terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Por que o STF não pode ajudar, juntamente com Anastasia/Aécio Neves (PSDB), a demitir os trabalhadores da lei 100 em Minas Gerais?

Ponto 1: O Governo Anastasia/Aécio Neves (PSDB), com a lei 100, deu mais um presente de grego aos trabalhadores em educação. Este Governo deve achar uma saída para os trabalhadores/trabalhadoras efetivados.
Ponto 2: O Governo Anastasia/Aécio Neves (PSDB) deve se responsabilizar pela política ludibriadora que implementou contra os trabalhadores/trabalhadoras em educação.
Ponto 3: Não se fazia Concurso Público em Minas Gerais e nunca o STF interviu aqui para exigir justiça nesse Estado. Quando a classe trabalhadora é a prejudicada, infelizmente, a Justiça desse país não faz nada.
Ponto 4: O STF foi conivente com a lei 100 e com o Governo de Minas Gerais durante cinco anos. Ou o STF é cego? Tudo isso acontecendo e, durante cinco anos, o STF não viu nada, não fez nada?
Ponto 5: A Constituição Brasileira, vigiada pelo tão idolatrado STF, está a serviço apenas da burguesia brasileira, nunca foi implantada de verdade a serviço dos trabalhadores. Querem exemplos? Os trabalhadores brasileiros não têm casa e o STF, o que faz? Assiste aos sem-casas, despeja os sem tetos, legitima a especulação imobiliária. Muitos trabalhadores brasileiros não têm emprego e o STF, o que faz? Assiste aos milhões de desempregados ou milhões de trabalhadores em empregos informais. Os trabalhadores em educação têm um Piso Salarial Nacional sancionado e o STF, o que faz? Assiste aos Governadores dos Estados e os Prefeitos descumprirem a lei. Os trabalhadores camponeses e os indígenas não têm terra para plantar e sobreviver e o STF, o que faz? Dá ganho de causa para os latifundiários, inclusive os donos de latifúndios improdutivos. Os trabalhadores não têm segurança pública e o STF, o que faz? Ajuda a contar os mortos. Os trabalhadores morrem nas filas dos hospitais públicos e o STF, o que faz? Assiste ao povo morrer doente e legitima os planos de saúde privados para salvar a vida dos que têm dinheiro. As crianças não têm uma educação pública de qualidade e o STF, o que faz? Assiste ao IBGE contar o número de analfabetos funcionais. Portanto, reivindicar a Constituição Brasileira e o Poder do STF para demitir 100 mil trabalhadores em educação em Minas Gerais, ludibriados por cinco anos pelos poderes constituídos, pode até estar dentro da Constituição Federal, mas não faz justiça com esses trabalhadores. Se houvesse Concurso Público de dois em dois, em todo o serviço público desse país, o STF teria legitimidade para defender o Concurso Público a ferro e fogo. Mas onde estava o STF, durante os 15 anos, em que o PSDB, governando Minas Gerais, não fez Concurso Público nesse Estado, ao ponto de trabalhadores e trabalhadoras em educação estarem morrendo nas escolas, sem sequer aposentar? Ah, o STF, provavelmente, mais uma vez, estava assistindo ao descumprimento da Constituição Federal, em silêncio. Como acreditar no zelo judiciário do STF? Desculpem-nos os constitucionalistas. O STF zela pela classe dos ricos e poderosos, não pela classe dos trabalhadores.
Ponto 6: Nenhum trabalhador da lei 100 pode pagar o preço por um Estado Capitalista Burguês tão relapso com a vida da classe trabalhadora. Por isso, reafirmamos: estamos com os trabalhadores/trabalhadoras efetivados e exigimos que os políticos desse país, principalmente Anastasia/Aécio Neves do PSDB, que criaram essa lei 100, precária e instável, não joguem esses trabalhadores no desemprego! Nenhum trabalhador/ trabalhadora demitido, essa deve ser a palavra de ordem.
Autor: Gílber Martins Duarte – Socialista Livre – Conselheiro SINDUTE-MG –– Professor Concursado da Rede Estadual de Minas Gerais – Doutorando em Análise do Discurso/UFU – Membro da CSP-CONLUTAS.


sábado, 24 de novembro de 2012

PSDB de Antônio Anastasia / Aécio Neves quer proibir liberdade sindical em Minas Gerais!

Espantosamente, a prática política do PSDB de Anastasia/Aécio Neves, em Minas Gerais, sempre foi de truculência total com os movimentos sociais e com os sindicatos. Por conta da política truculenta desses senhores aliados da burguesia, houve a maior greve da educação do estado de Minas Gerais, em 2012, ou seja, 112 dias de greve. A greve foi dirigida pelo Sindute, Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação. Por conta dessa greve, que ganhou destaque na imprensa nacional, os tucanos tiveram um pouco de suas imagens arranhadas. Eles pintavam Minas Gerais como o Estado que possuía a Educação mais avançada do país e, de repente, os educadores se rebelaram quatro meses contra esse suposto paraíso. Como assim? Estariam loucos esses educadores? Ou haveria algo de podre no paraíso de Anastasia/Aécio Neves?
O Sindute organizou a greve de enfrentamento a essa governo. A direção majoritária do sindicato, o movimento de oposição, milhares de trabalhadores em educação, movimentos sociais, todos juntos marcharam em unidade por várias semanas em Belo Horizonte contra a política de Anastasia e Aécio Neves. Os políticos do PSDB odiaram e odeiam o Sindute por isso. E agora, em novembro de 2012, marcada a eleição da nova diretoria do Sindute, o governo tucano quer proibir a nossa liberdade de organização sindical, impedindo que as urnas entrem no interior das escolas. Ora, instalar urnas no interior das escolas sempre foi uma prática comum e bastante tranquila de nosso sindicato, em todas as eleições que já ocorreram em nossa história. Portanto, o ofício da Secretária da Educação, proibindo a entrada de urnas no interior das escolas, deve ser lido e entendido como uma afronta a todo o movimento sindical do país. Um atentado contra a liberdade sindical.
O governo do PSDB está usando a desculpa de que haverá a prova do PROEB, na mesma semana da eleição do Sindute, e que a eleição do nosso sindicato iria tirar a paz do interior das unidades escolares. Mentira. Uma urna sindical, no interior das escolas, para que os Trabalhadores em Educação, filiados ao Sindute, votem, conscientemente, em seus dirigentes sindicais, não tira nenhuma paz e nenhuma tranquilidade de quem quer que esteja no interior das mesmas.
Na verdade, o Sindute somente tira a paz do governo do PSDB, Antônio Anastasia e Aécio Neves, porque esse governo sabe que os trabalhadores em educação, filiados ao Sindute, não cessarão sua luta enquanto não virem esse governo autoritário e truculento, do PSDB, fora da gestão de nosso Estado. Com efeito, este governo sequer possui um verdadeiro projeto para fazer avançar a qualidade da escola pública em Minas Gerais. Com profissionais sem plano de carreira, sem o pagamento do Piso Salarial Nacional, sem nenhuma política de incentivo à formação continuada, com salários congelados até 2016, com salas superlotadas, com a falta de funcionários no interior das escolas, com pressão psicológica diária sobre os trabalhadores, fica difícil para o governo continuar vendendo a imagem de que Minas Avança também na Educação.
Não existe uma motivação real para que se melhore a educação em Minas Gerais, há apenas uma política de pressão psicológica sobre os educadores. E todos sabem ou deveriam saber: a educação só é de verdade se for libertadora, logo, não pode surgir de decretos e de pressões burocráticas. A educação de verdade só surge de educadores apaixonados pela libertação da humanidade e é isso que pode contagiar os jovens estudantes. O PSDB, contudo, anda na contramão de todo processo educativo libertador. O PSDB não contagia nenhum trabalhador em educação com sua política educacional truculenta e mal remunerada.
No fundo, o PSDB odeia os sindicalistas, porque odeia a classe trabalhadora organizada. E por que odeia a classe trabalhadora organizada? Porque odeia a possibilidade de libertação da classe trabalhadora, já que são agentes da burguesia. E quem odeia a liberdade da classe trabalhadora, odeia também a escola pública, pois ali estão jovens, filhos de trabalhadores, que precisam ser educados para serem libertos de todo atraso, toda exploração, toda opressão e todo obscurantismo.
Nesse sentido, o PROEB, reivindicado pelo PSDB, para proibir a eleição do Sindute no interior das escolas, é uma prova burocrática que não ajuda em nada a libertação necessária dos filhos da classe trabalhadora que estudam na escola pública. O PROEB serve apenas para governantes fingirem que estão preocupados com a educação. Via PROEB, aumentam-se as estatísticas educacionais burguesas, se os estudantes acertarem um índice maior das questões de Português e Matemática, mas, via PROEB, não se educam os jovens para serem trabalhadores críticos nas futuras empresas capitalistas em que exercerão suas profissões. É um projeto de educação burguesa que serve apenas para instrumentalizar-reproduzir, via leitura básica e cálculos básicos, mão de obra barata para reproduzir o sistema capitalista. Não é um projeto libertador.
É por isso que todos trabalhadores em educação devem rechaçar essa política falaciosa e truculenta do governador Anastasia/Aécio Neves e comparecerem em massa para eleger a nova gestão do Sindute. Entre o PROEB e o Sindute, o sindicato é quem poderá ajudar a promover transformações reais e profundas na qualidade da escola pública. Portanto, todos os lutadores devem apoiar o Sindute e ajudar a denunciar a truculência de Anastasia e Aécio Neves, proibindo a eleição da diretoria do nosso sindicato.
Em 2014, o PSDB vai querer se candidatar à Presidência do Brasil e se tal partido ganha a direção do país, esta é uma pequena cena do filme de terror que nos espera: truculência, perseguição ao movimento social, criminalização dos sindicatos, etc. Suas práticas políticas burguesas estão se tornando cada vez mais próximas de práticas políticas ditatoriais. Até a democracia burguesa corre perigo na mão dessa gente, pois não toleram conviver com o divergente que tem cheiro de classe operária organizada! Denunciem! Compartilhem essa denúncia! Todos defendendo o Sindute!

http://socialistalivre.wordpress.com/2012/11/24/psdb-de-antonio-anastasia-aecio-neves-quer-proibir-liberdade-sindical-em-minas-gerais/

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A verdadeira face do choque de gestão - Sylo Costa


O choque de gestão do governo mineiro é apenas um nome, nunca foi um programa e, assim, poderia se chamar Jatobá ou Jacaré.Quando Itamar Franco, de saudosa memória, assumiu o governo, a arrecadação estadual mal dava para o custeio da máquina do Estado. Arrecadação e custeio giravam pela casa dos R$ 680 milhões a R$700 milhões mensais. Quando começaram as desavenças políticas entre o governo estadual e o federal e, concomitantemente, apareceram os boatos de que o Estado decretaria a moratória, a cota do Fundo de Participação do Estado passou a ser retida na fonte, o que desequilibrou as finanças do Estado. Tal desconto, que hoje é de mais ou menos R$ 270 milhões/280 milhões, naquela época ficava em torno de R$170 milhões/180 milhões. Essa variação acontece porque o "quantum" corresponde a 13.5% das receitas correntes líquidas, isso até o ano de 2028. É muito cobre.

