quinta-feira, 3 de maio de 2012

Crônica na Olimpíada de Língua Portuguesa

A quadra velha

Aluno: Gabriel Batista da Silva

Aqui no lugar onde vivo não tem cinema, lan house, discoteca... aqui tem cavalo, rio,

cachoeira, gente que conta histórias... E, acima de tudo, aqui tem uma quadra. Uma quadra

velha. Velha e pequena, só tem espaço para seis jogadores de cada lado. Uma quadra velha

e pequena onde cabe inteira a nossa imensa alegria.

Ali a bola rola, enrola, rebola, embola, solta, samba, sapateia... Ali vale tocar a bola de

chuteira, de chinelo ou de pé no chão. Ali vale jogar menino, menina, velho, magrela e gordão.

Vale entrar de sola, de carrinho e até de bicão. Vale arrebentar o joelho, arrancar a

ponta do dedão... tem gol contra, bola murcha e bola fora.

O que importa é que quando a bola rola na quadra velha o mundo para. As árvores e as

casas espiam. As pessoas que passam pela estrada de terra não resistem, param, assoviam,

batem palmas. Os moleques perdem a hora que se perde no tempo. Cada pai vê em seu filho

o grande craque e sonha com seu menino na seleção. Quem sabe 2014...

Ali, na quadra velha e pequena, adormece a tristeza, o cansaço, a desilusão... ali os

homens se esquecem dos calos, das dívidas, das dores... ali os meninos são magos, são livres,

são pássaros: transcendem, voam... Ali não tem zero, não tem senão. Só tem bola no

chão. Ali eles são uma bandeira verde e amarela hasteada no sertão.

Isso, até que chega a noite escura e sombria. Ela, revestida de negro, faz arriar o sonho,

despe a fantasia, cala a poesia.

Amanhã tem trabalho, tem escola. Dói o calo, o joelho incha, o moleque chora. E a

quadra fica de fato velha e pequena. Fica ali, triste, silenciosa, no escuro. Fica ali à espera

de que os meninos voltem logo e ressuscitem o momento mágico.
 
 
Professora: Maria Inês Resende


Escola: E. M. Crispim Bias Fortes • Cidade: Barbacena – M

5 comentários:

Élida Barros disse...

Notícia ou texto literário? Por apresentar múltiplas facetas,
mais do que um gênero textual, a crônica traz um olhar
particular. Ao recortar cenas do cotidiano, o autor ilumina
situações, fatos, dando-lhes destaque, atribuindo-lhes um
novo sentido. O que poderia passar despercebido torna-se
encantador, envolvente, surpreendente, marcante.
Ao contrário do que parece, a criação de uma crônica não é
tarefa simples. Construir um sensível olhar pensante,
selecionando e amarrando os detalhes, é o primeiro passo
para elaborar um texto interessante que transporta o leitor
para a perspectiva do escritor.

wesley disse...

experd,na criaçao desse texto impossivel de imitar,mas nos vamos tentar e é um texto que mostra a alegria que o futebol causa nas pessoas . wesley ezequiel leonardo caio (9ano A)

ninna mara disse...

legal o texto !!!msm a quadra sendo velha os meninos,meninas se divertiam....(Jaismara Gisely e Joyce Bernardo 9 ano A)

wesley disse...

experd,na criaçao desse texto impossivel de imitar,mas nos vamos tentar e é um texto que mostra a alegria que o futebol causa nas pessoas . wesley ezequiel leonardo caio (9ano A)

Débora Lopes disse...

Bellíssimo texto! Um jeito simples e humilde de jogar futebol, mas com uma alegria explícita no modo de levar a vida.(Gustavo, Débora, Dandara e Camyla)9°A