Animais); Érico Veríssimo (Incidente em Antares).
Romance Memorialista e / ou autobiográfico
Essa tendência surge na ficção brasileira na década de 80, misturando autobiografia, relatos de viagens memoriais e reflexões de intelectuais que viveram no exílio ou foram testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime militar.

Ex: Pedro Nava (Baú de Ossos),Érico Veríssimo (Solo de Clarineta I e II), Fernado Gabeira(O que é isso Companheiro? e O Crepúsculo do Macho), Marcelo Rubens Paiva (Feliz Ano Velho).
Romances experimentais e metalingüísticos
Desenvolvem novas técnicas de narrativa e trabalho linguístico que apresentam estrutura fragmentária.

Ex:
Osman Lins (Avalovara), Ignácio de Loyola Brandão (Zero), Ivan Ângelo (A Festa),Antônio Callado (Reflexos do Baile).

O Conto e a Crônica

A partir dos anos 70, houve uma verdadeira explosão editorial do conto e da crônica, por serem narrativas curtas, condensadas e atenderem à necessidade de rapidez do mundo moderno. Novas dimensões foram introduzidas no conto tradicional : subversão da seqüência narrativa, interiorizarão do relato, colagem de flashes e imagens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados emocionais.

A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com flagrantes do cotidiano, também passou a agradar o leitor tornando-se popular.

Autores que se destacam nesses dois gêneros:
Contos:
Lygia F. Telles,Osmar Lins, Murilo Rubião,Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende,Dalton Trevisan,J. J. Veiga,Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio,Domingos Pelegrim Jr,Ricardo Ramos, Marina Colasanti,Luís Vilela,Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.

Crônica:
Rubem Braga,Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz,Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira,Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo eJoão Ubaldo Ribeiro.

Então é quase Natal...

Ouvi dizer que o Natal perdeu seu significado...
Que deu lugar ao consumismo,
Árvores de Natal
e Papai Noel

Mas eu prefiro lembrar que neste Natal,
Por conta dos empregos temporários,
Muitas pessoas puderam resgatar um pouco de sua dignidade.

E que por conta do dinheirinho extra que receberão
Muitos pais e mães de família poderão
Oferecer uma mesa mais farta aos seus filhos

Prefiro lembrar que
por conta das Campanhas de Solidariedade feitas nesta época
algumas crianças ganharão, sim, algum brinquedo.

E que você...
Você poderá dar Aquele Abraço nas pessoas que você gosta
Mas que “por falta de motivo” pra abraçar
Ficou contido até agora...

E, talvez, neste momento você perceba que,
Bem ou mal,
No Natal, o Amor está em toda parte!

Mas, se ainda assim, você não quiser celebrar nesta data
Não tem problema:
Quero te convidar a viver com o Espírito do Natal
Todos os teus dias!

(Augusto Branco)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Carlos Drummond de Andrade

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Governo Anastasia não resolve conflitos com categoria

Os educadores constantemente são cobrados para que resolvam conflitos em sala de aula. Tanto tecnocratas quanto demagogos ou pedagogos exigem que professores esforcem-se para resolver conflitos entre alunos dentro da sala de aula.
Infelizmente esse não é um exemplo que se possa seguir a partir do governo do estado.
Ao invés de dialogar com a categoria apenas ataca covardemente com punições, desrespeito, mentiras...
Triste para os educadores e para a população que necessita da escola pública, pois com educadores desvalorizados, enganados, desrespeitados não há como existir educação pública de qualidade!
A conscientização desta realidade é mais do que necessária, é crucial para toda população se espera viver numa sociedade democrática e pacífica.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A sátira nos dias de hoje

Trabalho para o 1ano

Como vimos no Arcadismo, nas Cartas Chilenas, a sátira é uma forma de expressão literária que ridiculariza o comportamento humano, foi muito explorada no século XVIII. Por isso, seria útil ampliar esse estudo com uma atividade sobre a sátira moderna, que está presente nos mais diversos meios de comunicação - jornal, revista, internet etc. Hoje, a sátira pode ser expressa sob a forma de música, tira de jornal, desenho, filme, texto escrito, cartum, entre outras. Os temas explorados também variam muito, mas focalizam sempre indivíduos que tenham algum tipo de destaque na sociedade. Por isso, os alvos preferidos dos que fazem sátiras são os políticos, os artistas e os esportistas.

ATIVIDADE:
- Pesquisem exemplos de formas de expressão satírica e comentem qual é a crítica, o que ou quem criticam e se é convincente.
- Elaborem sua própria sátira sobre um tema atual.

BOM TRABALHO!

sábado, 26 de novembro de 2011

Elaboração de artigo a partir do resultado das entrevistas 9ano

Com base no que foi constatado nas entrevistas, elaborar um artigo em que demonstrem a visão de vocês sobre o jovem brasileiro nos dias de hoje.
Esquema sugerido:
- Primeiro parágrafo(introdução): a dificuldade de definir o jovem brasileiro
- Segundo parágrafo (desenvolvimento):comentar a visão estereotipada que muitos têm do jovem
- Terceiro parágrafo: refutar a visão anterior por meio de argumentos e exemplos
- Quarto e outros parágrafos: apresentar a visão de vocês sobre o jovem aproveitando o resultado da pesquisa
- Último parágrafo: abordar o papel do jovem nas transformações sociais.

BOM TRABALHO!

Trabalho 9ano ENTREVISTA

Em grupo de 5 alunos devem entrevistar de cinco a dez adolescentes procurando dados para traçar um perfil dos jovens de nossa região. Apresentar aos entrevistados o questionário a seguir acrescido de outras questões que o grupo considerar importantes, anotar as respostas e tabular os resultados.

1. Como você se vê...
a)engraçado
b)rebelde
c)conservador
d)original
e)relaxado
f)como meus amigos
g)individualista
h)intelectual
i)outros

2.Quais suas atividades de lazer...
a)assistir à TV
b)ouvir rádio
c)ir ao cinema
d)ler livros
e)navegar na Internet
f)ficar com os amigos
g)assistir a filmes em casa
h)estudar
i)praticar esportes
j)ouvir CDs
k)ler revistas
l)ler jornais
m)jogar videogame

3)Em quem você confia...
a)em mim mesmo
b)em parentes
c)em líderes religiosos
d)no país
e)no namorado ou namorada
f)no técnico esportivo
g)em amigos
h)nos professores
i)nos políticos
j)outros

4)O que pensa do mundo e do país...
a)vão melhorar
b)dependem da organização da sociedade
c)não vejo perspectivas de melhora
d)pessoas comuns podem fazer a diferença
e)outros

5)Qual seu objetivo na escola...
a)adquirir conhecimento
b)conversar com amigos
c)investir no futuro
d)ter um diploma
e)cumprir minha obrigação
f)nenhum
g)ainda não sei
h)conhecer pessoas e namorar
i)descobrir o que fazer da vida
j)outro _________________

6)Como a escola pode contribuir ...
a)programando lazer
b)transmitindo mais informações
c)alternando formas de ensino
d)tendo mais rigor
e)exigindo menos
f)abolindo livros
g)usando mais os livros
h)utilizando meios tecnológicos
i)outro ____________________

7)O que espera de seu professor...
a)Transmissão de conteúdos
b)Amizade
c)Diálogo sobre conteúdo escolar e cotidiano
d)Orientação para o futuro
e)Solução para meus problemas escolares
f)Outro __________________

8)Sobre sua família...
a)Sente-se perfeitamente estável e feliz
b)Tem muitos problemas
c)Detesta
d)Gostaria de ter mais apoio
e)Outro ____________

9)Sugestões para melhorar a qualidade da educação pública
a)Selecionar melhor os educadores
b)Valorizar melhor os educadores
c)Valorizar melhor os estudantes
d)Valorizar melhor estudantes e educadores
e)Melhorar a infra-estrutura (prédio) da escola
f)Disponibilizar material didático diversificado (livros, internet, etc)
g) Outras ____________

10)Qual profissão pretende seguir...
a)Professor
b)Médico
c)Jornalista
d)Político
e)Empresário
f)Vendedor
g)Não tem ideia
h)Não pretende trabalhar
i)Outra ________________

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Por que todos consideram a educação importante, menos os políticos...