O chamado choque de gestão começa com a demagógica atitude do governador Aécio, de reduzir seus vencimentos de R$ 19 mil para R$ 10 mensais. Quem fixa remuneração de governador, vice e deputados é o Legislativo, numa legislatura, para viger na subsequente (se Ele pudesse diminuir, poderia também aumentar, e não pode, pelo "Princípio da Anterioridade"). E com essa atitude, funcionários aposentados do Executivo, e mesmo os mais graduados da ativa, ficaram prejudicados com esse "abaixa teto particular...". E muita gente mais ficaria prejudicada, sem quinquênios e sem o trintenário, que constituem direito patrimonial, se o Judiciário, instado, não tivesse corrigido a tempo.

Com a aplicação do teto remuneratório e, posteriormente, a vigência do piso, juntaram o piso no teto e lá se foram as vantagens pessoais do funcionalismo, como resultado do tal choque. Um dia, isso será corrigido, como compromisso de campanha.

O que está acontecendo com o professorado do Estado é o resultado dessa jogada do governo. O governo federal fixou o piso da categoria e, em vez de o governo do Estado somar as vantagens pessoais de cada um em cima do piso, ele propõe pagar o piso sem as vantagens já adquiridas, mas, piso não é teto e, então, tanto faz quem trabalha há 30 anos no Estado, como quem começa agora... Antes do governo, o Estado é do povo e, ninguém é mais povo que o professor, a classe do magistério. E eu não estou "puxando" ninguém, que não preciso, não sou candidato. Simples assim...

O choque de gestão reduziu-se à cobrança das alíquotas de ICMS mais altas do Brasil - telefonia celular: 25%, combustíveis: 25% a 30% e Cemig: 30%. Essas três contas de arrecadação representam 73% da arrecadação total do Estado, sem sonegação, recolhimento na fonte, o que elevou a arrecadação para R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões por mês. Sobrou recurso para a Cidade Administrativa, Linha Verde e outras desnecessidades...

Isso não é choque de gestão coisa nenhuma, isso pode ser um choque elétrico ou um baita de um susto...

Texto disponível também em: http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdColunaEdicao=16228

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MINAS GERAIS - O território da ilegalidade


Governo de Minas “rasga” Constituição e resgata TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) na “calada da noite” para não investir os mínimos constitucionais de 12% em Saúde e 25% em Educação

O Governo de Minas insiste em não cumprir a Constituição Federal. No último dia 19/10, conseguiu suspender a liminar dada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a pedido do Ministério Público Estadual (MP

E), contra o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado pelo Executivo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Termo, firmado exclusivamente com o Estado, abre precedentes para que os municípios também busquem em juízo o mesmo direito de infringir a Lei.
Na prática, isso significa que o governo continua a ter o aval da Justiça para não cumprir imediatamente a aplicação anual dos índices mínimos constitucionais de 12% da receita na Saúde e de 25% na Educação, investimentos que por Lei são direitos da população mineira e garantias básicas do Estado. Com o TAG, o executivo poderá aplicar os recursos necessários em doses homeopáticas até o ano de 2014. Mas o Ministério Público promete não ceder e irá recorrer da decisão.
A ação por improbidade administrativa movida contra o Estado, solicitando a anulação do TAG pela Justiça, foi gerada a partir do entendimento das promotorias de que o acordo assinado em fevereiro desse ano, entre governo e TCE, permitia o descumprimento da Constituição Federal e das Leis que a regulamentam.
Para o líder da bancada do PT/PC do B na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado estadual Rogério Correia (PT), o governador ‘rasgou’ a Constituição ao firmar o TAG. “É um contrassenso muito grande o governador de Minas, Antônio Anastasia, solicitar que a Justiça conceda ao Estado o direito de descumprir a Constituição Federal”, indignou-se Rogério. “A oposição não vai se calar diante dessa aberração; o governo vai ter de prestar contas dessas aplicações, inclusive referentes aos anos anteriores”, completou.
Em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira, 06/11, na ALMG, acompanhado por deputados da oposição e por líderes sindicais mineiros e MST, Rogério anunciou que será feita na Casa uma audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária a fim de obter do governo explicações sobre os investimentos a serem feitos no Estado. “Os prejuízos para a saúde e a educação, acumulados desde 2003 e sem a devida correção inflacionária, já passam de R$ 15 bilhões e isso não pode continuar!”, afirmou Rogério.
Ações
Em maio desse ano, os deputados Rogério Correia (PT) e Sávio Souza Cruz (PMDB), acompanhados do deputado federal Padre João (PT), da coordenadora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, e de outras lideranças sindicais, entregaram representação no Ministério Público Estadual contestando o TAG.
O acordo entre governo e TCE também está sendo analisado pelo Ministério Público Federal a pedido dos deputados petistas Rogério Correia e Pompílio Canavez e do peemedebista Sávio Souza Cruz. Considerada a sua inconstitucionalidade, é possível que a Procuradoria Geral da República ingresse com uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
Na Assembleia Legislativa, a pedido de Rogério, foi realizada uma audiência pública em maio desse ano para discutir os prejuízos causados pelo TAG e o motivo pelo qual o governo tem aplicado menos nas áreas da saúde e da educação. “O acordo entre o Executivo mineiro e o TCE é irregular e fere a Constituição; “Só em 2012, Minas vai deixar de aplicar R$ 1,4 bilhão em investimentos na saúde e na educação em virtude do não cumprimento do mínimo”, denunciou Rogério.
Calote
No caso da Saúde, a média anual de aplicação da receita líquida estadual pelo Governo de Minas, entre os anos de 2003 e 2011, foi de 7,37%, o que significa uma defasagem de R$ 7,8 bilhões, sem correção inflacionária.
Na Educação, a média anual de aplicação da receita, no mesmo período, ficou em 20,71%, causando um prejuízo acumulado de R$ 7,4 bilhões, sem correção inflacionária.
Já em 2012, com o TAG, o prejuízo para a Saúde em MG será de R$ 726 milhões, segundo dados do próprio Tribunal de Contas. Para a Educação, o prejuízo chega a R$ 682 milhões.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O significado dos salários - vale a pena ler

Este ano, como não paramos o trânsito as 17 horas de uma quarta-feira no centro de BH, ou a MG 10, ou a BR 381, os grandes meios de comunicação nada (ou muito pouco) falam sobre a educação pública e os problemas enfrentados pelos profissionais da educação. 
 O direito à uma educação pública e de qualidade para toda a infância e juventude tornou-se algo irrelavante na pauta dos grandes jornais.
Mas persistimos e continuamos...
Neste dia 15, publico artigo gentilmente cedido pela professora Nirce. Ele foi publicado em 2000. Mas, ao lê-lo, você terá a certeza da sua atualidade.
 
 
“... Maior do que a violência do desemprego é a do emprego cujo salário degrada a profissão...”

 

 

O valor do salário de um profissional corresponde à importância atribuída ao produto de seu trabalho, princípio que apoia as decisões de índice salarial do funcionário público. Este texto se restringirá ao paralelo de natureza político-social entre o recente aumento da polícia militar e do magistério estadual. O povo clama por segurança. Verdade de um lado, do outro artifício para justificar a diferença já maior pró militares. Nesta lógica de diferenciação, tal discrepância desaparece visto que o combate à marginalidade, distante de sua gênese e dos meios de prevenção, acarreta seu aumento em proporção superior à polêmica diferença.

Sem o imediato de conter a violência com estratégias que a reprimem e punem, a educação perde espaço no trato da problemática de segurança. A universalização e a democratização do ensino caminham para o desenvolvimento e a segurança através de medidas preventivas da exclusão, fonte primária da violência. A Constituição imprime caráter inclusivo à educação pela finalidade que lhe prescreve: “o pleno desenvolvimento da pessoa para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Como preparar um cidadão, com um mestre anti-cidadão? Pela Carta Magna o trabalhador tem direito ao salário “compatível com a complexidade e a responsabilidade das tarefas e a escolaridade exigida para seu desempenho”. Na realidade ele sequer reflete a grandeza do magistério. Sem condições de atender às necessidades vitais básicas, o professor perde a garantia de vida cidadã.  Benefícios concedidos aos militares, como escola própria de gratuidade garantida para o necessário à escolarização de seus filhos transporte, trajes e material de serviço, não se estendem ao professor. Maior do que a violência de desemprego é a do emprego cujo salário degrada a profissão e mascara o direito de quem a exerce.