Claro que no discurso ela é a primeira da lista nas promessas mas quando se trata de agir correm da responsabilidade. O exemplo está aí para todos, os educadores fizeram 47 dias de greve em 2010 e 112 dias em 2011, optaram pela remuneração de vencimento básico por inúmeras vezes, paralisaram, pediram, reivindicaram, estiveram na ALMG, mandaram e-mail para os deputados mas nada foi capaz de convencê-los ou sensibilizá-los, será porque seria do interesse deles apoiarem o governo neste confisco contra os educadores ou é perigo demais ter educadores públicos valorizados pois...
SE METADE DO ORÇAMENTO DOS GASTOS MILITARES NO MUNDO FOSSE INVESTIDO NA EDUCAÇÃO, OS GENERAIS SE TORNARIAM JARDINEIROS; OS POLICIAIS, POETAS; OS PSIQUIATRAS, MÚSICOS. A VIOLÊNCIA, A FOME, O MEDO, O TERRORISMO E OS PROBLEMAS EMOCIONAIS ESTARIAM NAS PÁGINAS DOS DICIONÁRIOS E NÃO NAS PÁGINAS DA VIDA! (A.Cury)

Dia 22-11 > Educadores são ignorados na ALMG

A maioria dos deputados votaram contra a reivindicação dos educadores para manterem a carreira no vencimento básico ou PISO SALARIAL como manda a LEI FEDERAL!Guardem estes nomes e os esqueçam na próxima eleição!!!

Deputados inimigos da Educação pública e dos educadores:


Alencar da Silveira Junior, Ana Maria Resende, Anselmo José Domingos, Antônio Carlos Arantes, Antônio Genaro, Antônio Lenin, Arlen Santiago, Bonifácio Mourão, Bosco, Célio Moreira, Dalmo Ribeiro, Deiró Marra, Délio Malheiros, Doutor Viana, Doutor Wilson Batista, Duilio de Castro, Carlos Henrique, Carlos Mosconi, Cássio Soares, Fabiano Tolentino, Fábio Cherem, Fred Costa, Gilberto Abramo, Gustavo Corrêa, Gustavo Valadares, Gustavo Perrella, Hélio Gomes, Henry Tarquinio, Inácio Franco, Jayro Lessa, João Leite, João Vitor Xavier, José Henrique, Juninho Araújo, Leonardo Moreira, Luiz Carlos Miranda, Luiz Henrique, Luiz Humberto Carneiro, Luzia Ferreira, Marques Abreu, Neider Moreira, Neilando Pimenta, Pinduca Ferreira, Romel Anízio, Rômulo Veneroso, Rômulo Viegas, Sebastião Costa, Tenente Lúcio, Tiago Ulisses, Zé Maia, Duarte Bechir.


Deputados que votaram a favor dos educadores e da Educação pública:


Adalclever Lopes, Adelmo Carneiro Leão, Almir Paraca, André Quintão, Antônio Júlio, Bruno Siqueira, Carlin Moura, Celinho do Sinttrocel, Durval Ângelo, Elismar Prado, Ivair Nogueira, Liza Prado, Maria Tereza Lara, Paulo Guedes, Pompilio Canavez, Rogério Correia, Rosângela Reis, Tadeu Leite, Ulisses Gomes, Sávio Souza Cruz.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“Se você não tiver cuidado os jornais vão ensinar a odiar os oprimidos e amar os opressores”

"Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu [...]

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar [...]

Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria [...]

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Licença para a matemática...

Hoje vou brincar de professor de matemática. Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.

Problema nº1
Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.
Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.
Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?
R: 160,00 reais diários
Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2
O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(vixe, valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3
Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:
Sindicato: R$12,00reais
Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)
Agua/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$60,00 reais
Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais
Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$1202,00
Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades

Agora eu te pergunto:
- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??

Proclamação da República no Brasil

Proclamação da República no Brasil
História da Proclamação da República, feriado do dia 15 de Novembro, crise da monarquia, Marechal Deodoro da Fonseca, movimento republicano, história do Brasil, fim da monarquia, democracia no Brasil.

Introdução

No final da década de 1880, a monarquia brasileira estava numa situação de crise, pois representava uma forma de governo que não correspondia mais às mudanças sociais em processo. Fazia-se necessário a implantação de uma nova forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.

Crise da Monarquia

A crise do sistema monárquico brasileiro pode ser explicada através de algumas questões:

- Interferência de D.Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja Católica;


- Críticas feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não aprovavam a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam descontentes com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam se manifestar na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;


- A classe média (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar o fim do império;


- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico;

Diante das pressões citadas, da falta de apoio popular e das constantes críticas que partiam de vários setores sociais, o imperador e seu governo, encontravam-se enfraquecidos e frágeis. Doente, D.Pedro II estava cada vez mais afastado das decisões políticas do país. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava força no Brasil.

A Proclamação da República

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de então, o pais seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. Foi um grande avanço rumo a consolidação da democracia no Brasil.

Foi em vão... A democracia realmente se consolidou no Brasil, será que vivemos DEMOCRACIA ou estamos aceitando passivamente o que um DITADOR travestido de governador tem nos imposto, ataques, desmoralização, descrédito, desestimulo são obstáculos que os educadores que ousam falar, reivindicar tem conseguido neste atual governo!

Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos,
e, para mais me espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau. Mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.

Luís Vaz de Camões.

sábado, 12 de novembro de 2011

GOVERNO X EDUCADORES

Os trabalhadores em educação realizaram, este
ano, uma greve de 112 dias. O movimento foi
suspenso em função do compromisso firmado
com o governo do Estado em atendimento à
reivindicação da categoria, do pagamento do
Piso Salarial Profissional Nacional na carreira,
previsto na lei federal 11.738/08. A categoria
retornou à escola e, passados 44 dias,
o governo ainda não cumpriu o Acordo.
EDUCAÇÃO X GOVERNO
Entenda a questão
www.sindutemg.org.br

Texto para reflexão

8 de novembro de 2011 às 22:56
Wilson Correia: USP, repressão ou educação?
por Wilson Correia

Pobre sociedade que militariza suas universidade e criminaliza sua comunidade acadêmica, pois isso é confessar o fracasso dessa instituição social cuja tarefa primeira é a de propiciar os meios necessários à auto-formação humana, para o trabalho e para a cidadania pelo homem e pela mulher.

Por isso, vale lembrar que o Art. 207 da Constituição Federal de 1988 estabelece a autonomia universitária nos seguintes termos: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

A autonomia é o anteparo jurídico-institucional (e, consequentemente, didático, científico, administrativo, financeiro e patrimonial) voltado, exclusivamente, para o resguardo da liberdade de cátedra: de ensinar, pesquisar e fazer ação extensionista da universidade, pertencente ao povo que a mantém.

Como saber arrasta consigo certa substância do poder, entendo que a autonomia universitária visa a proteger a universidade da mistura entre o poder-saber e poder-partidário, esse dos diversos grupos políticos que se aboletam nas esferas públicas com o intuito de usarem a educação como plataforma programática político-partidária.

A história –sábia mestra– apresenta-nos carradas de fatos em meio aos quais a liberdade de pensamento foi posta no lixo por conta de caprichos idiossincráticos profundamente questionáveis. Aliás, foram esses acontecimentos que motivaram a construção da autonomia universitária (Sócrates, Giordano Bruno, Galileu Galilei, entre outros, aí lembrados).

Na esteira desse entendimento, fez-se tradição o campus universitário ser também ele um domínio que usa leis próprias, na independência que visa a proteger a produção científica e filosófica de possíveis influências externas impossibilitadoras da liberdade acadêmico-universitária.

Vivo a universidade desde 1989. Sempre testemunhei o entendimento de que polícia não deve funcionar no interior de um campus universitário. No máximo, que cada universidade tenha sua Guarda Universitária própria, voltada para a atividade-fim implicada nas práticas educativas, e não para ações mobilizadoras de aparatos repressivos, quaisquer que sejam eles.

O papel da instituição social chamada universidade é de usar práticas pedagógicas, mas se abster de lançar mão da violência estatal, preterida porque deriva do monopólio da força de que o Estado sempre gozou, exatamente porque os processos universitários são lastreados na liberdade, na educabilidade e na perfectibilidade humana de que todos os homens e mulheres podem lançar mão.

Quando a força da repressão passa a ser a opção de uma instituição educativa, como agora acontece na USP, em que a repressão suplanta a educação, isso revela que sua missão primeira –a de educar– foi colocada em xeque, está falida ou não desfruta mais da legitimidade que a autonomia universitária lhe confere. Essa medida, então, torna-se profundamente preocupante.

Será que a universidade chegou mesmo ao fundo do poço? Será que a universidade não acredita mais em sua competência educativa? Será que a universidade aderiu de vez ao senso comum por aí alardeado de que para se lidar com drogas a única “droga” é a repressão?

Aliás, reprimir o uso de drogas em lugar de educar para que a juventude saiba lidar com esse dado de nossa realidade é mesmo uma função da instituição universitária? Estamos assistindo à inversão das finalidades institucionais da universidade?

Que a autonomia universitária seja a trilha que mostre para a universidade que o seu precípuo papel é o de educar, possibilitando a auto-formação. Deixemos a repressão para quem dela necessita: os “ordeiros” que não suportam as diferenças e nem querem fazer com que a justiça social e a ética vigorem, facilitando, assim, que forças legalistas e repressivas prosperem para nos asfixiar.

Wilson Correia é Doutor em Educação pela UNICAMP e Adjunto em Filosofia da Educação no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hipocrisia e preconceito

Ser hipócrita talvez seja um dos piores comportamentos do ser humano, além é claro, de preconceitos enraizados mais do que qualquer tipo de senso. As pessoas, em geral, são movidas por interesses, claro, mas algumas usam esse interesse de maneira imoral, desumana e cruel. O mundo seria melhor e a convivência entre as pessoas seria mais saudável se houvesse um respeito recíproco entre as pessoas e se o olhar entre elas fosse mais de humanidade, amor e compaixão, ao invés de soberba, desprezo e indiferença... É triste perceber que as pessoas se vangloriam de atitudes tiranas e altivas em desprezo da mútua cooperação. A paz social só será possível quando as pessoas perceberem que o responsável pela paz é cada um de nós!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Relato da viagem a BH em 10-11

Espaço para que os alunos postem seu comentário sobre a viagem a BH, sua impressão, seu aprendizado, suas emoções sentidas ao conhecer a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e ao encontrar educadores-estudantes de diferentes cidades de MG.
Relatem todo trajeto da viagem, seus anseios, expectativas, alegrias e decepções...
Utilizem uma linguagem formal mas cheia de sentimento!
Qual a realidade dos trabalhadores públicos vocês perceberam, tanto educadores quanto servidores da saúde e da segurança pública. Que opinião vocês formaram ao assistir à assembleia, relatem detalhadamente o que conseguiram apreender!
Relatem também quais falas vocês concordaram e quais discordaram, justificando.
E claro, se acharam válida a viagem. Até lá!

Na minha escola todo mundo é igual

Lá na minha escola
Ninguém é diferente
Cada um tem o seu jeito
O que importa é ir pra frente

Tem criança gorda, magra.
Alta, baixa, rica e pobre
Mas todos são importantes
Como prata, ouro e cobre.

Tem gente que aprende depressa
Tem gente que demora um pouco
Mas isso não faz diferença
Porque um ensina pro outro.

Na minha escola se aprende
Que não existe perfeição
E o que todos nós precisamos
É de carinho e atenção.

Que bom se todo mundo
Pudesse entender direito
Que tudo fica mais fácil
Sem o tal do preconceito.

Rossana Ramos. Na minha escola todo mundo é igual. São Paulo, Cortez, 2004.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Licença...

Só quero ser livre!
Só quero ser compreendida...
Só quero que todos pensem!
Só quero que todos cidadãos sejam valorizados!
Só quero que haja mais justiça!
Só quero que haja mais amor!
Só quero que o tempo não nos aprisione!
Só quero que todos sejamos um!
Só quero que tudo concorra para o bem de todos...

Enfim, será que quero muito ou
o mundo e as pessoas é que querem de menos!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Cecília Meireles.

REINVENTAR A VIDA É ALGO QUE DEVEMOS FAZER TODOS OS DIAS POIS NUNCA ESTAMOS COMPLETAMENTE CERTOS E NEM TOTALMENTE ERRADOS, SOMOS LIMITADOS MAS CAPACITADOS NA MEDIDA EM QUE ACREDITAMOS NO QUE QUEREMOS E TEMOS CORAGEM DE FAZER!

domingo, 6 de novembro de 2011

Liberdade É Tudo

A liberdade é tudo
E está nas tuas mãos
E ainda que o mundo queira me prender
Eu sei que posso viver
Pois livre sou, pois teu eu sou
A liberdade está em te servir
E ainda que me digam que sou tolo
Vou continuar assim
No inverso deste mundo
Que só pensa em receber
Sempre vou ser.

Livre como o vento
Amado como filho
Sem medo e sem lamento
Viver assim querendo
Amar-te sempre mais
Servir-te sempre mais
Buscando a tua vida
Teu infinito amor

Toda verdade está na tua voz
E ainda que o ruído deste mundo
Tente me ensurdecer
Vou te seguir, vou te ouvir
A liberdade é reconhecer
Que a tua voz é fonte de certeza
De vida plena
Em tuas mão seguras
Quero me sentir assim
Sempre assim.

Pe. Fábio de Melo

sábado, 5 de novembro de 2011

Atividade extra, caros alunos!

Em tempos de avaliações tipo ENEM, SIMAVE, PROEB e outras mais, para checar o nível de conhecimento dos alunos da rede pública de Minas Gerais - este estado que era, até ontem, a primeira maravilha do planeta (era, não é mais, pois não está imune à crise na Europa) -, achamos por bem montar uma avaliação de treinamento para que todos possam estudar no final de semana.


1) Com base nas informações gerais e visuais e perceptivas da realidade mineira, marque a alternativa que indica onde NÃO está o tutu de Minas:

A) no bolso dos banqueiros.
B) no bolso dos empreiteiros.
C) no bolso dos políticos (deputados, governador, secretários/as de estado, procurador da justiça, desembargadores, diretores do TCE)
D) no bolso dos proprietários da grande mídia e de jornalistas amigos do rei.
E) no bolso dos professores e demais educadores da rede pública de Minas.

2) Durante a heroica greve de 112 dias dos educadores de Minas, a principal reivindicação, que não foi atendida pelo governo, era:

A) a cobrança de aumentos salariais exorbitantes, acima de todos os parâmetros imagináveis.
B) o aumento do período de férias dos professores, semelhante ao dos deputados.
C) a cobrança de uma lei federal, que instituiu o piso salarial nacional para os profissionais da Educação.
D) o direito de comparecer à escola apenas uma vez por semana.
E) o direito de escolher diretamente os diretores e secretárias da Educação e do Planejamento do estado.

3) O governo de Minas aplicou diversas medidas punitivas para tentar minar a paralisação dos educadores mineiros. Entre essas medidas, marque aquela que NÃO aconteceu:

A) o governo reduziu ilegalmente o salário de 153 mil educadores em julho de 2011.
B) o governo cortou os salários dos educadores antes da justiça haver se pronunciado sobre a legalidade ou não da greve.
C) o governo contratou substitutos, a maioria dos quais sem habilitação para lecionar, para o lugar dos professores titulares em greve.
D) o governo de Minas pagou o prêmio de produtividade em setembro de 2011, para minimizar o impacto do corte salarial realizado pelo governo.
E) o governo deixou os educadores mais de 50 dias sem salário, mesmo após a suspensão da greve.

4) Após a suspensão da greve de 112 dias, que ocorreu em 27 de setembro, o governo se comprometeu a negociar o pagamento do piso dos educadores na carreira. Passado um mês da suspensão da greve, o governo:

A) cumpriu plenamente a sua palavra, apresentando uma proposta que respeita a legislação nacional e estadual vigente.
B) apresentou uma proposta de tabela indecente, na qual o professor com doutorado receberá R$ 908,00 de piso salarial.
C) cumpriu a lei do piso, apresentando uma tabela de acordo com os percentuais de promoção e progressão existentes atualmente.
D) reconheceu que paga salário de fome para os educadores e mandou refazer os cálculos das tabelas, ajustando-as ao que manda a Lei.
E) apresentou os números detalhados de quanto e como se gasta o dinheiro da Educação em Minas Gerais.

5) o governador do estado deu entrevista para uma rádio oficiosa dizendo que não tem data para pagar o prêmio de produtividade. Qual foi o argumento principal usado por ele?

A) que o tutu de Minas evaporou, pois o estado ficou muito tempo sem chuva.
B) que o prêmio já foi pago no ano passado, não havendo motivo para que seja pago novamente este ano.
C) que a arrecadação do estado pode cair, em função da crise na Europa, combinada com a crise de 2009.
D) que as despesas de custeio, combinadas com as despesas de pessoal, subtraídos os gastos com as obras do Mineirão, ficaram maiores do que a receita do país.
E) que Minas cresce mais do que a China, mas que este ano deu uma emperrada feia, e só voltará a crescer em 2014, após a Copa.

6) Muito se fala sobre a política de choque de gestão implantada pelo governo anterior, continuada pelo atual. Esta política tem como principal característica:

A) um violento confisco salarial no bolso dos servidores, especialmente dos educadores, que perderam direitos, salários, e agora podem perder a carreira e o piso.
B) a eficiência administrativa a toda prova, priorizando a qualidade dos serviços prestados, especialmente os da Educação e da Saúde, sem esquecer do Ipsemg.
C) a excelência em matéria de eficiência admistrativa, pois Minas tinha déficit e passou a ter tutu sobrando na mesa, nas ruas, nos bancos e até nas praças.
D) Minas aboliu a prática da gestão baseada no puxasaquismo ao chefe, na punição burocrática, e passou a tratar a coisa pública com impessoalidade e moralidade.
E) o governo tornou as contas do estado mais transparentes, principalmente as da Educação, aplicando até mais do que os 25% previstos na Carta Magna.