O magistério é profissão aviltada pelo salário. Sua remuneração cobre apenas a jornada de 4h30min, do professor na escola. Resta-lhe apenas exercer o papel de tarefeiro, na triste condição de “babá barata de criança pobre”, nos estreitos limites do horário presencial em classe. Oficializa-se o improviso nas aulas. Comprometendo a democratização da escola pública, expropriada, assim, de sua função social e política.  É para esta escola celetista e discriminatória de baixa qualidade que o “cidadão” paga impostos? O professor faz de conta que ensina o aluno que aprende o Estado que cumpre seu dever constitucional. Como exigir do trabalhador em educação melhor desempenho, sem espaços pedagógicos? Para o antes e o depois quando realiza atividades em igual tempo fora da escola? A política salarial lhe furta o direito de pensar criticamente sua prática até porque pensar, além de tudo aponta para várias alternativas. Isto incomoda. Programar, atualizar, aperfeiçoar custa tempo e dinheiro. Fatos “verídicos” nos passam esta lição. Num, professora e empregada negociam aumento salarial. A mestra considera justo o solicitado, porém seu caixa e salário não comportam mais despesas. Conceder significaria por ela, professora, estaria pagando para trabalhar. A doméstica se contrapõe: “por menos, não fico. Eu valoro meu serviço à senhora é que não valora o seu”. Noutro, professora e cozinheira acertam o serviço salário: preparo das refeições, limpeza dos ambientes e vasilhames. E o salário? Depende, diz empregada. As tarefas estão claras, por que o “depende”? “Simples”, responde a cozinheira, “se a senhora programar “o que” e “o como” vou preparar as refeições é um preço. Agora, se eu tiver de pensar “no que” e “no como” farei a comida, o preço é outro”. Pensar dá trabalho, toma tempo e custa dinheiro.

Mestre pensante, de há muito, descartado. O governo afirma que os professores recebem os melhores salários. Para quem e para que?  Para os mestres, com aumentos que não lhe preservam o poder aquisitivo? Para a sociedade, com uma educação desqualificada, fruto da desvalorização do professor e do seu papel? Melhores, sim para os carenciados de consciência cidadã. Aplaudem o salario atual, com força de recurso sub-reptício e institucional no aumento das fileiras do exército de analfabetos políticos. E sobre a miséria e a ignorância dessa massa alienada, faturam seus votos rumo ao poder. Este círculo vicioso alimenta a marginalidade. A decorrente violência apresenta índices alarmantes, divulgados e explorados nos dados e na prática num clima neurótico de terrorismo. No contexto dos meios de atendimento aos direitos individuais, com intuito de prevenir a violência, qual a posição e a importância agregadas à educação?  Transpondo a barreira imposta pela lógica da matemática financeira do Estado – que responde pela diferenciação dos aumentos salariais, segundo gestores da rés-pública, surge o que lhe é subjacente – o despojamento da educação do princípio constitucional de “direito subjetivo”. Até porque, se assim o fosse, por coerência, não se condicionaria a mínimos orçamentos, nem ao caixa do Estado.

Sob as cifras dos “reais” se esconde a concepção filosófica e moral do homem e do mundo, que dimensionam o verdadeiro significado social e político do salário. O produto da educação, qual seja o preparo dos educadores para a cidadania, como construtores e usufrutuários de uma sociedade mais humana justa e feliz é mera figura de retórica. A ênfase se desloca do eixo formativo pelo desenvolvimento das potencialidades humanizadoras do individuo, para o campo corretivo e punitivo. É preciso cuidado e clareza com os ganhos presentes, dos quais decorrem perdas futuras. A prudência indica, especialmente neste caso, para a sabedoria popular – é melhor prevenir do que remediar.

Nirce S. M. Jabra Jamil
Professora e administradora em Educação

Aluna e colaboradora da Professora Helena Antipoff
(blog da Beatriz Cerqueira)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO






Quando...

É jovem não tem experiência.

É velho está superado.

Não tem automóvel, é um coitado.

Tem automóvel chora de "barriga cheia"

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao Colégio, é um "Caxias".

Precisa faltar, é "turista".

Conversa com os outros professores,

está "malhando" os alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama à atenção, é um grosso.

Não chama à atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.

Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.

O aluno é aprovado, "deu mole".

É, o professor está sempre errado mas, se

você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!


QUANDO FAZ GREVE É CHAMADO DE VAGABUNDO, QUANDO CANDIDATA-SE A CARGO POLÍTICO DE INTERESSEIRO. Por que esta classe é tão desvalorizada e desacreditada? Todos concordam que educação é essecial mas esquecem-se de quem a promove. Quando o povo vai acordar que é o professor que forma o cidadão. Se ele não vai bem, a sociedade vai mal. Conscientize-se já!

domingo, 9 de setembro de 2012

Projetos de moradia Para Ubá seguir mudando


 MORADIA DIGNA é o que o povo merece!




Programas em execução que serão consolidados e/ou ampliados



 Plano Local de Habitação de Interesse Social de Ubá: com o plano iremos avançar ainda mais na construção de moradias para a população de baixa renda;



Auxilio Moradia, Construção e reforma: como forma de prevenção a EMUHBES juntamente com a Defesa Civil e o Conselho de Habitação concedeu vários auxílios alugueis, forneceu orientação técnica, reformou e construiu casas para famílias de baixa renda moradoras em áreas de risco;



 Galpão de Material de Construção: divulgar melhor a função do galpão, incentivando maiores doações de materiais de construção a famílias de baixa renda;



 Construção de Casas com o Governo Estadual: após entendimento com a diretoria da Cohab/MG foi possível recuperar e entregar 75 casas no Conjunto Habitacional Dr. José Cavaliere (Tanquinho) e ainda construir e entregar 16 casas no Bairro Olaria;

Construção de Apartamentos com o Governo Federal: 240 apartamentos (40 mobiliados) fazem parte do Residencial Cidade Carinho que foi considerado pelos técnicos da Caixa como um dos melhores projetos no âmbito do Programa Federal Minha Casa Minha Vida.


Novos Programas



Escritura Administrativa: a prefeitura irá reconhecer e regularizar as moradias e lotes em áreas de ocupação irregular ou assentamentos. Esta ação visa fornecer uma escritura administrativa que dará segurança ao cidadão de morar com tranqüilidade no que é seu de fato. Inicialmente iremos fornecer as escrituras do bairro Fazendinha, do distrito de Miragaia e do loteamento São Mateus;


 Casa do Trabalhador: criar lei específica de parcelamento e de incentivos fiscais visando estimular empresas privadas a construírem moradias para seus empregados;



 Construção de novas moradias: o Governo Federal através da Caixa autorizou a Prefeitura a construir mais 1.300 moradias. Vamos implantar novos conjuntos habitacionais populares em vários bairros da cidade.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Você exerce sua cidadania?



Nesta sexta-feira, 7, o Brasil comemora o dia de sua independência. A data é uma oportunidade para os brasileiros, 190 anos após terem adquirido sua autonomia, poderem refletir sobre como vêm exercendo sua cidadania.




O filósofo e professor de Filosofia da Universidade de Taubaté, César Augusto Eugênio, explicou que o sentido mais completo e inicial de cidadania está vinculado a um processo de participação política, capacidade de decisão e, sobretudo, construção de oportunidade para que essas decisões aconteçam.



Hoje, ele acredita que a cidadania está diretamente ligada à capacidade de organização do indivíduo para que sejam respeitados os seus direitos mais naturais.



Porém, ao olhar para a história do Brasil, o professor diz que o povo brasileiro não teve muita oportunidade de participar da construção da sua história. "A gente entra na República sem um exercício de cidadania propriamente dito, o que é bastante contraditório. Proclama-se a República e o primeiro presidente é um general de exército, que é o Marechal Deodoro da Fonseca", disse o professor.



Ele informou que, a partir disso, foram feitos esforços para promover a participação cidadã e que esse exercício de fato se concretizou após a ditadura militar, de 1985 em diante. “Nós temos que nos acostumar e nos conscientizar da importância que é participar, criar esses espaços de acompanhamento da gestão pública”.



Para o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, a importância desse exercício de cidadania se justifica pelo fato de que as pessoas não são isoladas, mas pessoas de política, de relação. “Nós temos responsabilidade e, nesse sentido, na medida em que nós vamos valorizando a política e a nossa cidadania, vamos ajudando a construir uma sociedade mais justa e fraterna”.



O que é ser cidadão?



Dom Leonardo acredita que a primeira conduta de um verdadeiro cidadão é a participação ativa, levando em consideração a ética e o cuidado com o outro. "O cidadão consciente de seu papel procura se comportar de modo a contribuir para que os direitos, especialmente dos mais fracos e desamparados, sejam respeitados e exercidos e também que os deveres de todos sejam lealmente cumpridos".



O professor César prefere não adotar o termo “bom cidadão”, porque, para ele, ou uma pessoa é cidadão ou não é. “Eu não posso pensar como cidadão uma pessoa que vai destruir o bem público. A cidadania é uma conquista, não é algo dado, então não existe um ‘mau cidadão’, porque se eu não consigo entender algo que vai além de mim para o bem comum, então isso não é ser cidadão”.

Luis Cláudio Barreira"O que queremos para o nosso País? Não podemos achar que esperaremos pelos outros, a nossa parte deve ser feita", diz o jornalista Reinaldo César

Da mesma forma, o jornalista Reinaldo César acredita que não existem cidadãos ruins, mas sim a falta de formação capaz de transformar a mentalidade das pessoas para que a cidadania floresça.



“O cidadão de fato, e por direito, é aquele que tem a coragem de inserir-se como protagonista na sua história e na daqueles com os quais ele encontra em sua caminhada, é aquele que não fica resmungando e diz que tudo vai mal, é aquele que não se intimida e avança sem medo e sem receios e acredita que sua ação pode mudar a direção dos acontecimentos”.



Cidadão na prática



Se ainda há brasileiros que não exercem sua cidadania na prática, o filósofo acredita que, embora o processo seja longo, há esperança, uma vez que a cidadania está em cosntrução. Para ele, a mentalidade das pessoas tem mudado, de forma que elas estão cada vez mais se conscientizando para buscar a transformação da sociedade.



“Por ser professor, eu aposto bastante no papel da educação, mas também aposto bastante no papel da Igreja, dos meios de comunicação para a construção dessa cidadania”, afirmou César.



Já Reinaldo contou que sempre foi participativo, como pessoa cidadã e como jornalista, mesmo tendo se deparado, no dia a dia, com pessoas desanimadas e desacreditadas.



O jornalista acredita que as eleições municipais, em 7 de outubro deste ano, constituem um bom período para que cada um possa exercer o seu papel de cidadão a partir, inclusive, do acompanhamento das atividades pós-eleitorais.



"O que queremos para o nosso País? Não podemos achar que esperaremos pelos outros, a nossa parte deve ser feita agora, amanhã e depois, todos os dias", concluiu o jornalista.

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=287299

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

É assim que se constroi valorização e educação de qualidade!

Uma das principais lutas dos trabalhadores da educação brasileira, a Lei Nacional do Piso do Magistério, promulgada em 2008 (Lei 11.738/08), ainda não é respeitada por 10 estados brasileiros. E outros 11 estados não cumprem integralmente a lei, o que inclui a hora-atividade, que deve representar no mínimo 1/3 da jornada de trabalho do professor, conforme aprovado pelo Supremo Tribunal Federal em 2011.




Para garantir o respeito à lei, a CNTE realiza, em conjunto com a CUT, a VI Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, nesta quarta-feira, 05 de setembro, em Brasília. São esperados 10 mil trabalhadores na Esplanada dos Ministérios.



No mesmo dia, a CNTE solicitou audiências com a presidenta Dilma Rousseff, com o ministro da educação, Aloizio Mercadante e com os presidentes do Senado Federal, José Sarney e da Câmara dos Deputados, Marco Maia, para debater o trâmite do Plano Nacional de Educação, a implementação da Lei do Piso e as principais reivindicações da Marcha. Saiba mais detalhes aqui.



Também como forma de pressão, a CNTE realiza um "tuitaço" durante toda a semana, convocando a sociedade civil para usar a tag "10%ePisoJá", citando os deputados que ainda não retiraram as assinaturas do recurso ao PNE, reunindo num mesmo endereço todos os tuites referentes ao tema.





Relação de estados:



Não pagam o piso: Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.



Não cumprem a lei na íntegra: Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo, Tocantins.



Cumprem a lei na totalidade: Acre, Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso e Rondônia.



Não informado: Rio de Janeiro.



QUE VENHA O 7 DE SETEMBRO! Independência é educação de qualidade e trabalho decente.

Estou com vocês e não nego!

domingo, 2 de setembro de 2012

Uma boa notícia para os educadores

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou hoje (22 de agosto/2012) que o governo defende a aplicação de todos os recursos provenientes dos royalties do petróleo e do pré-sal na educação. O objetivo é ter uma receita que permita ao governo investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.


“O governo está disposto a colocar todos os royalties do petróleo e do pré-sal e pelo menos metade do fundo social do petróleo para educação, exclusivamente para educação, isso para os municípios, os estados e a União (…) Essa é a posição do governo, é isso que nós vamos defender no Congresso Nacional, é uma posição da presidenta”, disse o ministro, após reunir-se nesta quarta-feira com a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu.

O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em caráter conclusivo no fim de junho em uma comissão especial da Câmara dos Deputados, determinou que o governo deve investir 10% do PIB em educação até 2022. Segundo Mercadante, os recursos dos royalties – valor cobrado das empresas que exploram petróleo – permitiriam alcançar a meta de investimento estipulada pelo PNE, que ainda depende de aprovação do Senado.

“É muito melhor colocar os royalties do petróleo na sala de aula do que desperdiçar na máquina pública (…) A função prioritária dos royalties é preparar a economia pós-petróleo, o petróleo é uma fonte de energia não-renovável e o melhor caminho para preparar o Brasil para o pós-petróleo é o investimento em educação”, disse.

Fonte: blog do Planalto.

http://blog.planalto.gov.br/governo-defende-que-100-dos-royalties-do-pre-sal-sejam-destinados-para-a-educacao-afirma-mercadante/

Por uma política livre, consciente e democrática

A diferença necessária na vida política é a liberdade, o respeito, a consciência.
Através da consciência, a capacidade de pensar e discernir nos é concedida.
A liberdade nos permite pensar e muitas vezes diferente da maioria.
O respeito às diferenças é mais do que importante, é essencial pois só com ele existirá a paz e a democracia será efetivamente uma realidade.
É comum o pedido de voto consciente. Votar consciente é ter liberdade na escolha, não ser manipulado por situações diversas (benefícios e chantagens) e ser respeitado por sua opção.
Que nesta eleição, você eleitor, possa realmente votar consciente, com respeito e liberdade!
Este é o meu voto para você!
Profª Élida Barros, 13131.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Texto para refletir - A educação libertadora

Educar para a liberdade


A liberdade somente encontra sentido na verdade



A educação bem pode ser entendida como uma habilitação da liberdade, a fim de perceber o apelo do valioso – daquilo que enriquece e convida a crescer – e a enfrentar as suas exigências práticas. Isso se consegue com o propondo usos da liberdade, propondo tarefas plenas de sentido.



Cada idade da vida tem seus aspetos positivos. Um dos mais nobres, que tem a juventude, é a facilidade para confiar e responder positivamente à exigência amável. Num tempo relativamente curto, pode-se apreciar mudanças notáveis em jovens a quem se confiaram encargos que podiam assumir e que consideravam importantes: ajudar uma pessoa, colaborar com os pais em alguma função educativa...



Pelo contrário, essa nobreza manifesta-se, de forma pervertida e, frequentemente, violenta contra aqueles que se limitam a satisfazer os seus caprichos. À primeira vista, esta atitude é mais cômoda, mas, a longo prazo, os custos são muito mais gravosos e, sobretudo, não ajuda a amadurecer, pois não os prepara para a vida.



Quem se acostuma, desde pequeno, a pensar que tudo se resolve de forma automática, sem nenhum esforço ou abnegação, provavelmente não amadurecerá no tempo devido. E quando a vida magoar – coisa que inevitavelmente acontecerá – talvez não tenha conserto. O homem deve modelar o seu caráter, aprender a esperar os resultados de um esforço longo e continuado, a superar a escravidão do imediato.



Certamente, o ambiente hedonista e consumista que hoje respiram muitas famílias no chamado “primeiro mundo” – e também noutros muitos ambientes de países menos desenvolvidos – não facilita captar o valor da virtude ou a importância de atrasar uma satisfação para obter um bem maior.



Face a esta circunstância adversa, o senso comum evidencia a importância do esforço; por exemplo, nos nossos dias tem especial vigor a referência à cultura desportiva, na qual se nota que quem deseja ganhar uma medalha tem de estar disposto a sofrer treinos prolongados e árduos.



Em geral, a pessoa capaz de se orientar, livremente, para bens que “valem a pena” deve estar preparada para enfrentar tarefas de grande envergadura (aggredi) e para resistir com tenacidade no empenho quando chega o desalento e aparecem as dificuldades (sustinere). Estas duas dimensões da fortaleza fornecem a energia moral para não nos conformarmos com aquilo que já foi conseguido e continuar a crescer, chegar a ser mais. Hoje, é especialmente importante mostrar, com eloquência, que uma pessoa, que dispõe dessa energia moral, é mais livre do que quem não dispõe dela.



Todos estamos chamados a conseguir essa liberdade moral, que só se pode obter com o uso, moralmente bom, da liberdade de arbítrio. Constitui um desafio para os educadores, em particular para os pais, mostrar, de modo convincente, que o uso autenticamente humano da liberdade não consiste tanto em fazer o que nos apeteça, mas o bem, como costumava dizer São Josemaria.



É esse o caminho para se libertar do clima asfixiante de suspeita e de coação moral que impedem procurar, pacificamente, a verdade e o bem, aderir, cordialmente, a eles. Não há cegueira maior do que a de quem se deixa levar pelas paixões, pelas “vontades” (ou pela falta delas). Quem só pode aspirar ao que lhe apetece é menos livre do que aquele que pode procurar, não apenas na teoria, mas com obras, um bem árduo. Não há desgraça maior do que a de quem, ambicionando um bem, surpreende-se sem forças para o levar a cabo, porque a liberdade encontra todo o seu sentido quando se exercita no serviço da verdade que resgata, "quando se gasta em procurar o Amor infinito de Deus, que nos desata de todas as escravidões", afirma São Josemaria Escrivá em sua obra 'Amigos de Deus'.


FONTE: site Canção Nova
J.M. Barrio

http://www.opusdei.org.br



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Até quando haverá descaso e opressão?

Sind-UTE/MG realiza ato na Cidade Administrativa por Ipsemg de qualidade




A Cidade Administrativa voltou a ter manifestações de servidores públicos indignados com o descaso do Governo do Estado.

A manifestação, coordenada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), foi realizada nessa terça-feira (21/08) e contou com caravanas de diversas regiões do Estado. Os trabalhadores em educação se concentraram em frente ao Edifício Minas – onde fica a Secretaria de Estado de Educação – e protestaram. Em pauta, os inúmeros problemas que a categoria tem enfrentado em relação ao IPSEMG: atendimento precário, falta de investimento em especialidades e exames no interior do Estado, diminuição das Agências de Atendimento e mudança na forma de contribuição.

Aparato policial - O uso do carro de som foi proibido e o aparato policial, com a presença do batalhão de choque e cavalaria, demonstrou a forma como o Governo do Estado recebe os trabalhadores em sua sede.

Realidade - Situação vivenciada na pele pela professora aposentada Ana Lúcia Moreira, 67 anos: após ter lecionado durante 30 anos em Belo Horizonte, ela esperava poder contar com um atendimento digno. Para ela, a mobilização da categoria é fundamental para pressionar o Governo.

“O problema é de todos nós, o Ipsemg é nosso e não do Governo. O desconto é feito em nosso contracheque e, por isso, toda a categoria deve se mobilizar. Além disso, estou pagando por uma coisa que eu não estou utilizando, porque sou forçada a procurar um médico particular, se quiser ter o meu tratamento”, afirmou.