7) A heroica greve de 112 dias de Minas revelou a verdadeira face de algumas instituições e personagens do estado. Sobre a Justiça mineira, podemos concluir que:

A) ela é justa, segue o que diz a Lei e dá ótimo exemplo para a população mineira.
B) tal como outros poderes, ela age de acordo com a vontade do governante, mesmo ao arrepio da legislação vigente.
C) ela existe, tem sede fixa, mas ninguém sabe ao certo onde ela está.
D) seus desembargadores são altamente preparados e atuam com grande independência, baseados na Lei e não na influência política dos governantes e grandes empresários.
E) a Justiça mineira procura conciliar o inconciliável e quando tem que escolher, age sempre em favor dos fracos e oprimidos.

8) Sobre a atuação do procurador-geral da Justiça de Minas, podemos dizer que:

A) é um homem íntegro, rigoroso cumpridor dos seus devedores, um exemplo de fiscal da Lei encravado no estado de Minas.
B) atuou na greve dos educadores como verdadeiro assessor do governador, pedindo a ilegalidade da greve, quando deveria mandar pagar o piso, que é lei federal.
C) é uma pessoa zelosa pelo cumprimento da Lei, especialmente em relação ao governo de Minas, em relação ao qual tem total independência.
D) Minas Gerais não tem procurador e Ministério Público, pois o estado é um território independente do Brasil e do mundo.
E) só galgou o cargo de procurador geral com uma ajudazinha do então ex-governador do estado, devendo-lhe, portanto, favores.

9) Quanto ao poder Legislativo de Minas Gerais, composto por deputados estaduais eleitos pelo povo mineiro, podemos dizer:

A) é uma Casa que atua com autonomia, prestando relevantes serviços à população, especialmente aos mais pobres.
B) é um exemplo de legislativo para o Brasil, cujos deputados cortam os próprios salários e verbas indenizatórias.
C) é composta de deputados que trabalham de segunda a sábado, de 06 da manhã às 23h: um verdadeiro exemplo de dedicação ao povo mineiro.
D) é uma Casa que recebeu o apelido de "homologativa", pois a maioria dos seus integrantes, em troca de favores políticos e pessoais, votam sempre em favor do governo, não havendo qualquer autonomia em relação a este poder.
E) é "uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada; ninguém podia fazer pipi, porque penico não tinha ali".

10) Minas já teve personagens de destaque no cenário político nacional. O neto de um deles é agora candidato a presidência da República e atual senador. Durante as duas últimas greves dos educadores de Minas - a de 47 dias em 2010 e a de 112 dias em 2011 - ele:

A) procurou interceder em favor dos educadores, buscando soluções para a crise.
B) na primeira, ele fugiu para a Europa em prolongadas férias; na segunda, ele ficou no Rio, onde mora, e não deu uma declaração sequer sobre o assunto.
C) não se envolveu com o assunto porque em 2004 e 2005 ele fez aprovar o plano de carreira e as tabelas salariais dos educadores, que ele usará na sua campanha eleitoral.
D) a Educação pública não faz parte do escopo do seu programa de Choque de Gestão para os brasileiros e brasileiras.
E) é uma pessoa altamente sensível aos problemas mineiros e brasileiros, pois é de origem humilde, já tendo inclusive morado nas comunidades simples das periferias do país.

Caros alunos, leiam com atenção e façam uma boa prova. Bom fim de semana para todos!

FONTE DE CONSULTA: blog do euler
1
Que falta nesta cidade?.........Verdade.
Que mais por sua desonra?.......Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.


2
Quem a pôs neste socrócio?.......Negócio.
Quem causa tal perdição?.........Ambição.
E no meio desta loucura?.........Usura.

Notável desaventura
de um povo néscio, e sandeu,
que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura.



5
E que justiça a resguarda?.......Bastarda.
É grátis distribuída?............Vendida.
Que tem, que a todos assusta?....Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a Justiça na praça
Bastarda, Vendida, Injusta.


9
A Câmara não acode?..............Não pode.
Pois não tem todo o poder?.......Não quer.
É que o Governo a convence?......Não vence.

Quem haverá que tal pense,
que uma câmara tão nobre
por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence.

Caros alunos aí está o texto de Gregório de Matos atualizadíssimo!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Resolução
de Bertold Brecht

Considerando nossa fraqueza os senhores forjaram
Suas leis, para nos escravizarem.
As leis não mais serão respeitadas.
Considerando que não queremos mais ser escravos,
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões,
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que ficaremos famintos
Se permitimos que continuem nos roubando,
Queremos deixar bem claro que são apenas vidraças
Que nos separam deste bom pão que nos falta.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões,
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.
Considerando que existem grandes mansões
Enquanto os senhores nos deixam sem teto,
Nós decidimos: agora nelas nos instalaremos
Porque em nossos buracos não temos mais condições de ficar.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões,
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que está sobrando carvão
Enquanto nós gelamos de frio por falta de carvão,
Nós decidimos que vamos tomá-lo
Considerando que ele nos aquecerá.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões,
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte.
Considerando que para os senhores não é possível
Nos pagarem um salário justo,
Tomaremos nós mesmos as fábricas.
Considerando que sem os senhores, tudo será melhor para nós.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e canhões,
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.
Considerando que o que o governo nos promete sempre
Está muito longe de nos inspirar confiança,
Nós decidimos tomar o poder
Para podermos levar uma vida melhor.
Considerando: vocês escutam os canhões
Outra linguagem não conseguem compreender.
Deveremos então, sim, isso valerá a pena,
Apontar os canhões contra os senhores!

Mas que greve é essa

Nas escolas, no senado,
sujeira pra todo lado,
ninguém respeita mais a educação
mas todo político ganha um milhão!

Mas que greve é essa
É a dos professores!

Terceiro ano se foi!
a faculdade chegou
mas nós vamos ficar ricos
vamos melhorar a educação

Na escola eu descanso
escrevo nos papéis
documentos fiéis
ao descanso do Tião!

Mas que greve é essa
É a dos professores!

Paródia da música: Que país é esse, Legião Urbana.
Escrita pelo aluno Andrew 9ano

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nossa luta continua...

Notícias segunda-feira, 31 de outubro de 2011, 19:32 HS
Sind-UTE questiona proposta do governo sobre Piso Salarial da Educação

Nesta segunda-feira, 31/10, foi realizada na Cidade Administrativa do Estado a 5ª reunião da Comissão Tripartite, formada por integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Governo do Estado e deputados estaduais, entre eles Paulo Lamac e Pompílio Canavez que hoje representaram a bancada do PT nas negociações.
Contrariando todas as justas reivindicações dos professores da rede estadual de ensino, o Governo não apresentou uma proposta convincente de pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional às oito carreiras, respeitando formação e tempo de serviço para os trabalhadores/as em educação, conforme prevê a lei federal 11.738/08 e a lei estadual 15293/04.
De acordo com o executivo estadual, o impacto financeiro da proposta apresentada por ele seria de R$ 1 bilhão. O governo informou ainda da necessidade de escalonamento do pagamento até 2015, já que alega não conseguir implementar a proposta em janeiro de 2012 por falta de recursos.
A coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, e demais lideranças do sindicato, questionaram esse “impacto financeiro” e repudiaram a nova proposta que não atende ao acordo de greve firmado entre as partes após o fim da paralisação de 112 dias da categoria.
A proposta do governo prevê interstício de 5% entre níveis e 1% por grau no vencimento básico, começando com o salário de R$712,20. A reivindicação do Sind-UTE é a de que se mantenham os percentuais vigentes hoje, quais sejam os de 22% e 3%, respectivamente.
O deputado Rogério Correia espera que essa proposta apresentada pelo Estado seja apenas inicial. Ele pretende reunir deputados e sindicalistas para a elaboração de uma contraproposta antes da próxima reunião da comissão Tripartite agendada para o dia 07/11, às 15h, na Seplag. “Vamos pressionar o governo para a aprovação do plano original da carreira, mas é preciso que os trabalhadores e trabalhadoras da Educação se mantenham mobilizados”, disse Rogério.
Na Assembleia Legislativa, Rogério e demais deputados da oposição estarão vigilantes, obstruindo a aprovação do Projeto de Lei apresentado pelo governo até que haja um acordo real que atenda às justas reivindicações da categoria.
Mais informações no Blog da Batriz Cerqueira
Fonte: Twitter Rogério Correia

Após 112 dias de atividades paralisadas, caminhamos, a passos lentos, mas caminhando...
Que a sociedade, os colegas de profissão, alunos e demais vejam que somente a luta, o questionamento, a força, a esperança, torna possível nossa conquista!
Abraço a todos.