Vinda com caravana da subsede de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e participante desde a primeira caravana dos aposentados, a professora aposentada Maria Elisa Barone, 78 anos, também destacou a importância de mobilizar a categoria, em especial, os aposentados. “Não tem idade para lutar. Os aposentados são uma força que ainda não se descobriram. Porque eles também contribuem e continuam tendo os descontos em seus contracheques e, por isso, devem lutar junto do pessoal da ativa por um atendimento digno no Ipsemg”, ponderou.

O Auxiliar da Educação Básica e diretor estadual do Sind-UTE/MG Jonas Willian Pereira, avaliou a mobilização na Cidade Administrativa. “Nós, trabalhadores da ativa, e aposentados, é quem somos os proprietários do Ipsemg. E da forma como o Instituto se encontra hoje, não é possívelaceitá-lo. Por isso, precisamos abrir um diálogo com o Governo. Apesar de o Sindicato já ter se reunido antes e protocolado as reivindicações, o Estado vai postergando e nos enrola para solucionar o problema que se arrasta em toda Minas Gerais. Eu mesmo preciso fazer uma cirurgia para retirada de hérnia. Já fiz o risco cirúrgico, mas corro o risco de perder os exames por não conseguir marcar o procedimento no Ipsemg”, explica.

Cones - Na ocasião, estava agendada a reunião do Comitê de Negociação Sindical (Cones), que contaria com a presença da Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilenna e a Presidenta do Ipsemg. Diante da mobilização do Sindicato, o Governo optou por cancelar a reunião.



Problemas sem resposta - Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a categoria está indignada com a situação do Ipsemg. Ela explica que o Sindicato já participou de audiência pública na Assembleia Legislativa, quando foram apresentados os problemas de atendimento de várias cidades, que evidenciam que o serviço prestado em várias regiões do Estado é muito precário. Dentre as revelações feitas pelos educadores/as, estão a demora no atendimento, além da falta de especialidades. Os problemas também foram apresentados diretamente ao Ipsemg, mas a entidade ainda não recebeu resposta.

O atendimento da perícia também foi questionado pelo Sindicato. Outra questão já denunciada pelo Sind-UTE/MG foi a situação das perícias médicas. Em algumas regiões do Estado como em Janaúba, a perícia tem sido usada para constranger os trabalhadores, uma vez que o perito questiona até mesmo a participação do servidor em atividades do Sindicato.





As subsedes do Sind-UTE/MG informam a realidade das unidades do IPSEMG no estado de Minas Gerais. Acompanhe:





Araguari

O atendimento foi reduzido.





Araxá

Os problemas com o Ipsemg na cidade aumentaram. As cotas para exames de rotina esgotam rapidamente, não atendendo a toda a demanda. Consultas têm sido desmarcadas constantemente devido ao crescente descredenciamento de médicos, clínicas e hospitais. Quem necessitar de atendimento de urgência, após a distribuição das cotas no início de cada mês, tem que recorrer à iniciativa privada. Exames como ultrassom, mamografia, tomografia e outros chegam a demorar até 60 dias para serem realizados. Os servidores designados não conseguem nada pelo Ipsemg após 15º dia de licença-médica, mesmo aqueles que têm contrato até dezembro do ano em curso. O Ipsemg não dá retorno da documentação exigida e enviada.





Bambuí

Não tem atendimento.





Belo Horizonte

A categoria enfrenta problemas com cotas insuficientes, cirurgias desmarcadas e dificuldade de agendamento de consultas e exames.





Bom Despacho

O atendimento médico é feito apenas por dois médicos. Já o atendimento laboratorial é somente para exames básicos. Não há serviços de raio-x, internações e fisioterapia. Também não há credenciamento de especialidade como ginecologia, neurologia e pediatria. Para a realização de exames mais complexos é necessário o deslocamento até Belo Horizonte e ainda assim, normalmente, os exames são desmarcados.

Carangola

As cotas para exames laboratoriais são insuficientes diante da demanda da região e as cirurgias são desmarcadas.



Iguatama

Sem atendimento.





Itabira

As cotas para consultas são insuficientes para a demanda da região.





Ituiutaba

Os trabalhadores em educação sob a abrangência da Agência do Ipsemg em Ituiutaba continuam sem assistência médica a que têm direito desde 2004. A situação, que já era precária, se agravou ainda mais ao longo desses anos. O atendimento do Instituto passou de precário a inexistente, com denúncias de cobranças indevidas de taxas.





Juiz de Fora

As cotas foram diminuídas em 50%, com exceção de hemodiálise e oncologia.





Lagoa da Prata

Não há atendimento de laboratório clínico e radiografia. Inúmeras consultas foram suspensas e a agência do Ipsemg passou a ser posto.



Moema

Sem atendimento.





Muriaé

O Centro Diagnóstico do Hospital São Paulo de Muriaé, onde os servidores fazem exames paralisou o atendimento em 2011. Vários dentistas estão pedindo o descredenciamento por atraso de pagamento. Médicos de algumas especialidades estão parando de atender por causa do atraso no pagamento.

Ubá

Não há atendimento de neurologista, psiquiatra, pneumologista, psicólogo e nutricionista.





Uberaba

Consultas desmarcadas e cirurgias adiadas por tempo indeterminado e sem justificativas, alguns médicos continuam na lista do Ipsemg, porém, não estão marcando consultas.





Uberlândia

O Hospital Madrecor foi credenciado em abril de 2009 e veio absorver uma demanda reprimida superior a 20 anos com mais de 30.000 servidores e dependentes distribuídos em cerca de 40 municípios. Os trabalhadores da rede estadual de Minas Gerais reivindicavam uma unidade que os reconhecesse enquanto servidores cadastrados no Ipsemg. Após várias negociações entre Governo, Sindicato e Ipsemg, conquistamos o credenciamento desta instituição.





Mas em 2011, ocorreu a suspensão do atendimento, prejudicando a categoria de toda a região. Não há outro atendimento no interior do Estado e, devido à demanda, não podemos nos descolocar até à capital mineira. Os servidores usuários do Hospital começaram a reclamar da restrição ao atendimento por conta da “Cota Contratual” entre Madrecor e Ipsemg uma vez que, extrapolando o teto acordado, o procedimento está sendo negado ao usuário.





Itajubá

Foi elaborado um abaixo-assinado e entregue às autoridades para tentar impedir que a sede regional do Ipsemg fosse rebaixado a posto regional, o que não adiantou. Hoje, o Ipsemg em Itajubá funciona somente como posto regional.





Pará de Minas

Há um número reduzido de médicos credenciados na cidade. Muitas especialidades como cardiologia, geriatria e ortopedia não têm médicos credenciados. Os exames laboratoriais são limitados. Geralmente na primeira semana de cada mês já se esgotam o número de fichas para os exames. Qualquer exame que for solicitado após o encerramento da distribuição das fichas, deve ser pago pelo servidor, mesmo se for considerado caso de urgência. O hospital da cidade (Hospital Nossa Senhora da Conceição), já suspendeu por diversas vezes o atendimento aos usuários do Ipsemg, alegando atraso do repasse dos valores devidos.



Muitos servidores reclamam também do atendimento na agência do Ipsemg local. Há relatos de tratamento inadequado aos usuários e demora no atendimento.



Unaí

Há somente um clínico-geral atendendo. O paciente marca no primeiro dia útil do mês e aguarda a data do agendamento. Caso precise realizar algum exame, é necessário ir até Patos de Minas.





Governador Valadares

Com o término da greve de 2011, os usuários do Ipsemg em Governador Valadares tiveram dificuldade em utilizar os serviços oferecidos pelo mesmo. Como os servidores tiveram os salários cortados, ocorreu que, por aproximadamente dois meses, não houve desconto em folha da mensalidade do Instituto e assim, os mesmos ficaram sem atendimento com os cartões bloqueados. No mês seguinte foram descontados os meses atrasados e essa situação se regularizou. Pagamos, mas não usamos.





Entre o fim de 2011 e o início deste ano, os usuários do Ipsemg vem tendo dificuldade em utilizar os serviços oferecidos pelo mesmo, devido a renovações de contratos que até a atual data não foram resolvidos, o que vem acarretando dificuldades em obter atendimento em vários setores. Quando existe um local ou especialista que atende pelo Ipsemg as cotas são reduzidas, não suprindo a necessidade da região. Assim, o usuário tem que esperar meses para conseguir uma vaga para ser atendido.









Sete Lagoas

O atendimento é feito por meio de cotas, ou seja, no início do mês as pessoas enfrentam longas filas para autorizar e marcar consultas e exames. Caso o número de cotas termine, somente no próximo mês é que novamente serão abertas novas cotas, prejudicando o servidor.





Nas especialidades médicas como fonoaudiólogo, otorrino, psiquiatra, cardiologista, mastologista, geriatra, entre outras, além da psicologia, não há atendimento.





As cotas são insuficientes para exames mais complexos como ultrassom, mamografia, raio X e tomografia - quase não se consegue agendamento devido a poucas cotas. O exame de citologia (prevenção ginecológica) não é feito por nenhum laboratório. Caso a pessoa precise, esta deve pagar pelo serviço e, para exames de sangue de rotina, o número de cotas também é pequeno frente à demanda.





Há um convênio com o Hospital Nossa das Graças, mas é muito precário, às vezes não tem médico especialista de plantão, como por exemplo pediatra.





Manhuaçu

As características do atendimento na cidade são: precário, faltam médicos especialistas em todas as áreas, laboratório não atende a demanda e não tem clínicas conveniadas para outros exames de maior complexidade.





Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo

Na agência do Ipsemg de Coronel Fabriciano, o atendimento é precário. A marcação de consulta para clínico geral na agência é quase impossível, há apenas um médico. Há especialistas como cardiologistas e ortopedistas que pré-agendam com muito tempo de antecedência. Já a Odontologia, há apenas dois dentistas para atender a região.