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Blog capta novo diálogo entre padrinho e afilhado

Blog do Euler capta novo diálogo entre padrinho e afilhado
- TRRRIIIMMMMM!- Hic, hic! Alô, quem fala?- Oi padrinho, sua benção!- Hic... Hic... Deus te abençe, afilhado, mas que hora é esta para me ligar?- Desculpe, padrinho, é que estou em outro país e perdi a noção do fuso horário.- Hic, hic, tudo bem, afilhado...- Tá tossindo, padrinho?- Não, estou com soluço, hic, hic. É que saí de uma festa agora há pouco, da casa de um amigo aqui no Rio. Festaço, com todo tipo de bebida importada, hic...- Ah, ainda bem que é só um soluço... Se estivesse em Minas eu ia te indicar um médico do Ipsemg.- IPSEMG? Hic, hic, hic... Cê quer me matar, meu afilhado? Desde quando eu sou atendido no Ipsemg?- É mesmo, desculpe, padrinho, é que eu estava conversando sobre este assunto com uma secretária, e acabei confundindo.- Mas, como foi a viagem ao exterior? Conseguiu aumentar meus fundos de campanha?- Claro, padrinho, são muito boas as perspectivas. Conversei com muitos empresários, banqueiros, estão todos apostando no senhor...- É mesmo? Hic, hic, hic... Que notícia boa!- Tudo bem que eles não votam aí no Brasil não, mas isso é só um detalhe... o que importa é que com a grana deles dá para realizar um ótimo trabalho. O tutu deles é violento. Vamos encher o Brasil com seu retrato em outdoor.- Claro, hic, hic, estou contando com isso. Além disso, tem as nossas empreiteiras de Minas, que não nos abandonam, e nem nós a elas, não é mesmo?- Claro, padrinho, nossos acordos com as empreiteiras estão todos de pé. É verdade que tem um pessoalzinho chato da Educação que quer porque quer receber o tal do piso salarial...- Hic, hic, hic... P-I-S-O? O que é isso?- Já te expliquei uma vez, padrinho, mas reconheço que é um tema chato e até eu tenho vontade de esquecer deste assunto. O problema é que é lei federal e vai custar um bom dinheiro do nosso orçamento. E é isso que me preocupa...- Hic, hic, hic... Mas que conversa é essa, afilhado? Pensei que você já tinha resolvido esse assunto. Não vai alterar as metas do choque de governo que nós iniciamos, hein?- Não, padrinho, pode ficar tranquilo, estou realizando um verdadeiro Governo de Choque. Até mesmo o prêmio de produtividade está ameaçado...- O quê? Hic, hic, hic... O prêmio? Aquele que eu implantei para substituir os aumentos salariais? Mas, aí minha campanha vai por água abaixo, antes de começar.- Pois é, padrinho, mas tá difícil arrumar estes recursos. Olha que eu já lasquei um confisco em mais de 150 mil educadores, reduzi o salário deles no meio do ano, deixei os grevistas sem salário durante mais de 50 dias...- Fez bem, afilhado, fez bem, essa turma de baderneiros tem que ser tratada assim mesmo: com corte de salário e polícia reprimindo!- Eu sei, padrinho, eu aprendi isso com você...- Bom menino, bom menino ... Hic, hic... Mas, o importante mesmo é que não faltem recursos para as nossas obras, nossos empreiteiros, a Copa do Mundo, nossos amigos das grandes empresas que querem anistia fiscal. Pode dar à vontade que eles merecem. Já esse negócio de piso, isso é bobagem, ninguém leva a sério esse assunto desagradável sobre educação. Meus adversários políticos fazem muto discurso e na hora h todo mundo cai fora. Não vê a presidenta? Falou, falou e agora, nada.- Tem toda razão, meu padrinho, e eu, que não prometi nada para os educadores é que não vou fazer o que eles querem. Já ofereci o subsídio, e tá muito bom. Imagina, padrinho, pelo subsídio eles passam a ganhar pelo resto da vida deles até dois salários mínimos, coisa que é até mais um pouquinho do que na sua época, lembra?- Não brinca, afilhado? Cê tá muito generoso. Hic, hic, hic... Dois salários mínimos como remuneração total para um professor com 30 anos de casa tá bom demais da conta. E o tal do piso básico, afilhado?- Ah, não te contei não? É R$ 712 pra todo mundo!- Isso tudo? Cê tá de brincadeira comigo. Hic, hic, hic... Eu vou ter que tomar mais uma.- Preocupa não, padrinho, isso dá pra fazer, até 2015 dá.- Ah, afilhado, antes que eu me esqueça, não deixe de reservar uma fatia caprichada para os nossos amigos da imprensa...- Claro padrinho, mas essa gente é barata. Qualquer trinta dinheiros nós levamos a grande mídia toda do estado, e mais um procurador de lambuja. Não chega nem a fazer cócegas no orçamento. Agora, esse piso dos educadores... 400 mil educadores... padrinho, aí que está o nosso problema.- Hic, hic, hic, isso tudo, afilhado? Pelo amor de Deus! Dá um jeito de enrolar sem que eles percebam, porque se eles resolvem fazer campanha contra a gente nós podemos mudar de país: 400 mil educadores dá para derrubar qualquer governo.- Eu sei, padrinho, é por isso que nós fizemos de tudo para dividir essa turma. Jogar uns contra os outros continua sendo, desde há muitos séculos, a melhor forma de enfraquecer os inimigos. Tem alguns que até colaboram com a gente. Precisava ver durante a greve deles. Eu até agradeci a eles pelo apoio. Muitos, fiquei sabendo, ficaram todo orgulhosos com minhas palavras de agradecimento.- Tomara que este piso dê errado. Hic, hic, hic. Vou beber um gole por você mais tarde, afilhado, para que você consiga resolver este pepino, porque eu quero distância deste assunto. Só volto a Minas quando tudo estiver pacificado.- Ihhh, padrinho, então vai demorar. Talvez até a Copa de 2014 os ânimos já estejam serenados...- Tomara. Quero inaugurar o Mineirão em plena campanha, hic. Vou convidar o povo todo para me receber na porta do estádio reformado.- Na porta, né padrinho, na porta, porque lá dentro mesmo, só quem tem dinheiro para pagar os ingressos, que não serão baratos não.- Claro, na porta. Os jogos, que é bom mesmo, o povão vai assistir é pela TV, e tá bom demais. No Mineirão vão estar os torcedores de outros países, e nós, e os nossos convidados, claro.- Pois é, padrinho, mas agora vou ter que desligar porque estou recebendo uma mensagem-torpedo urgente no meu celular. Espera um pouco padrinho... Ihh, minhas secretárias estão dizendo: "Volte logo, o clima em Minas não vai nada bem: chuva e sol, professores reclamando da falta de salário, moradores das comunidades de ocupação denunciam higienização dos pobres, servidores públicos reclamam pelo prêmio... e por aí vai".- Hic, hic, hic... Mas que monte de assunto negativo para minha cabeça, afilhado! Quando for ligar para mim, desligue este celular e selecione os temas para falar comigo, pois toda vez eu sou surpreendido com assuntos muito desagradáveis, que estragam a madrugada maravilhosa que eu acabei de viver com meus amigos aqui do Rio...- Desculpe, padrinho, desculpe, isso não vai acontecer novamente, prometo. Tenha uma boa madrugada de sono, que eu já estou de retorno. Sua benção, meu padrinho!- Deus te abençoe, meu afilhado! Sono nada... Depois dessas notícias todas eu teria um pesadelo... Hic, hic... vou ver se encontro algum boteco aberto!

Obs.: As comadres do padrinho estão espalhadas por aí, preocupadas mais com o serviço dos outros do que com o de si mesmas... Claro! Precisam de exemplos para aprenderem a trabalhar ou melhor, precisam satisfazer sua sede de inveja e malícias...

domingo, 23 de outubro de 2011

Para que existe "professor"...

NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES AFINAL....
PARA QUE SER UM PAIS DE 1° MUNDO SE ESTA BOM ASSIM.
Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês.
"Homenageado na Academia Brasileira de Letras"... LETRADO ELE
Tiririca: R$ 36.000,00 por mês, fora os auxílios e mordomias;"Membro da Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...COMO DIZ OS GAUCHOS- TCHÊ... QUE TAL?TRADUZINDO, O SALÁRIO DO PALHAÇO AI, PAGA SÓ 30 PROFESSORES, E PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE, CONTRATA O TIRIRICA PARA DAR AULA PARA SEU FILHO.
Um funcionário da Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um ACT ou um professor iniciante, levando em consideração para trabalhar na empresa você precisa ter o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado?
Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00...Moral da História:Os professores ganham pouco , porque só servem para nos ensinar coisas inúteis como:ler, escrever e pensar.
Sugestão:Mudar a grade curricular das escolas , que passaria a ter as seguintes matérias:- Educação Física: Futebol
Música: Sertaneja, Pagode, Axé
História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira
Biografia dos Heróis do Big Brother
Evolução do Pensamento das "Celebridades"
História da Arte: De Carla Perez a Faustão
Matemática: Multiplicação Fraudulenta do Dinheiro de Campanha
Cálculo Percentual de Comissões e Propinas
Português e Literatura:?? ? ? ? ?? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ?? ? ? ? ? ? Para quê ? ? ? ? ?? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ?? ? ? ? ? ? Obs: Não sirvo para nada, muito menos meu diploma, pois "qualquer um" pode me substituir, desde "formado" em Direito (com certeza, sabe Literatura) ou Biblioteconomistas (não acham trabalho) ou ainda "colegas" também "formados" (que formação!)...
Biologia, Física e Química:Excluídas por excesso de complexidade
Está bom ou quer MAIS!!!!!!!!!!!!!ESSE É O NOSSO BRASIL!!!!!!
Olha o absurdo no Rio de Janeiro (que não é diferente no resto do Brasil)
BOPE R$ 2.260,00........................ para Arriscar a vida;
Bombeiro R$ 960,00.....................para Salvar vidas;
Professor R$ 712,00.....................para Preparar para a vida;
Médico R$ 1.260,00.......................para Manter a vida;
E o Deputado Federal?Ganha R$ 26.700,00 para FERRAR a vida de todo mundo!
É isso ai, minha gente!!! O nosso Brasil é assim...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

LITERATURA DE RESISTÊNCIA

Rumo

É tempo, companheiro!
Caminhemos...
Longe, a Terra chama por nós,
e ninguém resiste à voz
Da Terra...

Nela,
o mesmo sol ardente nos queimou,
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branco,
a mesma Terra nos gerou!

Vamos, companheiro...
É tempo!

Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prozer dos teus prazeres
Irmão
Que as minhas mãos brancas se estendam
para estreitar com amor
as tuas longas mãos negras...
E o meu suor
se junte ao teu suor,
quando rasgarmos os trilhos
de um mundo melhor!

Vamos!
que outro oceano nos inflama...
Ouves
É a Terra que nos chama...
É tempo, companheiro!
Caminhemos...

LARA, Alda. Rumo. In: NEVES, João Alves das. Poetas e contistas africanos de expressão portuguesa.

A marca principal da literatura africana de língua portuguesa é sua postura de resistência à dominação estrangeira, de reivindicação dos direitos humanos básicos, bem como a denúncia da exploração de que ainda são vítimas as populações mais pobres.
Muita gente se engajou nessa resistência - cantores, pintores, poetas, escritores, intelectuais, jornalistas. E, como milhões de africanos foram trazidos na condição de escravos ao Brasil ao longo de vários séculos, boa parte da população brasileira se reconhece nessa resistência, pois, afinal, são descendentes dessas pessoas.

Fonte: Português. Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Volume 3.

sábado, 15 de outubro de 2011

A nobre missão de educar um ser humano

O transcurso do Dia do Professor (a), em 15 de outubro, é uma oportunidade para saudá-lo, agradecer pelo trabalho dedicado aos nossos jovens; e de oferecer-lhe uma reflexão sobre esta nobre missão. Eu me incluo entre eles porque há 40 anos exerço o magistério.
Não há dúvida de que no rol das profissões, a de professor sempre se destacou pelo fato de trabalhar diretamente com a mais nobre realidade do mundo: o coração, a inteligência e alma do ser humano. Nada é mais importante do que o homem e a mulher. Santo Irineu já dizia no século II que “o homem é a glória de Deus”; é claro que falava do ser humano, não apenas do masculino. A missão do professor, mais do que ensinar, é educar.
É nobre e necessário dominar o aço e os microorganismos, ouvir as galáxias e o cosmo, construir casas e computadores, mas muito mais nobre ainda é formar o homem, senhor de tudo isso. Os sábios gregos já diziam: “dá-me uma sala de aula e mudarei o mundo!”
Ghandi dizia que “a verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa”. É como fazia Michelangelo com a pedra. Certo dia, ele viu um bloco de mármore e disse a seus alunos: “Aí dentro há um anjo, vamos colocá-lo para fora!”. Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, um anjo surgiu da pedra. Então os discípulos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “O anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando”. Educar é isso, é ir com paciência e perícia, sabedoria e bondade, retirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que o “anjo” apareça em cada aluno.
O grande educador francês Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus. Educar é colaborar com Deus”. O jovem e frágil aluno de hoje será o condutor da nação amanhã; o que for semeado hoje no seu coração, na sua mente e no seu espírito, será colhido amanhã pela sociedade. Daí a grande tarefa e enorme responsabilidade do professor, em qualquer nível. Já esqueci os nomes de muitas pessoas ilustres que passaram em minha vida, mas nunca esqueci os nomes das quatro primeiras professoras do curso primário.
O que o aluno espera de um professor? O que os pais e a nação esperam de nós? Em primeiro lugar, que sejamos honestos, honrados e capacitados, exigências mínimas de quem carrega o título de mestre. Sabemos que o homem moderno está cansado de discursos… Quer ver bons exemplos, a começar do professor. O mestre romano Sêneca dizia que “de nada vale ensinar-lhes o que é a linha reta, se não lhes ensinarmos o que é a retidão”.
O aluno só aprende com satisfação quando o professor ensina com entusiasmo e sabe motivá-lo. Os alunos respeitam o professor que domina a matéria e sabe motivar para o aprendizado. Um homem motivado vai à Lua, mas sem motivação não atravessa a rua.
O aluno espera que o professor tenha paciência com ele, tenha a humildade de não usar o seu conhecimento para humilhá-lo e que não use do poder da avaliação para destruir a sua autoestima. O aluno espera que o professor prepare bem as aulas. Nada pior para um aluno do que ter que assistir a uma aula maçante, mal preparada, ministrada por alguém que não conhece o que ensina. É um grande desrespeito… para não dizer, um crime. Ele quer ver o seu mestre ensinar com didática, competência e clareza, além de pontualidade no horário e apresentação adequada. Ele quer vê-lo como um bom amigo que não lhe dá apenas informações, mas formação e sabedoria de viver.
João Paulo II, na encíclica Redentor dos Homens, disse que o mundo vai mal porque o homem moderno conquistou o universo, mas perdeu o domínio de si mesmo. Sente-se hoje ameaçado por aquilo que ele mesmo criou com a sua inteligência e construiu com as suas mãos. Por quê? Porque falta-lhe a Sabedoria. Porque junto com a ciência e a tecnologia não cuidou do desenvolvimento e do respeito aos princípios da ética, da moral e da fé. Está cheio de ciência, mas vazio de sabedoria. Ele disse que os falsos profetas e os falsos mestres conheceram o maior sucesso possível no século XX (EV,17).
Sabemos que a felicidade verdadeira, que não acaba, é aquela que nasce no bojo da virtude. Portanto, é na vivência de um magistério autêntico que colheremos os frutos mais doces da profissão.
Felipe AquinoProfessor de física, autor de mais de 60 livros, e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Idéias” (www.cancaonova.com)

Não há vagas - Ferreira Gullar

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Ferreira Gullar chama a atenção para os temas que a poesia aborda e as que deveria incluir: miséria, vida sofrida das pessoas humildes etc. Ele critica a concepção de poesia que se aliena da realidade, que se distancia dos problemas sociais. Segundo o eu lírico, ao evitar tomar posição diante das questões de seu tempo, o poema perde sua função, não serve para nada, metaforicamente "não fede nem cheira".
Assim também devem ser pensados os conteúdos que as escolas e professores lecionam, pois se não estão ligados à realidade da sociedade de nada servem, ficam obsoletos, morrem e não atingem os alunos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que os professores vão comemorar no próximo dia 15?