Alguns laboratórios de análises clínicas agendam exames no dia 15 do mês para atendimento nos três primeiros dias do mês subsequente. Outros agendam no último dia do mês para atendimento do mês de subseqüente apenas 10 pessoas por dia. A cota dura cinco dias.





Os procedimentos de ultrassonografia e mamografia são agendados para outubro/novembro, podendo ser feitos também em Governador Valadares. Exames mais complexos como ressonância magnética e tomografia computadorizada podem ser realizados na cidade de Governador Valadares.





Caratinga

A demanda é grande e há poucos médicos credenciados. Dos poucos credenciados, alguns já estão com consultas marcadas até agosto e não há mais vagas. Os casos de emergência são atendidos apenas na Casa de Saúde, onde nem sempre encontramos médicos especializados.




















































quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Corrupção: qual é a sua ATITUDE diante desta realidade?

Leonardo Boff*


A indignação generalizada face à corrupção no Brasil e no mundo está dando lugar à resignação e ao descaso. Pois a impunidade é tão vulgarizada que a maioria já descrê de qualquer solução.


Sobre esse fato, a teologia tem algo a dizer. Ela sustenta que a atual condição humana é dilacerada e decadente (infralapsárica, se diz no dialeto teológico), consequência de um ato de corrupção. Segundo a narrativa bíblica, a serpente corrompeu a mulher; a mulher corrompeu o homem; e ambos nos deixaram um legado de corrupções, a ponto de Deus "ter-se arrependido de ter criado o ser humano na Terra", como nos lembra o texto de Gênesis (6,6). Somos filhos e filhas de uma corrupção originária.


Alegava-se, nos espaços cristãos, que todo mal deriva dessa corrupção originária, chamada de pecado original. Mas essa expressão se tornou estranha aos ouvidos modernos. Mesmo assim, ouso resgatá-la, pois contém uma verdade inegável, atestada pela reflexão filosófica de um Sartre e mesmo pelo rigorismo filosófico de Kant, segundo o qual "o ser humano é um lenho tão torto que dele não se podem tirar tábuas retas".

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Importa anotar que é um termo criado pela teologia. Não se encontra como tal na Bíblia. Foi santo Agostinho, em diálogo epistolar com são Jerônimo, que o inventou. Com a expressão "pecado original", não pretendia falar do passado. O "original" não tinha a ver com as origens da história humana. Com ela, santo Agostinho queria falar do presente: a atual situação do ser humano, em seu nível mais profundo, é perversa e marcada por uma distorção que atinge as origens de sua existência (daí "original"). Fez a sua filologia da palavra "corrupto": é ter um coração (cor) rompido (ruptus, de rompere).

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Somos portadores, portanto, de uma rachadura interna que equivale a uma dilaceração do coração. Em palavras modernas: somos diabólicos e simbólicos, sapientes e dementes, capazes de amor e de ódio. Mas, por curiosidade, perguntava santo Agostinho: quando ela começou? Ele mesmo responde: desde que conhecemos o ser humano; desde as "origens". Mas ele não confere importância a essa questão. O importante é saber que, aqui e agora, somos seres corruptos, corruptíveis e corruptores. E que cremos em alguém, o Cristo, que nos pode libertar.

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Mas onde se manifesta mais visivelmente esse estado de corrupção? Quem nos responde é o famoso e católico Lord Acton (1843-1902): é nos portadores de poder. Enfaticamente afirma: "Meu dogma é a geral maldade dos homens de poder; são os que mais se corrompem". E fez uma afirmação sempre repetida: "O poder tem a tendência a se corromper, e o absoluto poder corrompe absolutamente". Por que, exatamente, o poder? Porque é um dos arquétipos mais poderosos e tentadores da psique humana; dá-nos o sentimento de onipotência e de nós sermos um pequeno "deus". Por isso, Hobbes, no seu "Leviatã" (1651), nos confirma: "Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder, que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder".


Esse poder se materializa no dinheiro. Por isso, as corrupções a que estamos assistindo envolvem dinheiro. Diz um dito de Ghana: "A boca ri, mas o dinheiro ri melhor".



Não achamos cura para essa ferida. Só podemos diminuir-lhe a sangria. Creio que vale o método bíblico: desmascarar o corrupto, deixando-o nu diante de sua corrupção, e a pura e simples expulsão do paraíso, quer dizer, tirar o corruptor e o corrompido da sociedade e metê-los na prisão.



*Teólogo e escritor

Fonte: O Tempo (MG)   POR ENGANO DE MUITOS CIDADÃOS, QUE PENSAM QUE A CORRUPÇÃO ESTÁ PRESENTE SOMENTE NO MEIO POLÍTICO, ESQUECEM DA CORRUPÇÃO NA FAMÍLIA, NO BAIRRO, NA IGREJA, NAS EMPRESAS... NEM AO MENOS SE DÃO AO TRABALHO DE CONHECEREM OS CANDIDATOS QUE POSSUEM PARA OCUPAR OS CARGOS DE SUA CIDADE. ORA, O JULGAMENTO PRECIPITADO OS FAZ PERDER A OPORTUNIDADE E A VOZ PARA REALMENTE ESCOLHER, OPINAR E MUDAR! COBRAR TAMBÉM... NÃO SE ANTECIPEM A JULGAMENTOS SEM UMA ANÁLISE CUIDADOSA DOS CANDIDATOS DE SUA CIDADE, DE SUA ESCOLHA DEPENDE O FUTURO DE SUA CIDADE!   Fé, consciência e luta!
Prof.ª Élida Barros.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Unidade e força em defesa por 1/3 da jornada de trabalho para os trabalhadores em educação


A 5ª assembleia dos/as trabalhadores/as em educação da rede estadual de Minas Gerais aconteceu em Pirapora, no norte do Estado. A realização de assembleias itinerantes cumpre o objetivo de mobilizar a categoria e levar o debate dos problemas da educação para as diversas regiões do Estado. Em cada região onde foi realizada assembleia, o Sindicato conseguiu uma ampla cobertura dos meios de comunicação, valorizou a cultura regional e possibilitou que um número maior de trabalhadores da região pudesse participar diretamente das atividades do sindicato.

Também nas reuniões do Conselho Geral, o Sindicato investiu em discussão de assuntos relevantes para a categoria como a situação do ensino médio e assédio moral.

Bem às margens do Rio São Francisco - na área de eventos no Centro da cidade, cerca de 2.000 trabalhadores/as em educação, vindos de caravanas de todas as regiões de Minas, discutiram e aprovaram uma jornada de lutas da educação para o 2º semestre.

Projeto de regulamentação da jornada para hora-atividade em debate

No dia 11 de agosto, pela manhã, as atividades do Sind-UTE/MG em Pirapora se iniciaram com a reunião do Conselho Geral. Em pauta, a discussão do Projeto de Lei, de autoria do Governo do Estado, que prevê alterações na Lei Estadual 15.293/2004, para regulamentar o cumprimento da jornada de 1/3 para a hora atividade dos/as professores/as. O Sindicato iniciou as discussões sobre este projeto no Seminário que o Departamento Jurídico realizou no dia 30 de julho, com participação das subsedes. Na oportunidade, a proposta foi entregue às subsedes e definida a realização de assembleias locais para discussão do mesmo.

Além dos problemas relacionados ao aumento da jornada semanal de trabalho do professor, o Sindicato apresentou um Estudo Técnico do Dieese, que aponta a necessidade de nomeação de cerca de 19 mil professores para o cumprimento de 1/3 da jornada como hora-atividade. Ao contrário disso, o governo pretende regulamentar a Lei Federal 11.738/08 com o Adicional por Extensão de Jornada (AEJ), que nada mais é do que a atual extensão de jornada.

Processo de negociação com o Estado

Em seguida, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, fez uma retrospectiva das reuniões com o Governo do Estado no 1º semestre. O governo estabeleceu um processo de reuniões com agenda a cada 20 dias. No entanto, estas reuniões não estão apontando avanços na pauta de reivindicações da categoria. O Sindicato apresenta a demanda, mas o governo ignora os problemas como foi no caso das Resoluções sobre férias-prêmio, em que o Sind-UTE/MG apresentou os problemas e o Governo publicou a Resolução sem uma discussão final, sem responder os questionamentos. O calendário de reuniões não tem sido eficaz em trazer resultados concretos para a categoria.

“O que o Governo tem feito é uma política para destruir a categoria. Desde o término da nossa histórica greve de 112 dias, temos conseguido, mesmo com a pressão do Estado, sobreviver – essa é a palavra que traduz nossa realidade. E com muita dignidade. Começar 2012 foi difícil para todos nós. Conseguimos manter um grau de mobilização, mas, precisamos intensificar a pressão.”

Valorizando a cultura regional

À tarde, os educadores se concentraram na área de eventos onde assistiram à apresentação do grupo Santa Cruz e da Fanfarra da Escola Estadual Professora Sílvia de Alencar, de Buritizeiro. Foi encenada, também pelos educadores, uma peça em alusão às comunidades ribeirinhas contando a história da luta pelos direitos da categoria, e contra o inimigo Governo, um verdadeiro tubarão que quer ‘devorar’ tudo o que já foi conquistado pelos trabalhadores em educação.

Intensificar a mobilização

Os/as trabalhadores/as presentes em Pirapora aprovaram um calendário de lutas para o 2º semestre de 2012.
As atividades começam no dia 21 de agosto, quando será realizada nova caravana dos aposentados e manifestação em defesa do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Nesta data está prevista a reunião do Comitê de Negociação Sindical, que discutirá as questões do Ipsemg. As recentes alterações na gestão do Instituto foram definidas sem a participação do Sind-UTE/MG, que representa a maioria dos servidores públicos. Há muita insatisfação da categoria e os problemas de estrutura e atendimento denunciados pelo Sindicato no primeiro semestre deste ano, continuam sem resposta.

IV Marcha Nacional da Educação

A próxima atividade do Sindicato será a participação na IV Marcha Nacional da Educação, que acontecerá no dia 5 de setembro. Neste dia será convocada paralisação das atividades em todo o Estado.

Em seguida, no dia 07 de setembro, participaremos do Grito dos Excluídos em Belo Horizonte, denunciando os problemas da educação mineira. Vale lembrar que o Governador estará presente em solenidade oficial que acontecerá na capital.

Nova manifestação está prevista para o dia 19 de setembro. Nesta data ocorre outra reunião do Comitê de Negociação Sindical, cuja pauta é a política remuneratória. O Sindicato convocará paralisação das atividades e realizará, além da manifestação, assembleia para definir as próximas atividades.


Avaliação

A coordenadora da subsede de Pirapora, Maria Alice Pereira Rocha, avaliou positivamente a participação dos trabalhadores na assembleia, na cidade. “Essa assembleia regional é muito importante porque mostra que o Sind-UTE/MG luta por uma educação de qualidade, justa, e com todos os elementos disponíveis. Com nossa união, somos capazes de fazer a diferença e formar esse exemplo, inclusive com alunos participativos, que mostram seus talentos, que colocam para o público, a arte e cultura.” Ela destacou ainda que, por outro lado, a categoria fica conhecendo as nossas riquezas, que têm que ser também valorizadas.

A professora aposentada na cidade de Pirapora, Maria da Conceição Ribeiro Soares, participou, pela primeira vez, da assembleia. “Achei maravilhoso participar da atividade. Eu estudei, fui professora leiga, depois fui professora estadual, concursada, estudei com muita dificuldade. Aqui não tinha condições. Em 2009, concluí minha faculdade de pedagogia, pensando que ia ser valorizada, fiz pós-graduação, e não tenho valor porque sou aposentada. Quero que os professores se unam, fiquem mais unidos, e ajudem mais os que se aposentaram. O dinheiro que ganhamos não dá para mais nada”, desabafou.

O diretor do Departamento de Formação do Sind-UTE/MG, José Luis Rodrigues, fez uma avaliação positiva das assembleias regionais. “Nós cumprimos nosso papel levando movimento para todo o interior do Estado, dialogamos com todos os trabalhadores em educação – sindicalizados ou não. Divulgamos e fizemos um debate sobre nossa carreira e sobre a política do Governo do Estado, que tem achatado e massacrado a categoria. Também mostramos que o Sind-UTE/MG é muito mais que uma luta salarial, é uma luta por qualidade na escola pública, por educação inclusiva, que respeite a diversidade, e respeite toda a rica cultura no estado e, além disso, denunciamos o Governo - com sua política perversa de perseguição em Minas Gerais.”

O coordenador da subsede de Janaúba, Honorival Alves Maciel defende a unidade como forma de implantar 1/3 da jornada. “As assembleias regionais tiveram o objetivo de divulgar as ações do Sindicato e aglutinar as forças em todo o Estado. O próximo desafio é a implementação de 1/3 da jornada como estabelece a lei. Nós não podemos cair naquilo que aconteceu em relação ao salário, ou seja, não se efetivou porque, mesmo perdendo no STF, o governo implementou em Minas o subsídio. Se isso acontecer, a lei perderá o sentido e ela prevê condições que nós precisamos para desenvolver melhor nosso trabalho.”


A diretora do Sind-UTE/MG e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marilda de Abreu Araujo conclama a categoria a participação da Marcha Nacional, evento que acontecerá em Brasília. “Nós precisamos unir forças para conseguirmos o Piso e o PNE, que é um Plano que vai trabalhar a educação para a próxima década.”

domingo, 12 de agosto de 2012

Aos pais

Existe um homem que se esmera no comprimento do dever para dar bom exemplo:

Que fica humilde, quando poderia se exaltar;

Que chora à distancia, a fim de não ser observado;

Que, com o coração dilacerado, se embrutece para se impor como um juiz inflexível;

Que, na ausência, usam-no como temor para evitar uma ação menos correta;

Que quase sempre, é chamado de desatualizado;

Que apenas fisicamente, passa o dia distante, na labuta, por um futuro melhor;

Que, ao fim da jornada, avidamente regressa ao lar para levar muito carinho e, as vezes, pouco receber,

Que esta sempre pronto a ofertar uma palavra orientadora ou relatar uma atitude benfazeja que possa ser imitada;

Que, muitas vezes passa noites mal dormidas a decifrar os segredos da vida, quando extenuado, ainda consegue energias para distribuir energias;

Que é tão humano e sensível, por isso, normalmente, sente a ausência do afeto que lhe é dado raramente e de forma pouco comunicativa.

Que, vibra, se emociona e se orgulha pelos feitos daqueles que tanto ama.

Esse homem geralmente, se agiganta e passa a Ser o valor inexorável quando deixa de existir para sempre.

Nunca perca, pois, a oportunidade de devotar muito carinho e amizade àquele que é seu melhor amigo: SEU PAI.

PARABÉNS, PAIS!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O mestre dos mestres - Jesus, o maior educador da história

O que este livro que estou lendo tem a ver com a política ou campanha eleitoral?

Parto do seguinte trecho: "Cristo brilhou na sua inteligência, embora desde a infância tivesse sido castigado pela pobreza. Além disso, o que é mais interessante, ele induziu as pessoas de sua época, tão castigadas pela miséria física e psicológica, a ter fome do saber que transcendia as necessidades básicas de sobrevivência."

É esta fome e necessecidade que gostaria de clamar à população ubaense. Fujam do senso comum de votar no mais rico, o que satisfará sua necessidade temporária (comprando seu voto).

Necessário é, para que mude a estrutura da corrupção que as pessoas que exercem a política tenham capacidade para isso através de sua vontade política e não de seu investimento financeiro.

Se tem nojo dos corruptos, não haja como eles, eleja seu candidato(a) pela consciência!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Vote pela luta sindical, pela mulher e pelos jovens!


Esta é minha primeira disputa eleitoral, motivei-me a participar desta campanha após uma luta pela melhoria das condições dos educadores públicos estaduais. Sabemos que todo benefício alcançado em nossa sociedade é fruto de trabalho, luta e empenho. Tenho a mesma vontade de atuar e lutar por melhorias e inovação na nossa política ubaense. Os jovens precisam crer que é possível ser político e honesto, ter respeito e caráter. Política é coisa séria e muito importante, não pode ser esquecida ou deixada de lado, pois assim, estaremos abrindo mão de nosso direito de opinar quanto à política e aos políticos que desejamos.

Eleitor Bom de Voto


1. Vota de acordo com sua opinião.

2. Não vende seu voto, pois sabe que ele não tem preço.

3. Informa-se sobre as propostas dos candidatos.

4. Discute com sua família, seus amigos e colegas de trabalho as propostas dos candidatos.

5. Procura conhecer as verdadeiras intenções dos candidatos.

6. Vota sempre nas melhores propostas e ideias.

7. Não vota influenciado pelas pesquisas.

8. Sabe que seu voto pode mudar seu futuro, da sua família e o da sua comunidade.

9. Sabe que o voto é um direito seu de escolher quem quer para governar sua cidade.

10. Nunca deixa de votar.




O seu voto é a sua voz. Vote consciente.
Prof. Élida Barros, 13131.

sábado, 4 de agosto de 2012

Vadinho Baião 13 e Prof.(a) Élida Barros 13131

Apoio o prefeito Vadinho Baião porque foi o prefeito que mais investiu em educação na nossa cidade. Escolas foram construídas, os métodos de ensino foram atualizados, os professores foram estimulados com salário dentro do piso nacional, as crianças de nosso município tiveram mais felicidade em ir para a escola e as mães mais tranquilidade para deixá-las. Parcerias com IFET foram desenvolvidas para que não só os alunos da rede municipal tivessem acesso à educação de qualidade. Sabemos que a educação é a base para a formação de cidadãos conscientes e um prefeito que tem a coragem de fazer este investimento é digno de ser honrado com mais um mandato para que possa realizar ainda mais.
As moradias que foram concedidas à população de baixa renda foi também uma grande realização de sua gestão. As reformas e revitalizações de praça e pontes, dentre outros feitos caracterizam seu compromisso com a população ubaense. Seu plano de governo foi o melhor elaborado abrangendo os vários setores de forma específica para que os cidadãos saibam exatamente o que se pretende fazer e que deverá ser feito.
Como vereadora quero acompanhar de perto a implantação desse programa de governo e indicar o que mais for da necessidade da nossa população em Ubá. Principalmente na área da educação, saúde e das políticas para a mulher que ainda não foi contemplada e carece de projetos que defendam seu direito e sua autonomia como cidadã. Grande abraço e vote consciente! Eleja uma mulher que defende a educação, os direitos da mulher e os trabalhadores. Vote 13131, prof. Élida Barros. Até a vitória!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Política para as mulheres e mulheres na política

Em entrevista à CartaCapital a cientista social Tatau Godinho faz uma análise da situação da mulher na política, fala sobre desigualdade de gêneros e da postura da oposição diante de uma mulher na presidência



Desde o início da campanha eleitoral Dilma Rousseff gerou uma expectativa entre as mulheres brasileiras em relação à questão feminina na política. Passado o segundo turno e conhecido o resultado, o Brasil ganha uma mulher como presidente, a primeira da história, eleita com 56% dos votos válidos contra 44% para o oponente José Serra.


Para fazer uma análise dos ganhos da população feminina com a eleição de Dilma à presidência, o site de CartaCapital entrevistou a cientista social dedicada à temática do feminismo e política, Tatau Godinho. Ela acredita que “as questões relacionadas aos direitos das mulheres vão ser colocadas na agenda política de forma muito mais cotidiana”. Mas isso também depende de uma presença mais forte do movimento de mulheres para que sejam feitas mudanças no sentido progressista. E avisa: “o campo da oposição provavelmente se apoiará em uma agenda conservadora em relação aos direitos das mulheres, como já ocorreu nas eleições.”