No dia 15 de outubro próximo comemora-se mais uma data alusiva ao professor. Teoricamente, deveria ser um dia de comemoração e confraternização por parte de todos os educadores do Brasil, que deveriam já estar recebendo o piso salarial nacional, confiantes de uma carreira que estaria vivendo um momento de valorização.Contudo, a realidade é completamente oposta. Tomemos inicialmente o exemplo dos educadores do estado Minas Gerais, que em teoria está entre os três estados mais ricos da Federação. Para tentar garantir o cumprimento de uma Lei Federal - a Lei do Piso - os educadores mineiros tiveram (tivemos) que realizar uma heroica greve de 112 dias - e mesmo agora, quando a greve foi suspensa, o sindicato da categoria tenta negociar uma possível aplicação da lei federal.Enquanto isso, os educadores mineiros que participaram da greve estão sendo castigados pelo governo de Minas com os contracheques zerados nos meses de outubro e de novembro, além dos cortes e redução de salários realizados nos meses de julho, agosto e setembro.A máquina do estado, coordenada pelo governo mineiro e englobando a procuradoria geral da justiça, o judiciário, o legislativo e a grande mídia, realizou os mais sórdidos ataques aos educadores que lutaram pela aplicação de uma lei federal. Foram 112 dias de chantagens, ataques, ameaças, bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta, corte de salário, contracheque zerado, redução salarial; violenta campanha publicitária difamando os professores; covarde atuação da grande mídia, omissa e vendida; atuação pusilânime também da procuradoria geral da justiça, que ao invés de zelar pelo cumprimento da lei atuou como garoto de recado do governador; total omissão do poder legislativo, sempre pronto para servir ao governante de plantão em troca de favores políticos; além da ação da justiça sempre favorável ao governo.Enquanto milhares de educadores deram uma verdadeira aula pública de cidadania, lutando corajosamente para defender direitos assegurados em lei - e para isso ocupando rodovias, realizando gigantescas passeatas, acampando na assembleia legislativa, acorrentando-se em diferentes pontos de Minas Gerais, realizando greve de fome, ocupando o plenaŕio da ALMG, e travando o bom combate em todas as frentes possíveis, inclusive na Internet, para quebrar o monopólio da mídia pró-governo -, do outro lado estavam as autoridades constituídas, dando o pior exemplo.Ao invés de tentarem viabilizar o pagamento do piso salarial nacional, instituído por lei federal - evitando com isso a greve -, os chefes dos poderes constituídos tentaram destruir a carreira dos educadores, sonegar o pagamento do piso, cassar o direito de greve, e realizar as mais diferentes formas de crueldade e tortura contra os educadores.Minas Gerais trouxe de volta, durante os 112 dias da heroica greve dos educadores que tiveram coragem de lutar - infelizmente, muitos se omitiram -, os piores momentos da recente história do Brasil, vividos durante a ditadura militar. Houve tortura psicológica, através de chantagens, pressões de diretores de escola a mando do governo, corte de salário e até mesmo tortura física, quando aconteceu a ocupação do plenário da ALMG e o ar condicionado foi ligado ao máximo, deixando os educadores durante um bom tempo submetidos ao ambiente congelado, sem água e sem direito ao uso do banheiro. Na então Praça da Liberdade - que tornara-se a Praça da Repressão -, no momento em que o governador e o senador candidato a presidência da República recebiam um seleto grupo de convidados, os educadores recebiam balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta e cassetete. Foi uma expressão fiel do pensamento e da prática discriminatória e excludente da elite dominante brasileira em relação aos de baixo, aos trabalhadores que constroem o presente e o futuro deste país.No próximo dia 15, os educadores de Minas passarão mais um dia do mês de outubro sem salário, tendo que lecionar e repor aulas sem qualquer meio de sobrevivência, pois o governo se negou a pagar o salário do mês de outubro, mesmo após um acordo assinado, que garantiu a suspensão da greve. Até mesmo a proposta de antecipação do 13º salário para este mês foi adiada para o dia 17, quando o governo de Minas poderá aceitar ou não tal proposta. E no mês de novembro novamente não haverá salário para os educadores, pois o governo impõe uma política de terrorismo psicológico, negando-se a pagar o mês corrente para intimidar os educadores, além de impor mais uma crueldade sobre aqueles que fizeram greve. São práticas características de crimes lesa-humanidade, uma vez que milhares de pessoas, que são arrimo de família têm sua fonte de subsistência cortada abrupta e sadicamente.E para completar, ao mesmo tempo que o governo mineiro se recusa a pagar os salários de outubro e novembro aos educadores, mantém nas escolas milhares de substitutos - a maioria sem habilitação para lecionar -, que foram contratados durante a greve e que agora recebem salários sem nada fazerem nas escolas. Uma zombaria do governo, não apenas à educação e aos educadores, mas à sociedade mineira, que vem conhecendo a verdadeira face deste projeto neoliberal iniciado pelo governo do Faraó há oito anos e meio.Por isso, no dia 15 de outubro, os educadores de Minas não têm nada para comemorar, pois continuam (continuamos) vítimas de políticas de confisco salarial, do chicote de capitães de mato travestidos (as) de secretárias de estado e diretores de escola, e da omissão e covardia dos demais poderes constituídos das três esferas da União Federal.(blog do euler)

FELIZ DIA DOS PROFESSORES, graças a Anastasia, não é tão feliz! A felicidade que nos move ou entusiasmo é saber que a nossa luta não acabou, nem foi em vão, afinal não estamos conformados com a situação atual, há muito o que melhorar, por isso nossa felicidade não está também calada, resta-nos a coragem e a força para a luta apesar do luto...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Essa tal DEMOCRACIA...

Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
Embora existam pequenas diferenças nas várias democracias, certos princípios e práticas distinguem o governo democrático de outras formas de governo.

Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.

Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade.

A democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria associados aos direitos individuais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias.

As democracias protegem de governos centrais muito poderosos e fazem a descentralização do governo a nível regional e local, entendendo que o governo local deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto possível.

As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a proteção legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política, econômica e cultural da sociedade.

As democracias conduzem regularmente eleições livres e justas, abertas a todos os cidadãos. As eleições numa democracia não podem ser fachadas atrás das quais se escondem ditadores ou um partido único, mas verdadeiras competições pelo apoio do povo.

A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os cidadãos recebam a mesma proteção legal e que os seus direitos sejam protegidos pelo sistema judiciário.

As democracias são diversificadas, refletindo a vida política, social e cultural de cada país. As democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas uniformes.

Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no sistema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades.

As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.
http://www.embaixadaamericana.org.br/democracia/what.htm

VALE A PENA PENSAR SE NO AMBIENTE QUE VOCÊ VIVE EXISTE ESTA DEMOCRACIA, SE NÃO, CABE A VOCÊ LUTAR POR ELA E EXERCER SEU PAPEL DE CIDADÃO!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sobre a greve dos educadores públicos 2011

Lucas Morais
Os professores da rede estadual de educação, apesar de todos os ataques e derrotas que sofreram, deram uma aula histórica de luta aos mineiros e mineiras, em uma das mais belas e maiores greves da história do estado de Minas Gerais.
Diante de ataques vindos do judiciário, através do Ministério Público Estadual, do Supremo Tribunal Federal (via Cármen Lúcia, mineira), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Roney de Oliveira), dos meios de comunicação (precisa dizer?), da Polícia Militar, de todos os políticos ligados à demotucanagem e até mesmo do ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), os professores lutaram através de mobilizações coordenadas pelo Sind-UTE/MG, e puderam contar com a solidariedade de estudantes, movimentos sociais como Movimento dos Sem Terra, Movimento dos Atingidos por Barragens e Via Campesina, escritores como Leonardo Boff, Luís Fernando Veríssimo e Fernando Morais, entre várias outras categorias de trabalhadores, como os da construção civil, os dos Correios, policiais civis.
112 dias de lutas, ataques e solidariedade
Foram 112 dias de greve e muita luta. As assembleias da categoria, realizadas semanalmente nas dependências externas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, contavam regularmente com a participação de 5 a 12 mil professores e simpáticos ao movimento. Por onde a marcha dos professores passou nas ruas de Belo Horizonte foi visto solidariedade, papéis picados jogados do alto dos prédios, transeuntes e motoristas que, apesar de se atrasarem dez ou quinze minutos para seus compromissos, demonstravam solidariedade.
As marchas culminavam ou na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio da Liberdade, para protestar contra o autoritarismo tucano e seu assédio e violações contra as liberdades constitucionais dos grevistas, ou na Praça Sete, no centro da capital. Em ambos locais professores chegaram a se acorrentar para exigir que o governo negociasse o piso salarial. Na Praça da Liberdade estes professores acorrentados foram reprimidos com gás lacrimogêneo e cacetadas, com um professor tendo sido atingido na cabeça e levado ao hospital João XXIII.
No 111º dia de greve, um grupo de professores ocupou o plenário da Assembleia Legislativa e se acorrentaram junto às cadeiras do parlamento. A Tropa de Choque ROTAM da Polícia Militar ameaçou na madrugada retirar à força os professores. Um grupo de deputados liderados pelo petista Rogério Correia, diga-se, o único deputado a defender os professores a todo tempo, interveio para proteger os professores. A mídia tentava, a todo momento, provocar e criminalizar a greve junto à opinião pública.
Mubarak Anastasia “negocia”
O governo tucano de Antonio Anastasia, um Mubarak tecnocrata fabricado por Aécio Neves e seus comparsas, mesmo utilizando de todo o aparelho estatal estadual e federal, teve de ceder e reconhecer que está ilegal frente o Piso Salarial Profissional Nacional, que equivale hoje R$ 1.187,00 (Lei nº 11.738/08), enquanto o governo tucano pagava até então R$ 369,00 mais bonificações, algo que me recuso a chamar de salário, e sim um tiro no estômago.
No 112º dias da greve, o governo tucano aceitou negociar com o Sind-UTE com a condição da suspensão da greve e se comprometeu, por escrito, a pagar um piso de R$ 712,00, planos de carreira, e rever as demissões já realizadas. Uma negociação rebaixada. A greve foi suspensa pela categoria em assembleia.
O maior problema que os grevistas enfrentaram foi a própria apatia, temor e oportunismo dos fura-greves, pois todos os demais ataques os professores conseguiram dar o troco. Entretanto, os ataques do governo, feitos desde o princípio da greve, desencorajou muitos dos professores hesitantes em aderir à greve, com receio de perderem empregos, tal como de fato ocorreu nos meses seguintes.
Cruzada neoliberal contra a educação
O saldo? No dia 8 de outubro, quando os comandos regionais do Sind-UTE se reuniram para avaliar o avanço dos compromissos do governo tucano, a realidade era esta: Corte de salários, exoneração de diretores e vices, negativa de férias prêmio, substitutos recebendo sem trabalhar, tudo sem justificativas técnicas ou jurídicas. Uma verdadeira traição aos próprios compromissos firmados por escrito por representantes do governo. E assim os tucanos continuam sua cruzada contra a educação, a juventude, os trabalhadores, os mineiros e as mineiras.
Que um Movimento Fora Anastasia e Tucanos possa dar as devidas respostas populares nas ruas de nosso estado.
Lucas Morais é jornalista, editor brasileiro de Diário Liberdade e torce para que a Liberdade volte às ruas de Minas Gerais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Acorda juventude!