A Paula Thomaz


CartaCapital: Como você vê a situação da mulher hoje na política em termos de participação e de políticas voltadas ao gênero feminino?

Tatau Godinho: A presença das mulheres na política tem aumentado nos últimos anos. Em termos de políticas públicas, questões específicas voltadas à saúde das mulheres, o combate à violência e mesmo uma ampliação nos horizontes profissionais têm sido alvo de atenção dos governantes. Mas uma alteração mais profunda nas desigualdades entre homens e mulheres ainda está por vir.



Quanto à participação, no entanto, os espaços da política mais institucionalizados ainda são um gueto masculino. Fala-se muito na necessidade da presença das mulheres, mas o fato é que direções dos partidos, no parlamento, nos cargos executivos e de direção, as mulheres ainda aparecem como uma exceção.



E isso reflete uma realidade presente em, praticamente, todas as outras áreas da sociedade. O comando das empresas, as direções dos jornais, de outros meios de comunicação, por exemplo, ainda são lugares onde a presença das mulheres é quase simbólica.



CartaCapital: Existem mais mulheres que homens no Brasil, a mulher é responsável, em muitos casos, pela educação dos filhos, tem contribuição efetiva na sociedade, tem um dia internacional dedicado a ela. Por que quando se trata de política tudo isso parece se reduzir?

TG: A ampliação da presença das mulheres no mundo público, isto é, fora do âmbito da família, continua totalmente vinculada a uma sobrecarga colocada sobre elas em relação ao cotidiano, à vida familiar, ao cuidado com as pessoas. As mulheres assumem novas tarefas, mas muito pouco se alterou nas relações de poder. E a política é o espaço concentrado das dinâmicas de poder na sociedade. É ali que são definidos boa parte dos grandes grupos de interesses, dos destinos dos países. Obviamente, as disputas políticas não ocorrem apenas nos espaços tradicionais ou institucionais. Mas é um sintoma da fragilidade da democracia a exclusão tão recorrente das mulheres.



CartaCapital: Quais os avanços poderão ser conquistados pelas mulheres, na política, com a eleição de Dilma Rousseff à presidência da República?

TG: Sem dúvida uma mulher na Presidência da República já representa, de saída, uma quebra de barreiras. O principal cargo político do país é uma referência necessária para os debates, as articulações políticas, para as mais diversas áreas em torno das quais a sociedade se mobiliza. Tem uma influência importante, também, no imaginário social em relação às mulheres. Mas as mudanças mais concretas, em termos de políticas, dependem da insistência que a presidenta tiver em fortalecer uma agenda voltada para a igualdade. As questões relacionadas aos direitos das mulheres vão ser colocadas na agenda política de forma muito mais cotidiana. E é muito importante uma presença mais forte do movimento de mulheres para que isso seja feito em um sentido progressista. O campo de oposição, provavelmente, se apoiará também em uma agenda conservadora em relação aos direitos das mulheres, como já ocorreu nas eleições. Por isso, para garantir um avanço, acredito que seja necessário que a sociedade se mobilize no sentido de possibilitar um efetivo avanço de direitos. Dilma Rousseff tem um histórico de atuação rompendo espaços em áreas muito fechadas às mulheres e, acredito, que isso dará a ela uma boa experiência de como lidar em um ambiente adverso.



CartaCapital: O que muda na bancada feminina no Congresso com a eleição de Dilma?

TG: As deputadas e senadoras têm uma oportunidade inédita de fortalecer sua voz no Congresso. Mas é preciso se apoderar dos sinais indicados pela futura presidenta, de que valoriza o aumento da participação política das mulheres, e consolidar novas lideranças nas disputas concretas que compõem o dia a dia do Congresso. Esse é um momento privilegiado para que as parlamentares mulheres reforcem sua presença e, mais especialmente, para que a bancada feminina apareça como uma forte articuladora de reivindicações de políticas que incidam sobre a desigualdade entre mulheres e homens. Para isso é necessário que a atuação se paute por uma plataforma ampla, que não fique apenas em temas de menor incidência, ou nas áreas que são consideradas tradicionalmente mais receptivas à participação das mulheres. Há questões fundamentais em relação ao mundo do trabalho, no âmbito da política econômica e de desenvolvimento, da previdência, ou a reforma política e partidária, como mencionado anteriormente, que são muito importantes. Isso vai depender da atuação das parlamentares comprometidas com essa agenda. Ampliar o número de mulheres é muito importante, mas mudanças reais para as mulheres só ocorrerão se isso se combina com uma agenda de propostas e reivindicações para alterar as condições de desigualdade e discriminação vividas pelas mulheres.



CartaCapital: Em reunião de transição dos ministérios na segunda-feira 8, Dilma anunciou que quer mais mulheres no primeiro escalão do governo. O que achou dessa atitude da presidente?

TG: É muito positivo que Dilma tenha acenado, logo de início, com a importância de ter uma presença maior das mulheres em cargos chaves do governo. Com certeza os partidos vão resistir. Afinal, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nem na física nem na política. E a concentração masculina nas redes de direção é brutal. Não são apenas os dirigentes partidários. Isso inclui os quadros do parlamento, das direções sindicais, das universidades ou outras entidades da sociedade. A insistência da presidenta em compor um governo com maior presença de mulheres obrigará os partidos, e toda a sociedade, a discutir a questão.



Em outros países, houve um processo semelhante. Como na Espanha, por exemplo. E isso cria, de fato, possibilidades de mudanças.



CartaCapital: Falando de gênero, para você as mulheres são iguais aos homens, têm necessidades específicas ou lhes faltam alguns privilégios concedidos aos homens?

TG: Quando se fala em igualdade entre mulheres e homens, o sentido é a igualdade social e política. É evidente que na sociedade os homens têm imensos privilégios em todos os âmbitos: renda mais alta, acesso a melhores postos e empregos, mais tempo de lazer, dominam os espaços de poder político e econômico na sociedade. E isso se articula com todas as vantagens que têm no campo da vida pessoal e familiar, em relação ao cuidado com os filhos, ao trabalho doméstico, e nas questões ligadas à sexualidade. É isso que é preciso mudar. Há um pensamento conservador que atribui às mulheres um papel centrado na maternidade e na família. Isso é cultivado. É um mecanismo que justifica a falta de responsabilização masculina. Assim os homens ficam livres para o poder, enquanto as mulheres cuidam da sobrevivência. É essa a divisão que precisa ser superada na sociedade. Naturalizar o papel das mulheres na família, na maternidade, nas funções do cuidado é negar às mulheres a posição de igualdade e racionalidade e, em última instância, deixar as funções de direção e poder efetivos da sociedade, a elaboração da cultura e da ciência para os homens.



CartaCapital: Chegaremos a um dia em que a desigualdade de gêneros será superada?

TG: Eu acredito que sim. Para uma superação efetiva das desigualdades é preciso uma mudança mais geral. A sociedade capitalista absorve e rearticula as relações de dominação compondo uma dinâmica de desigualdade que favorece a exploração, a concentração de renda, a manutenção de padrões de opressão em diversos níveis. A superação da desigualdade de gêneros é uma perspectiva libertária, de uma sociedade livre com seres humanos vivendo em plenitude suas capacidades. E isso exige a mudança do modelo de sociedade atual, em que as desigualdades são parte da organização necessária das relações sociais. Mas isso não significa jogar as reivindicações para um futuro distante e abstrato. É preciso investir para que as mudanças sejam implantadas desde agora. Toda mudança é um processo político e social que envolve também conflitos. E nós não podemos deixar de enfrenta-los.



CartaCapital:Qual tem sido a importância da Secretaria de Políticas para Mulheres desde a sua criação?

TG: A criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres foi uma iniciativa muito importante do governo. Ela buscou construir uma agenda para todo o governo. Em algumas questões, como a proposta de implantar uma política de combate à violência sexista, os avanços são mais claros. Em outras áreas, ainda há muito o que fazer. Os esforços da SPM em coordenar um plano geral de políticas para as mulheres são significativos e as dificuldades são muito grandes. É necessário uma consolidação maior dessa política no próximo governo.



CartaCapital: Como você acredita que a sociedade brasileira enxerga a falta do primeiro cavalheiro ao lado de Dilma?

TG: Essa é uma discussão que demonstra o grau de conservadorismo na sociedade. Afinal, a discussão só existe porque os espaços de poder são considerados lugares para os homens e não para as mulheres. O cargo de primeira-dama é a pior simbologia do atraso em relação às mulheres: significa que o lugar para elas é de esposa, e não de dirigente. É a reafirmação de que para as mulheres o espaço legítimo é o mundo privado e não a esfera pública, como é o caso da política. Além do mais, isso ainda se combina com o clientelismo que enxerga a política de assistência social como caridade e não como direito!



Chama a atenção o quanto mesmo os setores pretensamente mais modernos da sociedade reforçam esse papel e esse lugar para as mulheres. E, inclusive, criticam as mulheres que se recusam a aceitar esse papel. Que, sendo mais informal, é tudo de atrasado, de medíocre e de “brega”.



Uma mulher na presidência tem, além de tudo o mais, a vantagem de nos livrar dessa discussão.



CartaCapital: Chamar Dilma de presidente ou presidenta faz diferença?

TG: É uma questão simbólica. Não é decisiva mas possibilita marcar o significado da eleição de uma mulher para a presidência. E forçar um pouquinho a Língua Portuguesa a se adaptar a um mundo de homens e mulheres também nos cargos, carreiras e funções antes ocupados apenas por homens.

FONTE: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/politicas-para-mulheres-e-mulheres-na-politica/
Essa entrevista é interessante para refletir sobre o papel e a importância da representação feminina na política, assim como Dilma tem conseguido conduzir bem o Brasil, torna-se necessário que mais mulheres participem ativamente das decisões políticas de seus municípios para que possam provocar e articular mais políticas de desenvolvimento e amparo às mulheres brasileiras em cada estado e município.

Para representar as mulheres, a educação e os trabalhadores,
Prof. Élida Barros, 13131.