Jovens, onde está tua coragem para a luta, para a guerra contra o autoritarismo e a ditadura!
Até quando vais aceitar que te imponham formas de viver...
És livre, basta acreditar em tua força e vontade!
Queira o melhor para si, não se contente com o pouco ou com o quase nada...
Não merece esmola, merece reconhecimento, merece conhecimento!
Não queira fugir das responsabilidades, pois estas é que te farão melhor.
Por que só diversão se podes muito mais, não queira deixar o mais importante para os outros pois estes podem não pensar no melhor para você.
Pense, analise, questione e faça sua parte!

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre os professores e a indiferença de boa parte da sociedade brasileira
Lucia Elena Pereira Franco Brito*

Depois de uma greve histórica de 112 dias, voltamos, no dia 29 de setembro, para nossa rotina de trabalho na sala de aula. Na condição de professora de História da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais há 19 anos, posso testemunhar o descaso com que os professores vêm sendo tratados nesse país. Contudo, nem em sonho poderia imaginar tudo que presencie na tensa, intensa e extensa paralisação de 2011.Durante muitos anos, nós, professores mineiros – e de outros estados também –, trabalhamos calados e cabisbaixos, engolindo a seco humilhações de todo tipo. Víamos o país passar por certo crescimento, o salário mínimo reajustado ano após ano – e mudando, realmente, de patamar – e seguíamos mortificados com os mesmos contracheques. Tornou-se comum a existência de alunos do noturno, já trabalhadores, ainda sem concluir o ensino médio e recebendo salários bem maiores que os dos professores – profissionais, em grande parte, graduados e pós-graduados.A sala dos professores converteu-se em um espaço de descrença e lamentações. O adoecimento, responsável pelo aumento dos afastamentos por licença saúde, além de crescer nos últimos anos, diversificou-se. Ao lado dos tradicionais problemas com a voz, coluna e braço, passaram a ser frequentes os quadros de depressão, ansiedade, transtorno do pânico e outros sinais do adoecimento psíquico do professorado em geral, resultante de péssimas condições de trabalho, desvalorização e perda da auto-estima, para citar apenas algumas causas.Mesmo diante desse caos, foram escassas as reações por um longo período e, quando ocorriam, soavam estranhas, porque parece que boa parte da sociedade brasileira entende que aos professores compete o sacerdócio, a vocação e o trabalho por amor. Além, evidentemente, da dedicação irrestrita e incansável que trará melhores indicadores à educação no Brasil. Caso isso não ocorra, esses mesmos profissionais, “heróis” em algumas situações, são metamorfoseados imediatamente em “vilões” – os culpados por todo fracasso que possa envolver o mundo escolar. Por isso, nada mais natural que sejam punidos com mais trabalho, mais responsabilidade (agora somos “educadores”, a família e a sociedade lavam as mãos e nós temos que, além de ensinar, educar), com sobrecarga de funções e obrigações e com baixos salários. Quando reclamávamos, a resposta sempre vinha pronta: o professor é mal qualificado, por isso ganha mal. Se estudasse mais, receberia mais.Eis que em 2011, não somente em Minas Gerais, os professores deram uma aula, de conteúdo diversificado, e de graça – como sempre – para toda a sociedade brasileira. Provamos que não somos seres estranhamente etéreos. Somos de carne e osso, sentimos fome e sede (fazemos greve de fome!), sentimos frio (o que ficou cientificamente provado, quando ligaram o ar condicionado da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para torturar os professores que se encontravam acorrentados, em protesto, naquela casa) e, pasmem!, temos sangue – isso mesmo, sangramos quando apanhamos, mesmo quando isso ocorre diante das câmeras de televisão. Posso imaginar o susto de vários brasileiros quando viram as imagens mostradas pelo Jornal Nacional dos professores do Ceará em greve que apanharam até sangrar: “Gente, eles têm sangue!”. Estranhamente, agressões parecidas ocorreram em Minas, numa praça chamada “da Liberdade”, mas a Globo não captou. Que pena!Mostramos que temos um baita conhecimento de geografia. Deslocamo-nos todas as semanas para Belo Horizonte, partindo de diferentes regiões deste estado gigantesco, para debatermos a continuidade ou não do movimento e as estratégias traçadas para fazer escutar aqueles que não queriam nem sequer ouvir. Conseguimos até rastrear a agenda das autoridades políticas, a ponto de provocarmos repentinas mudanças de planos. Como se não bastasse, descobrimos outra forma de dominar o espaço – navegamos pelas redes sociais e nos mantivemos unidos, apesar das pressões, ameaças, chantagens, perseguições, exonerações, contratações de fura-greves, com o falso interesse de não prejudicar os alunos – como se professores e alunos não fizessem parte do mesmo processo e sempre que se desvaloriza um, prejudica-se o outro dessa relação.Na matemática, então, demos um show. Quando o governo tentou nos seduzir com o subsídio, provamos que o piso – agregadas a ele todas as nossas vantagens adquiridas por tempo de serviço e escolaridade, conforme o STF, inclusive, considerou – resultava numa soma muito mais condizente com um salário digno. Justamente nós fizemos essa conta, de quem se esperava que se pagasse água, luz, gás, comida e outras banalidades com amor!Sem me alongar, porque as lições foram inumeráveis, mostramos que temos voz e que queremos gritar. Essa voz começou a ser timidamente emitida na greve de 2010, quando fizemos um pequeno aquecimento que serviu para revelar a habilidade dos governantes para não cumprir acordos, mas revelou também a força que tem uma categoria quando acorda para sua própria importância. Esse movimento ainda não terminou. Depois do aquecimento, veio no máximo um ensaio geral. O grande espetáculo ainda está por vir. Agora que estamos reconstruindo nossa identidade – tantos anos corroída pelas políticas públicas que cuidadosamente alienaram os docentes em nome de um nefasto pensamento hegemônico –; agora que estamos fazendo as pazes com o pensar crítico, com a coragem de cobrar e de buscar o que é nosso de direito (Piso Salarial Profissional Nacional, embora pífio, é lei), não vamos desistir de jeito nenhum!Não posso falar por todos os professores, mas posso falar por mim e talvez meu pensamento se aproxime de outros colegas de profissão. Embora não trabalhe “por amor”, amo o que faço. Mas não vou fazê-lo à custa da destruição de minha saúde, de meus sonhos e em detrimento de meus direitos. Vou fazê-lo, com amor e competência, exigindo sempre ser respeitada e valorizada na proporção direta do meu esforço, dedicação, capacidade, tempo de serviço e escolaridade. Docência não é sacerdócio, é profissão da maior importância exercida por gente de carne e osso; pessoas que possuem necessidades, desejos, deveres, mas também direitos. Quanto esse país não tem perdido por não reconhecer tamanha obviedade! Que a sociedade brasileira acorde de sua conveniente e sonolenta indiferença e pague o que nos deve. E tenho dito!
Lucia Elena Pereira Franco Brito é professora de História da rede pública estadual. Texto publicado no Jornal Pontal, da cidade de Frutal, em outubro de 2011